Ainda há lodo no cais: Fala quem sabe

27-06-2009
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Da "globoesfericamente" famosa Universidade de Verão do PSD retive, entre outras coisas, a interessante palestra de Miguel Monjardino que, como era de esperar, incidiu muito sobre o estado de coisas no Médio Oriente. Citando de cor e sem o mesmo engenho, há pontos que me parecem de ponderar:ocorre, no Médio Oriente, a transição para líderes que exacerbam os sentimentos religiosos e que cada vez mais se comportarão como Ahmadinejad. a religião será ponto determinante no choque de perspectivas (de civilizações, segundo Huntington), como provam, a contrario, os fracassos dos regimes laicos de base muçulmana (acrescento eu, a propósito, que a União Europeia devia gerir com pinças e urgência os casos da Bósnia-Herzegovina, da Albânia e da Turquia).o Líbano, sendo um caso claro de actuação procuração de milícias extremistas, não terá paz a breve trecho, ficando por perceber os custos que as opiniões públicas europeias aceitam pagar (poucos, digo eu) por um protagonismo diplomático não muito lógico, na óptica muitos eleitores. Lembre-se ainda que o ocaso da influência predominante da geopolítica europeia se deu, em meados do século XX, não muito longe, no Canal de Suez.o Irão e, sobretudo, o Paquistão (a chave do que se passa no Afeganistão, por exemplo) são os grandes problemas, no imediato. A lembrar que o segundo já tem armas nucleares e tem muito mais instabilidade interna do que a antiga Pérsia.os Estados islâmicos (para evitar reportar-me à própria civilização), nas últimas décadas, não produziram uma só inovação (científica, cultural ou outra) de relevo para o futuro da humanidade. Relembro que, no passado, das partidas muçulmanas do globo vieram incontáveis avanços.o Médio Oriente vai dar-nos muitas e grandes dores de cabeça, nos anos vindouros.Se bem sumariei e adornei, há sempre que destacar os actores sociais que realmente acrescentam à nossa capacidade de perspectiva ou, pelo menos, de prospectiva. Miguel Monjardino é um desses casos; oxalá alguma força política consiga persuadi-lo a emprestar o seu saber à administração da res publica.Com a endogamia partidária actual, confesso-me céptico.


Da "globoesfericamente" famosa Universidade de Verão do PSD retive, entre outras coisas, a interessante palestra de Miguel Monjardino que, como era de esperar, incidiu muito sobre o estado de coisas no Médio Oriente. Citando de cor e sem o mesmo engenho, há pontos que me parecem de ponderar:ocorre, no Médio Oriente, a transição para líderes que exacerbam os sentimentos religiosos e que cada vez mais se comportarão como Ahmadinejad. a religião será ponto determinante no choque de perspectivas (de civilizações, segundo Huntington), como provam, a contrario, os fracassos dos regimes laicos de base muçulmana (acrescento eu, a propósito, que a União Europeia devia gerir com pinças e urgência os casos da Bósnia-Herzegovina, da Albânia e da Turquia).o Líbano, sendo um caso claro de actuação procuração de milícias extremistas, não terá paz a breve trecho, ficando por perceber os custos que as opiniões públicas europeias aceitam pagar (poucos, digo eu) por um protagonismo diplomático não muito lógico, na óptica muitos eleitores. Lembre-se ainda que o ocaso da influência predominante da geopolítica europeia se deu, em meados do século XX, não muito longe, no Canal de Suez.o Irão e, sobretudo, o Paquistão (a chave do que se passa no Afeganistão, por exemplo) são os grandes problemas, no imediato. A lembrar que o segundo já tem armas nucleares e tem muito mais instabilidade interna do que a antiga Pérsia.os Estados islâmicos (para evitar reportar-me à própria civilização), nas últimas décadas, não produziram uma só inovação (científica, cultural ou outra) de relevo para o futuro da humanidade. Relembro que, no passado, das partidas muçulmanas do globo vieram incontáveis avanços.o Médio Oriente vai dar-nos muitas e grandes dores de cabeça, nos anos vindouros.Se bem sumariei e adornei, há sempre que destacar os actores sociais que realmente acrescentam à nossa capacidade de perspectiva ou, pelo menos, de prospectiva. Miguel Monjardino é um desses casos; oxalá alguma força política consiga persuadi-lo a emprestar o seu saber à administração da res publica.Com a endogamia partidária actual, confesso-me céptico.

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