Alto Hama: Neocolonialismo português soma pontos em Luanda

01-07-2011
marcar artigo


A TVI, uma das televisões privadas de Portugal, apresentou ontem, com o rótulo de grande reportagem, um trabalho sobre os portugueses em Angola. O assunto merece, pelo menos, duas considerações. Uma revela que a noção do que é Angola é muito limitada ali para as bandas da estação dirigida por José Eduardo Moniz. Limitou-se a falar de Luanda. A outra mostra, aí com alguma perspicácia jornalística, o neocolonialismo de alguns portugueses.Tal como não aceito que se faça uma reportagem sobre Portugal mostrando apenas Lisboa, não me parece justo para os portugueses que vivem em Angola apresentá-los da forma como a TVI o fez.Se aquilo são os portugueses em Angola, então os angolanos que se ponham seriamente a pau. Com amigos daqueles ninguém precisa de inimigos.Explico. Os portugueses ouvidos pela TVI fizeram gala em dizer que estavam em Luanda porque ganhavam muito, mas muito, mais do que em Portugal; que tinham excelentes moradias e não sei quantos (cinco num dos casos) empregados domésticos. É o neocolonialismo na sua mais lídima expressão.Tal como na época do outro colonialismo lusitano, os empregados domésticos apareciam a dizer que a senhora era como uma mãe. E enquanto os filhos desses portugueses (havia apenas uma excepção) frequentam a Escola Portuguesa, os dos angolanos estudam (os que estudam) na escola pública.E então onde ficou o resto de Angola, o resto dos portugueses? Será que Angola é só Luanda? Será que só há portugueses em Luanda?Não. De maneira alguma. Angola é muito mais, é sobretudo o que não está na capital nem no Roque Santeiro. É as terras do fim do mundo onde, como sempre, também vivem portugueses. Portugueses que são angolanos, ao contrário dos portugueses que a TVI mostrou e que só estão em Angola para sacar.Foto: Cidade do Huambo (também faz parte de Angola e também lá vivem portugueses).


A TVI, uma das televisões privadas de Portugal, apresentou ontem, com o rótulo de grande reportagem, um trabalho sobre os portugueses em Angola. O assunto merece, pelo menos, duas considerações. Uma revela que a noção do que é Angola é muito limitada ali para as bandas da estação dirigida por José Eduardo Moniz. Limitou-se a falar de Luanda. A outra mostra, aí com alguma perspicácia jornalística, o neocolonialismo de alguns portugueses.Tal como não aceito que se faça uma reportagem sobre Portugal mostrando apenas Lisboa, não me parece justo para os portugueses que vivem em Angola apresentá-los da forma como a TVI o fez.Se aquilo são os portugueses em Angola, então os angolanos que se ponham seriamente a pau. Com amigos daqueles ninguém precisa de inimigos.Explico. Os portugueses ouvidos pela TVI fizeram gala em dizer que estavam em Luanda porque ganhavam muito, mas muito, mais do que em Portugal; que tinham excelentes moradias e não sei quantos (cinco num dos casos) empregados domésticos. É o neocolonialismo na sua mais lídima expressão.Tal como na época do outro colonialismo lusitano, os empregados domésticos apareciam a dizer que a senhora era como uma mãe. E enquanto os filhos desses portugueses (havia apenas uma excepção) frequentam a Escola Portuguesa, os dos angolanos estudam (os que estudam) na escola pública.E então onde ficou o resto de Angola, o resto dos portugueses? Será que Angola é só Luanda? Será que só há portugueses em Luanda?Não. De maneira alguma. Angola é muito mais, é sobretudo o que não está na capital nem no Roque Santeiro. É as terras do fim do mundo onde, como sempre, também vivem portugueses. Portugueses que são angolanos, ao contrário dos portugueses que a TVI mostrou e que só estão em Angola para sacar.Foto: Cidade do Huambo (também faz parte de Angola e também lá vivem portugueses).

marcar artigo