No Centro do Arco: Espaços sagrados

01-10-2009
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Asa de anjo.................A Mestre José RodriguesTodas as asas de anjo se contrafazem memóriatodas têm anzóis fungíveise a boca desinquieta por presságios madurospor despojos do arco-íris cintilando nas gotas de chuvamais temíveis do que o dobrado coito do sanguea única forma de amar sem lascíviao coração desnudado da fímbria do bronze,como de todos os lugares onde ousaremos o pecadoescuta-se um obsessivo galope de martelos em ciocomo se o abismo tivesse músculos brancos,e uma ágil asa a quem pesa ser a sua própria estirpeo curso iludido das entranhasem que se consumiu a nudez do dorso da almauma travessia de veias imprecisasem seu secreto canto de aves e paisagens hagiográficas,por esses céus atravessam as matrizes do profanofúrias e perfeições angustiadasàs vezes a incandescente melancolia de pássaros de caríciascomo Ícaro no desinquieto voo do solpois não há sonho senão do sonhoe há a metamorfose da sílaba que se sacraliza verboa fundição que amamenta até consumir o nome,no cimo de si própriaessa asa assemelha-se a um corpo de ressurreiçãoquando irrompe o seu útero como cutelostentando da criação a criaçãoa sua sorte como sudários febris e sombriamente brancos.Depois chegará o anjo tutelar com a máscara do eremitaa repetida subtileza que as mãos em seu pneuma concebemà promessa forjada – como se florissem o coração dos sismos..............................................................João Rasteiro


Asa de anjo.................A Mestre José RodriguesTodas as asas de anjo se contrafazem memóriatodas têm anzóis fungíveise a boca desinquieta por presságios madurospor despojos do arco-íris cintilando nas gotas de chuvamais temíveis do que o dobrado coito do sanguea única forma de amar sem lascíviao coração desnudado da fímbria do bronze,como de todos os lugares onde ousaremos o pecadoescuta-se um obsessivo galope de martelos em ciocomo se o abismo tivesse músculos brancos,e uma ágil asa a quem pesa ser a sua própria estirpeo curso iludido das entranhasem que se consumiu a nudez do dorso da almauma travessia de veias imprecisasem seu secreto canto de aves e paisagens hagiográficas,por esses céus atravessam as matrizes do profanofúrias e perfeições angustiadasàs vezes a incandescente melancolia de pássaros de caríciascomo Ícaro no desinquieto voo do solpois não há sonho senão do sonhoe há a metamorfose da sílaba que se sacraliza verboa fundição que amamenta até consumir o nome,no cimo de si própriaessa asa assemelha-se a um corpo de ressurreiçãoquando irrompe o seu útero como cutelostentando da criação a criaçãoa sua sorte como sudários febris e sombriamente brancos.Depois chegará o anjo tutelar com a máscara do eremitaa repetida subtileza que as mãos em seu pneuma concebemà promessa forjada – como se florissem o coração dos sismos..............................................................João Rasteiro

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