.: Esquina . do . Mundo :.: Será necessária grande dose de piedade divina!

01-07-2005
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Não me comovo com a morte de Arafat.- Porque até renunciar ao terrorismo, em 1988, Arafat deixou um rasto de sangue injustificável. E porque mesmo tendo deixado cair as armas, Arafat nunca deixou de suportar os grupos de terroristas que, entre outras "heroícas operações", fazem explodir autocarros no centro de Televive.- Porque Arafat apoiou, e foi apoiado, por estados párias como a Líbia.- Porque Arafat não hesitou em apoiar o Iraque na crise de 1990-91, que deu origem à 1ª Guerra do Golfo.- Porque Arafat teve grandes responsabilidades no falhanço dos acordos de Camp David, falhanço esse que deu origem à segunda "Intifada".- Porque Arafat nunca quis um estado palestiniano. Agitou a bandeira porque isso lhe permitiu acumular milhões de dólares. De acordo com a revista "Forbes", Arafat foi, em vida, um dos dez governantes mais ricos do mundo, numa lista em que só estão chefes de estado de países onde a democracia é mera retórica. Citando um texto publicado num dossier do Publico On-Line (www.publico.pt):"Desde a doença de Arafat que correm boatos sobre o desvio de pelo menos mil milhões de dólares da Autoridade Palestiniana, que terão saído dos cofres da Autoridade para outras contas entre 1995 e 2000. Segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as empresas dos Serviços Comerciais Palestinianos, do conselheiro financeiro de Arafat Mohammed Rashid (que detinham o monopólio dos negócios de cimento, materiais de construção e tabaco), desapareceram dos lucros das empresas 897,6 milhões de dólares durante o ano de 1999. No início da Intifada, voltaram para as contas da Autoridade 119 milhões - mas nunca foi encontrado o rasto dos outros 778 milhões. O FMI sublinha ainda que esta soma não inclui os impostos arrecadados pela AP, dos quais não foram encontrados quaisquer registos. Enquanto é possível ter uma ideia, ainda que ténue, dos fundos da AP, que foi obrigada a manobras de transparência pelos dadores e cujas contas foram entregues ao ministro das Finanças Salam Fayad (anterior director do FMI na região), o mesmo não acontece a riqueza pessoal de Arafat. Diz-se que tem dezenas de contas por todo o mundo, tanto em seu nome como secretas, e estimativas israelitas e norte-americanas apontam para um total de 6 mil milhões de dólares. Restam ainda as contas da OLP e da Fatah, das quais não há grandes informações."Não me comovo com a morte de Arafat. Mesmo que alguns analistas políticos digam que sem o líder da OLP, Israel, e a comunidade internacional, ficam numa situação de "no partner", ou seja, não têm parceiro para discutir a situação da Palestina. É preciso uma grande dose de ingenuidade para acreditar que Arafat era um parceiro credível para quaisquer negociações!Arafat morreu. Que Deus tenha piedade da sua alma. E será preciso um Deus muito piedoso...Gonçalo Nuno SantosPost-Scriptum: Neste, como em quase todos os temas, a Europa, liderada por franceses e alemães, tem memória curta...

Não me comovo com a morte de Arafat.- Porque até renunciar ao terrorismo, em 1988, Arafat deixou um rasto de sangue injustificável. E porque mesmo tendo deixado cair as armas, Arafat nunca deixou de suportar os grupos de terroristas que, entre outras "heroícas operações", fazem explodir autocarros no centro de Televive.- Porque Arafat apoiou, e foi apoiado, por estados párias como a Líbia.- Porque Arafat não hesitou em apoiar o Iraque na crise de 1990-91, que deu origem à 1ª Guerra do Golfo.- Porque Arafat teve grandes responsabilidades no falhanço dos acordos de Camp David, falhanço esse que deu origem à segunda "Intifada".- Porque Arafat nunca quis um estado palestiniano. Agitou a bandeira porque isso lhe permitiu acumular milhões de dólares. De acordo com a revista "Forbes", Arafat foi, em vida, um dos dez governantes mais ricos do mundo, numa lista em que só estão chefes de estado de países onde a democracia é mera retórica. Citando um texto publicado num dossier do Publico On-Line (www.publico.pt):"Desde a doença de Arafat que correm boatos sobre o desvio de pelo menos mil milhões de dólares da Autoridade Palestiniana, que terão saído dos cofres da Autoridade para outras contas entre 1995 e 2000. Segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as empresas dos Serviços Comerciais Palestinianos, do conselheiro financeiro de Arafat Mohammed Rashid (que detinham o monopólio dos negócios de cimento, materiais de construção e tabaco), desapareceram dos lucros das empresas 897,6 milhões de dólares durante o ano de 1999. No início da Intifada, voltaram para as contas da Autoridade 119 milhões - mas nunca foi encontrado o rasto dos outros 778 milhões. O FMI sublinha ainda que esta soma não inclui os impostos arrecadados pela AP, dos quais não foram encontrados quaisquer registos. Enquanto é possível ter uma ideia, ainda que ténue, dos fundos da AP, que foi obrigada a manobras de transparência pelos dadores e cujas contas foram entregues ao ministro das Finanças Salam Fayad (anterior director do FMI na região), o mesmo não acontece a riqueza pessoal de Arafat. Diz-se que tem dezenas de contas por todo o mundo, tanto em seu nome como secretas, e estimativas israelitas e norte-americanas apontam para um total de 6 mil milhões de dólares. Restam ainda as contas da OLP e da Fatah, das quais não há grandes informações."Não me comovo com a morte de Arafat. Mesmo que alguns analistas políticos digam que sem o líder da OLP, Israel, e a comunidade internacional, ficam numa situação de "no partner", ou seja, não têm parceiro para discutir a situação da Palestina. É preciso uma grande dose de ingenuidade para acreditar que Arafat era um parceiro credível para quaisquer negociações!Arafat morreu. Que Deus tenha piedade da sua alma. E será preciso um Deus muito piedoso...Gonçalo Nuno SantosPost-Scriptum: Neste, como em quase todos os temas, a Europa, liderada por franceses e alemães, tem memória curta...

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