O Ministro dos Negócios Estrangeiros vai, hoje, ao Parlamento, explicar os voos da CIA e da Força Aérea Israelita, que passaram pela base das Lajes.Vejamos alguns pontos que se me oferecem comentar sobre este assunto:O que mais me preocupa é saber até que ponto estão a fazer gato-sapato da nossa soberania; isto é, gostaria de apurar se os governos responsáveis pelos aviões que por ali passaram tinham ou não de nos passar cartucho ou se, tendo passado, é uma informação que deve ser mantida confidencial (algo que me parece razoável).Os media actuais, achando-se mais legitimados do que o poder político, não têm a lealdade de explicar à opinião pública que a política externa e a política de defesa são áreas nas quais o segredo pode, desde que proporcional e excepcional, justificar-se.Depois, há que optar: ou temos aliados, ou não. A verdade é que, num conflito contra movimentos terroristas que assassinam inocentes, sem qualquer respeito por qualquer princípio de humanidade, e Estados de Direito e democracias como os E.U.A. e Israel, a minha escolha é por estes últimos.Não me parece que seja atropelo sequer comparável ao dos criminosos da Al Qaeda e do Hezbollah transportar clandestinamente prisioneiros para centros de detenção, onde, mercê da natureza quase incontrolável do fenómeno terrorista, estarão sujeitos a procedimentos menos ortodoxos, mas, ainda assim, muitíssimo mais humanos do que os que os interrogados usaram contra homens, mulheres e crianças inocentes. Como é óbvio, menos ainda me horroriza que se transporte material bélico, seja ele ofenseivo, defensivo, não ofensivo ou qualquer outra palermice que lhe queiram chamar. É para um exército democraticamente supervisionado (veja-se que Israel abriu um inquérito sobre a actuação das suas forças armadas, algo que só deve existir no Hezbollah quando o criminoso não consegue suicidar-se ou matar em número suficiente...) e não para semear o horror entre civis, como as armas que a Síria e o Irão fornecem ao chamado Partido de Deus.Claro está que um processo como o de Guantanamo só é sustentável enquanto for excepcional, temporário e não envolva tortura ou qualquer outro apoucamento sádico do ser humano. Ainda assim, se estiver em causa salvar "n" vidas inocentes, concedo que há que admitir alguma latitude no "diálogo". Mesmo aqui, repare-se que os E.U.A. ordenaram, de imediato, inquéritos aos infames casos da prisão de Abu Grhaib, no Iraque.Por mim, face à barbárie de certos canalhas, do Médio Oriente à Chechénia, não hesito em tomar partido.Como não nascemos ontem, recomenda-se atenção para o previsível e apalhaçado comportamento de alguns deputados, como os do Bloco de Esquerda...
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O Ministro dos Negócios Estrangeiros vai, hoje, ao Parlamento, explicar os voos da CIA e da Força Aérea Israelita, que passaram pela base das Lajes.Vejamos alguns pontos que se me oferecem comentar sobre este assunto:O que mais me preocupa é saber até que ponto estão a fazer gato-sapato da nossa soberania; isto é, gostaria de apurar se os governos responsáveis pelos aviões que por ali passaram tinham ou não de nos passar cartucho ou se, tendo passado, é uma informação que deve ser mantida confidencial (algo que me parece razoável).Os media actuais, achando-se mais legitimados do que o poder político, não têm a lealdade de explicar à opinião pública que a política externa e a política de defesa são áreas nas quais o segredo pode, desde que proporcional e excepcional, justificar-se.Depois, há que optar: ou temos aliados, ou não. A verdade é que, num conflito contra movimentos terroristas que assassinam inocentes, sem qualquer respeito por qualquer princípio de humanidade, e Estados de Direito e democracias como os E.U.A. e Israel, a minha escolha é por estes últimos.Não me parece que seja atropelo sequer comparável ao dos criminosos da Al Qaeda e do Hezbollah transportar clandestinamente prisioneiros para centros de detenção, onde, mercê da natureza quase incontrolável do fenómeno terrorista, estarão sujeitos a procedimentos menos ortodoxos, mas, ainda assim, muitíssimo mais humanos do que os que os interrogados usaram contra homens, mulheres e crianças inocentes. Como é óbvio, menos ainda me horroriza que se transporte material bélico, seja ele ofenseivo, defensivo, não ofensivo ou qualquer outra palermice que lhe queiram chamar. É para um exército democraticamente supervisionado (veja-se que Israel abriu um inquérito sobre a actuação das suas forças armadas, algo que só deve existir no Hezbollah quando o criminoso não consegue suicidar-se ou matar em número suficiente...) e não para semear o horror entre civis, como as armas que a Síria e o Irão fornecem ao chamado Partido de Deus.Claro está que um processo como o de Guantanamo só é sustentável enquanto for excepcional, temporário e não envolva tortura ou qualquer outro apoucamento sádico do ser humano. Ainda assim, se estiver em causa salvar "n" vidas inocentes, concedo que há que admitir alguma latitude no "diálogo". Mesmo aqui, repare-se que os E.U.A. ordenaram, de imediato, inquéritos aos infames casos da prisão de Abu Grhaib, no Iraque.Por mim, face à barbárie de certos canalhas, do Médio Oriente à Chechénia, não hesito em tomar partido.Como não nascemos ontem, recomenda-se atenção para o previsível e apalhaçado comportamento de alguns deputados, como os do Bloco de Esquerda...