Ainda há lodo no cais: De Cláudio a Nero, melodiosamente

27-06-2009
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Assinante incurável que sou das temporadas líricas do São Carlos, tive no passado dia 21 um momento de excepcional conteúdo lúdico.Com composição de George Friedrich Händel e libreto de Vincenzo Grimani, Agrippina mistura história e ficção com os deliciosos sons do período barroco (aquele cravo...). As vozes estiveram, também elas e na opinião de um apreciador sem pretensões de ser perito, à altura.Desta vez, houve um extra de destacar, a provar que os portugueses podem fazer Cultura de qualidade sem serem incompreensíveis ou grosseiros: "O Velório de Cláudio ou A Representação Bufa de Personagens Históricas”, uma encomenda do TNSC ao compositor Nuno Côrte-Real, com libreto de José Luis Peixoto, na melhor tradição da ópera bufa, pese embora com a "originalidade" de se tratar de um intermezzo colocado no ínicio do espectáculo por razões técnicas.Perdoo, assim, ao Director Artístico do São Carlos, Christoph Dammann, o mau gosto de ter voltado a chamar Karoline Gruber para encenar "Salome" (a ópera anterior), depois da horrível experiência de "Das Märchen" de Emmanuel Nunes, sobre a qual tenho a dizer exactamente o contrário do que disse da obra de Nuno Côrte-Real, que era agresiva e incompreensível.O que já não esqueço é a crítica de Jorge Calado no "Expresso"... O crítico mais teria a ganhar em fazer jus ao apelido e meter a viola ao saco. Se o vómito tivesse tradução ortográfica satisfatória, seria isso que Calado faria, tal a maneira como asperge bílis sobre a apresentação em causa. Sendo que a opinião é livre, a arrogância, a intolerância e até a grosseria com que escreve é a razão pela qual certas formas de manifestação cultural se encontram longe da democratização. Querendo dar nas vistas e justificar o espaço no semanário, Calado escreve como se cada espectador tivesse que ser um melómano. Lamentável...


Assinante incurável que sou das temporadas líricas do São Carlos, tive no passado dia 21 um momento de excepcional conteúdo lúdico.Com composição de George Friedrich Händel e libreto de Vincenzo Grimani, Agrippina mistura história e ficção com os deliciosos sons do período barroco (aquele cravo...). As vozes estiveram, também elas e na opinião de um apreciador sem pretensões de ser perito, à altura.Desta vez, houve um extra de destacar, a provar que os portugueses podem fazer Cultura de qualidade sem serem incompreensíveis ou grosseiros: "O Velório de Cláudio ou A Representação Bufa de Personagens Históricas”, uma encomenda do TNSC ao compositor Nuno Côrte-Real, com libreto de José Luis Peixoto, na melhor tradição da ópera bufa, pese embora com a "originalidade" de se tratar de um intermezzo colocado no ínicio do espectáculo por razões técnicas.Perdoo, assim, ao Director Artístico do São Carlos, Christoph Dammann, o mau gosto de ter voltado a chamar Karoline Gruber para encenar "Salome" (a ópera anterior), depois da horrível experiência de "Das Märchen" de Emmanuel Nunes, sobre a qual tenho a dizer exactamente o contrário do que disse da obra de Nuno Côrte-Real, que era agresiva e incompreensível.O que já não esqueço é a crítica de Jorge Calado no "Expresso"... O crítico mais teria a ganhar em fazer jus ao apelido e meter a viola ao saco. Se o vómito tivesse tradução ortográfica satisfatória, seria isso que Calado faria, tal a maneira como asperge bílis sobre a apresentação em causa. Sendo que a opinião é livre, a arrogância, a intolerância e até a grosseria com que escreve é a razão pela qual certas formas de manifestação cultural se encontram longe da democratização. Querendo dar nas vistas e justificar o espaço no semanário, Calado escreve como se cada espectador tivesse que ser um melómano. Lamentável...

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