BCP valoriza quase 40% em bolsa desde mínimo histórico
Mafalda Aguilar
23 Nov 2011
Há nove sessões que as acções do BCP não sofrem perdas.
O BCP segue imparável em bolsa, depois dos sucessivos mínimos históricos atingidos no início do mês. Os títulos do banco liderado por Carlos Santos Ferreira sobem, nesta altura, 2,2% para 0,139 euros, contrariando a tendência negativa da praça nacional.
Desde que atingiu um mínimo histórico abaixo dos 0,10 euros (0,097 euros), a 11 de Janeiro, o banco ainda não sofreu quaisquer perdas em bolsa.
Tudo somado e o BCP já disparou 39% nas últimas nove sessões, protagonizando o melhor desempenho do índice da Bloomberg para a banca europeia (que caiu 8,57%) neste período. O banco vale actualmente mil milhões de euros.
Ao Económico, Pedro Lino, CEO da Dif Broker, justifica as subidas da semana passada do BCP com "um movimento de recuperação em alta face às quedas acentuadas registadas nos primeiros dez dias do mês, período em que perdeu 33%, sem razão aparente, devido à redução da posição da Ocidental no banco". Ontem, a companhia de seguros anunciou que vendeu 26 milhões de títulos do banco, deixando de ser a segunda maior accionista.
Já nos últimos três dias, "o que está a sustentar as acções do BCP é o reforço da Sonangol até aos 20%". Recorde-se que o jornal Expresso noticiou no sábado que na reunião entre Passos Coelho e Eduardo dos Santos na passada sexta-feira, em Luanda, foi discutida a possibilidade de um reforço da Sonangol no capital do maior banco privado português. A gigante angolana é o maior accionista do BCP, com uma participação de cerca de 11,5%.
O movimento positivo das acções do BCP - que na segunda-feira chegaram a disparar mais de 30% - tem sido acompanhado por volumes de negociação recorde. Desde o dia 11 de Novembro foram negociados, em média, 18 milhões de euros em acções do BCP, por dia, 1,24 vezes acima do volume médio diário registado desde o início do ano.
A liquidez recorde do BCP levou mesmo o regulador do mercado (CMVM) a pedir esclarecimentos à Sonangol sobre esta matéria, mas a empresa angolana remeteu a resposta para a pessoa que proferiu as declarações ao Expresso, apurou o Diário Económico. Pedro Lino lembra que a Sonangol tem autorização do Banco de Portugal para reforçar no BCP até 20%, só necessitando de informar o mercado se ultrapassar os limites legais.
Apesar do forte desempenho das últimas nove sessões, os títulos do BCP registam um tombo superior a 74% desde o início do ano, a pior prestação no índice de referência nacional.
Categorias
Entidades
BCP valoriza quase 40% em bolsa desde mínimo histórico
Mafalda Aguilar
23 Nov 2011
Há nove sessões que as acções do BCP não sofrem perdas.
O BCP segue imparável em bolsa, depois dos sucessivos mínimos históricos atingidos no início do mês. Os títulos do banco liderado por Carlos Santos Ferreira sobem, nesta altura, 2,2% para 0,139 euros, contrariando a tendência negativa da praça nacional.
Desde que atingiu um mínimo histórico abaixo dos 0,10 euros (0,097 euros), a 11 de Janeiro, o banco ainda não sofreu quaisquer perdas em bolsa.
Tudo somado e o BCP já disparou 39% nas últimas nove sessões, protagonizando o melhor desempenho do índice da Bloomberg para a banca europeia (que caiu 8,57%) neste período. O banco vale actualmente mil milhões de euros.
Ao Económico, Pedro Lino, CEO da Dif Broker, justifica as subidas da semana passada do BCP com "um movimento de recuperação em alta face às quedas acentuadas registadas nos primeiros dez dias do mês, período em que perdeu 33%, sem razão aparente, devido à redução da posição da Ocidental no banco". Ontem, a companhia de seguros anunciou que vendeu 26 milhões de títulos do banco, deixando de ser a segunda maior accionista.
Já nos últimos três dias, "o que está a sustentar as acções do BCP é o reforço da Sonangol até aos 20%". Recorde-se que o jornal Expresso noticiou no sábado que na reunião entre Passos Coelho e Eduardo dos Santos na passada sexta-feira, em Luanda, foi discutida a possibilidade de um reforço da Sonangol no capital do maior banco privado português. A gigante angolana é o maior accionista do BCP, com uma participação de cerca de 11,5%.
O movimento positivo das acções do BCP - que na segunda-feira chegaram a disparar mais de 30% - tem sido acompanhado por volumes de negociação recorde. Desde o dia 11 de Novembro foram negociados, em média, 18 milhões de euros em acções do BCP, por dia, 1,24 vezes acima do volume médio diário registado desde o início do ano.
A liquidez recorde do BCP levou mesmo o regulador do mercado (CMVM) a pedir esclarecimentos à Sonangol sobre esta matéria, mas a empresa angolana remeteu a resposta para a pessoa que proferiu as declarações ao Expresso, apurou o Diário Económico. Pedro Lino lembra que a Sonangol tem autorização do Banco de Portugal para reforçar no BCP até 20%, só necessitando de informar o mercado se ultrapassar os limites legais.
Apesar do forte desempenho das últimas nove sessões, os títulos do BCP registam um tombo superior a 74% desde o início do ano, a pior prestação no índice de referência nacional.