Surfando na Net, deparei com a seguinte notícia: "El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, envió varios regalos, entre ellos, las obras completas del libertador Simón Bolívar, al líder cubano, Fidel Castro, con motivo del 48 aniversario de la revolución"O caso começa a ser sério e vamos ver como acaba a experiência venezuelana (o "quando", temo-o bem, é no dia em que acabarem as jazidas de petróleo ou quando a sua importãncia diminuir).De facto, a revolução bolivariana, a mais de começar a influenciar outros países da América Latina, promete algo que não deixa de ser imperioso (embora me confesse céptico, para já e quiçá por ignorãncia minha, em relação à via proposta por Hugo Chavez): há que analisar os pontos em que o mercado livre se tem revelado insuficiente para prover as necessidades dos cidadãos. Falo da necessidade de criar uma rede mínima de dignidade social (não só do ponto de vista material, mas também de direitos e deveres a consagrar), abaixo da qual ninguém deve cair. Para o resto, aí sim, o mérito que faça a diferença (havendo, neste caso, que eliminar constrangimentos ao seu fucionamento, mormente em sociedades laxistas e com benevolência para com a corrupção, como a nossa).E aí, uma segunda nota de interrogação: não será contraproducente suprir o desemprego por programas de base estatal (penso, no caso, no facto de muitas pessoas encontrarem trabalho nas cooperativas patrocinadas pelo Estado)?Por outro lado, dar tudo a quem nada tem (a Venezuela tem uma forte política assistencial, ao que ouço dizer) não favorecerá o situacionismo? Quando muito, parece-me que o fenómeno do micro-crédito celebrizado por Mohamed Yunus é o mais longe que deve ir-se, pois não esquece a responsabilização da pessoa ajudada.Outro dos pormenores a observar, a meu ver, é que Chavez está a usar a parafernália mediática para seguir o seu caminho, num golpe de mestre. Peronismo mediático? Chavismo puro? A ver vamos...No entanto, uma pergunta me assola o espírito: será que a "revolução bolivariana" teria tantos seguidores, nos países vizinhos, se a Venezuela não pudesse gerir imensos recursos naturais? Por outras palavras, afinal o socialismo de Estado não acaba por usar a mesma arma do diabo capitalista? Vladimir Putin, esse sim, já viu o filme todo...
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Surfando na Net, deparei com a seguinte notícia: "El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, envió varios regalos, entre ellos, las obras completas del libertador Simón Bolívar, al líder cubano, Fidel Castro, con motivo del 48 aniversario de la revolución"O caso começa a ser sério e vamos ver como acaba a experiência venezuelana (o "quando", temo-o bem, é no dia em que acabarem as jazidas de petróleo ou quando a sua importãncia diminuir).De facto, a revolução bolivariana, a mais de começar a influenciar outros países da América Latina, promete algo que não deixa de ser imperioso (embora me confesse céptico, para já e quiçá por ignorãncia minha, em relação à via proposta por Hugo Chavez): há que analisar os pontos em que o mercado livre se tem revelado insuficiente para prover as necessidades dos cidadãos. Falo da necessidade de criar uma rede mínima de dignidade social (não só do ponto de vista material, mas também de direitos e deveres a consagrar), abaixo da qual ninguém deve cair. Para o resto, aí sim, o mérito que faça a diferença (havendo, neste caso, que eliminar constrangimentos ao seu fucionamento, mormente em sociedades laxistas e com benevolência para com a corrupção, como a nossa).E aí, uma segunda nota de interrogação: não será contraproducente suprir o desemprego por programas de base estatal (penso, no caso, no facto de muitas pessoas encontrarem trabalho nas cooperativas patrocinadas pelo Estado)?Por outro lado, dar tudo a quem nada tem (a Venezuela tem uma forte política assistencial, ao que ouço dizer) não favorecerá o situacionismo? Quando muito, parece-me que o fenómeno do micro-crédito celebrizado por Mohamed Yunus é o mais longe que deve ir-se, pois não esquece a responsabilização da pessoa ajudada.Outro dos pormenores a observar, a meu ver, é que Chavez está a usar a parafernália mediática para seguir o seu caminho, num golpe de mestre. Peronismo mediático? Chavismo puro? A ver vamos...No entanto, uma pergunta me assola o espírito: será que a "revolução bolivariana" teria tantos seguidores, nos países vizinhos, se a Venezuela não pudesse gerir imensos recursos naturais? Por outras palavras, afinal o socialismo de Estado não acaba por usar a mesma arma do diabo capitalista? Vladimir Putin, esse sim, já viu o filme todo...