POEMAS DE ANTÓNIO JACINTO(in “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”)SENSAÇÕESInebriam-me as superfíciesMas gosto mais dos(Oh! volúpias sênsuas!)Volumes dos sólidos de revolução.Êxtasea resolução gráfica de qualquer equaçãoO poema é uma resolução gráficaUma frémita resolução gráficaO poeta circuncentroda presença geométrica polidimensional- HUMANIDADE!C.T. Chão Bom, 13.2.68AH! SE PUDÉSSEIS AQUI VER POESIA QUE NÃO HÁ!Um rectângulo oco na parede caiada MãeTrês barras de ferro horizontais MãeNa vertical oito varões MãeAo todovinte e quatro quadrados MãeNo aro exteriorDois caixilhos Mãesomamdoze rectângulos de vidro MãeAs barras e os varões Mãeprojectam sombras nos vidrosfeitos espelhos MãeLá fora é noite MãeO campoa povoaçãoa ilhao arquipélagoO mundo que não se vê MãeDum lado e doutro, a Morte, MãeA morte como a sombra que passa pela vidraça MãeA morte sem boca sem rosto sem gritos MãeE lá fora é o lá fora que se não vê MãeCale-se o que não se vê Mãee veja-se o que se sente Mãeque o poema está no quee como se vê, MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há!Mãeaqui não há poesiaÉ triste, MãeJá não haver poesiaMãe, não há poesia, não háMãeNum cavalo de nuvens brancaso luar incendeia caríciase vem, por sobre meu rosto magrodeixar teus beijos Mãe, teus beijos MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há! C.T. Chão Bom, 13.2.68LOUCURA“nem todos atingem a craveira de poderem ser doidos, risco inerente à verdade e ao ser”“não é doido quem quer”JACQUES LACANA loucura é uma confirmaçãosanguena coragem de ser loucona naturezae veios de oiroe máscaraA loucuraé afirmação humanacrónica indiferençada coragem-alienaçãoorelha de Vicente Van GoghUm passo em frenteiluminado o vegetal(há clorofila no louco)e tortura estimulantesangue rítmicoem ondas insanasamor-sexo-amormar-sale nadaou noitemitos e símbolosloucose tu poesiaTua belezavinho-rubilábios-sanguesol lá foraPoesia!C.T. Chão Bom, 25.7.69CENSURADeram-me o gabaritPara edificar o poemaA área coberta eDos passeios a larguraOs cuidados de incêndioUm pouco de sanidade urbanaDo compêndioE abertos postigos às vigilâncias dos vizinhosTudo com reguladas vistoriasRitos de aços e cadinhosIrresponsabilidades friasMania impossível da comissão incrível- Eia fantasmas de murquir estrelasPoema não tem cota de nível!C.T. Chão Bom, versão de 30.7.79 ***Caro Jacinto: Um abraço. São belíssimos os poemas. 6 vão já para Vida e Cultura. O conto e os dez serão para a Gazeta Lavra & Oficina, que sairá muito mais tarde, lá para o fim deste ano. Tens de publicar os teus inéditos: não é justo não os podermos conhecer e, até, como exemplo, na hora que passa, de qualidade e dignidade. Não são palavras só de amigo, ou de Secretário Geral (da União dos Escritores Angolanos - UEA), são de leitor de poesia…ANTÓNIO CARDOSO18.08.82(Introdução a “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”) Adeus a Hora da Largada (2006)- Ruy Mingas (Poema de Agostinho Neto) Monangambe' (1974)- Ruy Mingas (Poema de Antonio Jacinto)
POEMAS DE ANTÓNIO JACINTO(in “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”)SENSAÇÕESInebriam-me as superfíciesMas gosto mais dos(Oh! volúpias sênsuas!)Volumes dos sólidos de revolução.Êxtasea resolução gráfica de qualquer equaçãoO poema é uma resolução gráficaUma frémita resolução gráficaO poeta circuncentroda presença geométrica polidimensional- HUMANIDADE!C.T. Chão Bom, 13.2.68AH! SE PUDÉSSEIS AQUI VER POESIA QUE NÃO HÁ!Um rectângulo oco na parede caiada MãeTrês barras de ferro horizontais MãeNa vertical oito varões MãeAo todovinte e quatro quadrados MãeNo aro exteriorDois caixilhos Mãesomamdoze rectângulos de vidro MãeAs barras e os varões Mãeprojectam sombras nos vidrosfeitos espelhos MãeLá fora é noite MãeO campoa povoaçãoa ilhao arquipélagoO mundo que não se vê MãeDum lado e doutro, a Morte, MãeA morte como a sombra que passa pela vidraça MãeA morte sem boca sem rosto sem gritos MãeE lá fora é o lá fora que se não vê MãeCale-se o que não se vê Mãee veja-se o que se sente Mãeque o poema está no quee como se vê, MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há!Mãeaqui não há poesiaÉ triste, MãeJá não haver poesiaMãe, não há poesia, não háMãeNum cavalo de nuvens brancaso luar incendeia caríciase vem, por sobre meu rosto magrodeixar teus beijos Mãe, teus beijos MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há! C.T. Chão Bom, 13.2.68LOUCURA“nem todos atingem a craveira de poderem ser doidos, risco inerente à verdade e ao ser”“não é doido quem quer”JACQUES LACANA loucura é uma confirmaçãosanguena coragem de ser loucona naturezae veios de oiroe máscaraA loucuraé afirmação humanacrónica indiferençada coragem-alienaçãoorelha de Vicente Van GoghUm passo em frenteiluminado o vegetal(há clorofila no louco)e tortura estimulantesangue rítmicoem ondas insanasamor-sexo-amormar-sale nadaou noitemitos e símbolosloucose tu poesiaTua belezavinho-rubilábios-sanguesol lá foraPoesia!C.T. Chão Bom, 25.7.69CENSURADeram-me o gabaritPara edificar o poemaA área coberta eDos passeios a larguraOs cuidados de incêndioUm pouco de sanidade urbanaDo compêndioE abertos postigos às vigilâncias dos vizinhosTudo com reguladas vistoriasRitos de aços e cadinhosIrresponsabilidades friasMania impossível da comissão incrível- Eia fantasmas de murquir estrelasPoema não tem cota de nível!C.T. Chão Bom, versão de 30.7.79 ***Caro Jacinto: Um abraço. São belíssimos os poemas. 6 vão já para Vida e Cultura. O conto e os dez serão para a Gazeta Lavra & Oficina, que sairá muito mais tarde, lá para o fim deste ano. Tens de publicar os teus inéditos: não é justo não os podermos conhecer e, até, como exemplo, na hora que passa, de qualidade e dignidade. Não são palavras só de amigo, ou de Secretário Geral (da União dos Escritores Angolanos - UEA), são de leitor de poesia…ANTÓNIO CARDOSO18.08.82(Introdução a “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”) Adeus a Hora da Largada (2006)- Ruy Mingas (Poema de Agostinho Neto) Monangambe' (1974)- Ruy Mingas (Poema de Antonio Jacinto)
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POEMAS DE ANTÓNIO JACINTO(in “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”)SENSAÇÕESInebriam-me as superfíciesMas gosto mais dos(Oh! volúpias sênsuas!)Volumes dos sólidos de revolução.Êxtasea resolução gráfica de qualquer equaçãoO poema é uma resolução gráficaUma frémita resolução gráficaO poeta circuncentroda presença geométrica polidimensional- HUMANIDADE!C.T. Chão Bom, 13.2.68AH! SE PUDÉSSEIS AQUI VER POESIA QUE NÃO HÁ!Um rectângulo oco na parede caiada MãeTrês barras de ferro horizontais MãeNa vertical oito varões MãeAo todovinte e quatro quadrados MãeNo aro exteriorDois caixilhos Mãesomamdoze rectângulos de vidro MãeAs barras e os varões Mãeprojectam sombras nos vidrosfeitos espelhos MãeLá fora é noite MãeO campoa povoaçãoa ilhao arquipélagoO mundo que não se vê MãeDum lado e doutro, a Morte, MãeA morte como a sombra que passa pela vidraça MãeA morte sem boca sem rosto sem gritos MãeE lá fora é o lá fora que se não vê MãeCale-se o que não se vê Mãee veja-se o que se sente Mãeque o poema está no quee como se vê, MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há!Mãeaqui não há poesiaÉ triste, MãeJá não haver poesiaMãe, não há poesia, não háMãeNum cavalo de nuvens brancaso luar incendeia caríciase vem, por sobre meu rosto magrodeixar teus beijos Mãe, teus beijos MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há! C.T. Chão Bom, 13.2.68LOUCURA“nem todos atingem a craveira de poderem ser doidos, risco inerente à verdade e ao ser”“não é doido quem quer”JACQUES LACANA loucura é uma confirmaçãosanguena coragem de ser loucona naturezae veios de oiroe máscaraA loucuraé afirmação humanacrónica indiferençada coragem-alienaçãoorelha de Vicente Van GoghUm passo em frenteiluminado o vegetal(há clorofila no louco)e tortura estimulantesangue rítmicoem ondas insanasamor-sexo-amormar-sale nadaou noitemitos e símbolosloucose tu poesiaTua belezavinho-rubilábios-sanguesol lá foraPoesia!C.T. Chão Bom, 25.7.69CENSURADeram-me o gabaritPara edificar o poemaA área coberta eDos passeios a larguraOs cuidados de incêndioUm pouco de sanidade urbanaDo compêndioE abertos postigos às vigilâncias dos vizinhosTudo com reguladas vistoriasRitos de aços e cadinhosIrresponsabilidades friasMania impossível da comissão incrível- Eia fantasmas de murquir estrelasPoema não tem cota de nível!C.T. Chão Bom, versão de 30.7.79 ***Caro Jacinto: Um abraço. São belíssimos os poemas. 6 vão já para Vida e Cultura. O conto e os dez serão para a Gazeta Lavra & Oficina, que sairá muito mais tarde, lá para o fim deste ano. Tens de publicar os teus inéditos: não é justo não os podermos conhecer e, até, como exemplo, na hora que passa, de qualidade e dignidade. Não são palavras só de amigo, ou de Secretário Geral (da União dos Escritores Angolanos - UEA), são de leitor de poesia…ANTÓNIO CARDOSO18.08.82(Introdução a “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”) Adeus a Hora da Largada (2006)- Ruy Mingas (Poema de Agostinho Neto) Monangambe' (1974)- Ruy Mingas (Poema de Antonio Jacinto)
POEMAS DE ANTÓNIO JACINTO(in “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”)SENSAÇÕESInebriam-me as superfíciesMas gosto mais dos(Oh! volúpias sênsuas!)Volumes dos sólidos de revolução.Êxtasea resolução gráfica de qualquer equaçãoO poema é uma resolução gráficaUma frémita resolução gráficaO poeta circuncentroda presença geométrica polidimensional- HUMANIDADE!C.T. Chão Bom, 13.2.68AH! SE PUDÉSSEIS AQUI VER POESIA QUE NÃO HÁ!Um rectângulo oco na parede caiada MãeTrês barras de ferro horizontais MãeNa vertical oito varões MãeAo todovinte e quatro quadrados MãeNo aro exteriorDois caixilhos Mãesomamdoze rectângulos de vidro MãeAs barras e os varões Mãeprojectam sombras nos vidrosfeitos espelhos MãeLá fora é noite MãeO campoa povoaçãoa ilhao arquipélagoO mundo que não se vê MãeDum lado e doutro, a Morte, MãeA morte como a sombra que passa pela vidraça MãeA morte sem boca sem rosto sem gritos MãeE lá fora é o lá fora que se não vê MãeCale-se o que não se vê Mãee veja-se o que se sente Mãeque o poema está no quee como se vê, MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há!Mãeaqui não há poesiaÉ triste, MãeJá não haver poesiaMãe, não há poesia, não háMãeNum cavalo de nuvens brancaso luar incendeia caríciase vem, por sobre meu rosto magrodeixar teus beijos Mãe, teus beijos MãeAh! se pudésseis aqui ver poesia que não há! C.T. Chão Bom, 13.2.68LOUCURA“nem todos atingem a craveira de poderem ser doidos, risco inerente à verdade e ao ser”“não é doido quem quer”JACQUES LACANA loucura é uma confirmaçãosanguena coragem de ser loucona naturezae veios de oiroe máscaraA loucuraé afirmação humanacrónica indiferençada coragem-alienaçãoorelha de Vicente Van GoghUm passo em frenteiluminado o vegetal(há clorofila no louco)e tortura estimulantesangue rítmicoem ondas insanasamor-sexo-amormar-sale nadaou noitemitos e símbolosloucose tu poesiaTua belezavinho-rubilábios-sanguesol lá foraPoesia!C.T. Chão Bom, 25.7.69CENSURADeram-me o gabaritPara edificar o poemaA área coberta eDos passeios a larguraOs cuidados de incêndioUm pouco de sanidade urbanaDo compêndioE abertos postigos às vigilâncias dos vizinhosTudo com reguladas vistoriasRitos de aços e cadinhosIrresponsabilidades friasMania impossível da comissão incrível- Eia fantasmas de murquir estrelasPoema não tem cota de nível!C.T. Chão Bom, versão de 30.7.79 ***Caro Jacinto: Um abraço. São belíssimos os poemas. 6 vão já para Vida e Cultura. O conto e os dez serão para a Gazeta Lavra & Oficina, que sairá muito mais tarde, lá para o fim deste ano. Tens de publicar os teus inéditos: não é justo não os podermos conhecer e, até, como exemplo, na hora que passa, de qualidade e dignidade. Não são palavras só de amigo, ou de Secretário Geral (da União dos Escritores Angolanos - UEA), são de leitor de poesia…ANTÓNIO CARDOSO18.08.82(Introdução a “Sobreviver Em Tarrafal de Santiago”) Adeus a Hora da Largada (2006)- Ruy Mingas (Poema de Agostinho Neto) Monangambe' (1974)- Ruy Mingas (Poema de Antonio Jacinto)