Sabemos que está na hora
de empreendermos voos chãos,
sem profundidade ou altura
[direi mesmo inúteis].
É o tempo de submergirmos em nós
e de estrangularmos as veias,
para que nelas suspendamos o andar.
Se expulsar as esperas,
viro o coração do avesso para te esgotar
[fica o teu silêncio a sangrar-me].
Se cortar os dedos do teu desejo,
vou enterrá-los,
esperando que cresçam sem asas para ti.
Mas suspeito da eficácia do golpe fatal:
sou um guerreiro como Ulisses
e não te imagino a despir
a Penélope que tens entranhada.
Poema: Nilson Barcelli © Abril 2011
Fotografia: Pintura de Angel Ramiro Sanchez
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Sabemos que está na hora
de empreendermos voos chãos,
sem profundidade ou altura
[direi mesmo inúteis].
É o tempo de submergirmos em nós
e de estrangularmos as veias,
para que nelas suspendamos o andar.
Se expulsar as esperas,
viro o coração do avesso para te esgotar
[fica o teu silêncio a sangrar-me].
Se cortar os dedos do teu desejo,
vou enterrá-los,
esperando que cresçam sem asas para ti.
Mas suspeito da eficácia do golpe fatal:
sou um guerreiro como Ulisses
e não te imagino a despir
a Penélope que tens entranhada.
Poema: Nilson Barcelli © Abril 2011
Fotografia: Pintura de Angel Ramiro Sanchez