Os livros são objectos venerados. Porquê? Porque se lê pouco e porque muito pouca gente lê. E aquilo que é feito por uma pequena “elite” tende a ser desejado ou copiado. Infelizmente, não tanto quanto se desejaria. Mesmo aqueles que não lêem, por uma razão ou outra, têm a noção de que é importante ler. Imaginemos que vai mudar de casa e começa a juntar tralha para deitar fora: jornais, revistas velhas, bijutarias, etc. Não faz isso aos livros, pois não? Os livros colocam-se direitinhos numa caixa e levam-se para a casa nova. Nem mesmo um livreiro – que, na maior parte das vezes, vê o livro apenas como uma mercadoria – é capaz de deitar livros fora. Ele sabe que a partir do momento em que o lê, o livro deixa de ser só uma mercadoria. Não se deve destruir livros, destruir um livro é quase como assassinar, silenciar alguém que está lá dentro e que quer falar connosco, para nos contar uma história (a sua ou de outro), amores, desamores, aventuras, inventos, ideias, horrores que devemos denunciar, transmitir e recordar. Foi por isso que na história da humanidade, por diversas vezes e nos momentos mais conturbados, se destruíram bibliotecas inteiras. «As ideias perigosas não vêm de muitos livros, mas de um só.» Li esta frase escrita por alguém num livro guardado algures.--Jaime Bulhosa
Categorias
Entidades
Os livros são objectos venerados. Porquê? Porque se lê pouco e porque muito pouca gente lê. E aquilo que é feito por uma pequena “elite” tende a ser desejado ou copiado. Infelizmente, não tanto quanto se desejaria. Mesmo aqueles que não lêem, por uma razão ou outra, têm a noção de que é importante ler. Imaginemos que vai mudar de casa e começa a juntar tralha para deitar fora: jornais, revistas velhas, bijutarias, etc. Não faz isso aos livros, pois não? Os livros colocam-se direitinhos numa caixa e levam-se para a casa nova. Nem mesmo um livreiro – que, na maior parte das vezes, vê o livro apenas como uma mercadoria – é capaz de deitar livros fora. Ele sabe que a partir do momento em que o lê, o livro deixa de ser só uma mercadoria. Não se deve destruir livros, destruir um livro é quase como assassinar, silenciar alguém que está lá dentro e que quer falar connosco, para nos contar uma história (a sua ou de outro), amores, desamores, aventuras, inventos, ideias, horrores que devemos denunciar, transmitir e recordar. Foi por isso que na história da humanidade, por diversas vezes e nos momentos mais conturbados, se destruíram bibliotecas inteiras. «As ideias perigosas não vêm de muitos livros, mas de um só.» Li esta frase escrita por alguém num livro guardado algures.--Jaime Bulhosa