Vias de Facto: O risco da senilidade precoce no Bloco

30-06-2011
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Parece que no Bloco de Esquerda se anda agora a descobrir o perigo do “voto útil” no PS que ameaça penalizar o Bloco e inaugurando a sua regressão eleitoral (pelo menos Rui Tavares e Ana Drago publicitaram esta preocupação). Ou seja, teme-se o “regresso às origens” dos votos que desandaram da banda esquerda do eleitorado tradicional do PS e que, por descontentamento com a viragem centrista socrática, rumaram para o Bloco. Naturalmente que o susto provocado pelo desaforo descontrolado e inepto do PSD que eleitoralmente promete (!) fazer pior e mais gravoso que o FMI tende a encaixar na táctica eleitoral armada por um Sócrates em perda de todo o decoro mas com uma estratégia eleitoral muito bem esgalhada em termos de polarização das culpas. Mas o próprio Bloco em vez de procurar culpas alheias devia repensar os seus disparates políticos, em particular a forma progressiva como tem descaracterizado as suas diferenças e se entranhou num processo de mimetização com o PCP como que em penitência pelo “desvio” da campanha por Alegre (que o PCP retribui, com manha de urso velho, suspendendo as diatribes sectárias dirigidas ao BE mas dando-lhe um papel de mero candidato a futuro Verdes II). A recusa de se encontrar com a “troika”, um acto de radicalidade inteiramente estúpida, foi a demonstração acabada da forma bloquista de se remeter para as margens do jogo político, comprometendo-se na representação da duplicidade democracia/revolução. O Bloco ao querer parecer-se com o PCP perde o apelo da sua marcha de identidade que foi o seu principal património eleitoral, o que liquida o seu papel de depósito de votos volantes (descontentes, de protesto) dos incapazes de hierarquizarem os valores da justiça social e da liberdade. Têm, naturalmente, o direito a sonharem integrar uma “CDU +”. Mas na hora de pedirem contas pelos efeitos do voto útil, não se devem esquecer que há sonhos que matam a vida. Na medida em que a tornam senil sob a forma de doença precoce.


Parece que no Bloco de Esquerda se anda agora a descobrir o perigo do “voto útil” no PS que ameaça penalizar o Bloco e inaugurando a sua regressão eleitoral (pelo menos Rui Tavares e Ana Drago publicitaram esta preocupação). Ou seja, teme-se o “regresso às origens” dos votos que desandaram da banda esquerda do eleitorado tradicional do PS e que, por descontentamento com a viragem centrista socrática, rumaram para o Bloco. Naturalmente que o susto provocado pelo desaforo descontrolado e inepto do PSD que eleitoralmente promete (!) fazer pior e mais gravoso que o FMI tende a encaixar na táctica eleitoral armada por um Sócrates em perda de todo o decoro mas com uma estratégia eleitoral muito bem esgalhada em termos de polarização das culpas. Mas o próprio Bloco em vez de procurar culpas alheias devia repensar os seus disparates políticos, em particular a forma progressiva como tem descaracterizado as suas diferenças e se entranhou num processo de mimetização com o PCP como que em penitência pelo “desvio” da campanha por Alegre (que o PCP retribui, com manha de urso velho, suspendendo as diatribes sectárias dirigidas ao BE mas dando-lhe um papel de mero candidato a futuro Verdes II). A recusa de se encontrar com a “troika”, um acto de radicalidade inteiramente estúpida, foi a demonstração acabada da forma bloquista de se remeter para as margens do jogo político, comprometendo-se na representação da duplicidade democracia/revolução. O Bloco ao querer parecer-se com o PCP perde o apelo da sua marcha de identidade que foi o seu principal património eleitoral, o que liquida o seu papel de depósito de votos volantes (descontentes, de protesto) dos incapazes de hierarquizarem os valores da justiça social e da liberdade. Têm, naturalmente, o direito a sonharem integrar uma “CDU +”. Mas na hora de pedirem contas pelos efeitos do voto útil, não se devem esquecer que há sonhos que matam a vida. Na medida em que a tornam senil sob a forma de doença precoce.

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