Veja aqui o início do texto.(...)Por outro lado, prossegue nos Tribunais a “revolução cultural” iniciada recentemente, nos termos da qual só se trabalha das 9 às 5, não se leva trabalho nocturno para casa e não se trabalha ao fim de semana.É uma revolução que as circunstâncias vieram precipitar, mas que teria de ocorrer cedo ou tarde, atendendo aos extremos de escravatura profissional a que muitos Juízes já tinham chegado, estando criada uma situação que não se poderia prolongar por muito mais.Ao dizerem desassombradamente que não acreditavam que os Juízes trabalhavam em férias, em casa e aos fins de semana, os responsáveis políticos cometeram uma grande injustiça, mas paradoxalmente acabaram por prestar um serviço aos magistrados, pois essa atitude acabou por representar o “pontapé de saída” para alterações profundas numa situação que era insustentável.Tudo estaria mais ou menos bem, se não existisse um factor arrasador que nos deixa deprimidos: a justiça, que consabidamente já presta um serviço pouco eficaz à sociedade, vai passar a ser muito mais deficiente – milhares de processos vão parar, milhares de casos vão-se arrastar cada vez mais, milhares de dramas humanos vão deixar de ser resolvidos ou apaziguados (um processo judicial, cível, criminal ou de outra natureza, encerra quase sempre um ou mais dramas humanos).Esses dramas humanos que estão entranhados nos processos merecem um tratamento mais generoso da sociedade, merecem decerto ser tratados com a humanidade que um drama justifica e não com a frieza que o número de um processo sugere – daí também o compromisso ético acima aludido dos magistrados, que por isso não podem folgar as férias todas, embora o merecessem.É por isso que, com férias ou sem férias, com melhores ou piores condições, injustiçados ou não, temos de olhar em frente e organizar o nosso trabalho em ordem a minimizar pelo menos os casos mais gritantes, pelo menos no que estiver dentro das nossas possibilidades.Aqui fica o meu apelo e a minha sugestão.
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Veja aqui o início do texto.(...)Por outro lado, prossegue nos Tribunais a “revolução cultural” iniciada recentemente, nos termos da qual só se trabalha das 9 às 5, não se leva trabalho nocturno para casa e não se trabalha ao fim de semana.É uma revolução que as circunstâncias vieram precipitar, mas que teria de ocorrer cedo ou tarde, atendendo aos extremos de escravatura profissional a que muitos Juízes já tinham chegado, estando criada uma situação que não se poderia prolongar por muito mais.Ao dizerem desassombradamente que não acreditavam que os Juízes trabalhavam em férias, em casa e aos fins de semana, os responsáveis políticos cometeram uma grande injustiça, mas paradoxalmente acabaram por prestar um serviço aos magistrados, pois essa atitude acabou por representar o “pontapé de saída” para alterações profundas numa situação que era insustentável.Tudo estaria mais ou menos bem, se não existisse um factor arrasador que nos deixa deprimidos: a justiça, que consabidamente já presta um serviço pouco eficaz à sociedade, vai passar a ser muito mais deficiente – milhares de processos vão parar, milhares de casos vão-se arrastar cada vez mais, milhares de dramas humanos vão deixar de ser resolvidos ou apaziguados (um processo judicial, cível, criminal ou de outra natureza, encerra quase sempre um ou mais dramas humanos).Esses dramas humanos que estão entranhados nos processos merecem um tratamento mais generoso da sociedade, merecem decerto ser tratados com a humanidade que um drama justifica e não com a frieza que o número de um processo sugere – daí também o compromisso ético acima aludido dos magistrados, que por isso não podem folgar as férias todas, embora o merecessem.É por isso que, com férias ou sem férias, com melhores ou piores condições, injustiçados ou não, temos de olhar em frente e organizar o nosso trabalho em ordem a minimizar pelo menos os casos mais gritantes, pelo menos no que estiver dentro das nossas possibilidades.Aqui fica o meu apelo e a minha sugestão.