Excepcionalmente nos comentários a filmes, incluo um texto para reconhecer que, partindo com preconceito para a sala de cinema (pensei que, ao jeito de "O Crime do Padre Amaro", o filme era Soraia Chaves nua e pouco mais), acabei por ver um filme muito bem interpretado (a dita Soraia incluída) e realizado. Acresce que ainda vivia o trauma do paupérrimo "Corrupçã0"... Desde logo, permite que as pessoas se resumam à gargalhada pelo lado burlesco de alguns episódios e/ou leiam o lado oculto da política do qual muitos falam, mas sobre o qual raramente se arranjam provas válidas, sobretudo sobre os protagonistas maiores da vida pública.De resto, temos de tudo:A deliciosa ilustração da carência de meios de que, regular e justamente, se queixa a Polícia Judiciária (quando os dois inspectores estão a reparar algo no motor do carro).A mala com a gratificação ao autarca corrompido, em numerário. O mesmo autarca, aliás, que fora fotografado com a Call Girl contratada para o efeito (dos árbitros aos políticos, cada um tem os seus vícios...).As regras de vida da dita meretriz, que incluem não levar identificação e não permitir paixão nas prestações de serviço.A distinção feita pelo intermediário (Joaquim de Almeida) entre chantagem e suborno, indicando que prefere a última modalidade de "negociação" pelo facto de gerar cumplicidade.O telefonema do nosso "Jaquim" - supõe-se que para a cúpula política - para que a insvestigação seja parada por alegadas irregularidades processuais.E tantos detalhes magníficos como, designadamente, o facto de o realizador (António Pedro Vasconcelos) fazer uma aparição fugaz (a lembrar a engraçada "mania" de Alfred Hitchcock) e a tirada de Soraia, prostituta de luxo, explicando ao modesto e ainda inocente autarca (Nicolau Breyner) que (cito de cor) "respiro luxo e transpiro Perrier"...Desde "Camarate" que não via, em Portugal, um filme de tese tão realista. Recomendo, pois verão que "ainda há lodo" na nossa política. Esperemos não ter que, um dia destes, concluir que "só há lodo" na nossa vida pública, agora que os senadores se aposentam e que as novas gerações podem aceitar beijar o anel...
Excepcionalmente nos comentários a filmes, incluo um texto para reconhecer que, partindo com preconceito para a sala de cinema (pensei que, ao jeito de "O Crime do Padre Amaro", o filme era Soraia Chaves nua e pouco mais), acabei por ver um filme muito bem interpretado (a dita Soraia incluída) e realizado. Acresce que ainda vivia o trauma do paupérrimo "Corrupçã0"... Desde logo, permite que as pessoas se resumam à gargalhada pelo lado burlesco de alguns episódios e/ou leiam o lado oculto da política do qual muitos falam, mas sobre o qual raramente se arranjam provas válidas, sobretudo sobre os protagonistas maiores da vida pública.De resto, temos de tudo:A deliciosa ilustração da carência de meios de que, regular e justamente, se queixa a Polícia Judiciária (quando os dois inspectores estão a reparar algo no motor do carro).A mala com a gratificação ao autarca corrompido, em numerário. O mesmo autarca, aliás, que fora fotografado com a Call Girl contratada para o efeito (dos árbitros aos políticos, cada um tem os seus vícios...).As regras de vida da dita meretriz, que incluem não levar identificação e não permitir paixão nas prestações de serviço.A distinção feita pelo intermediário (Joaquim de Almeida) entre chantagem e suborno, indicando que prefere a última modalidade de "negociação" pelo facto de gerar cumplicidade.O telefonema do nosso "Jaquim" - supõe-se que para a cúpula política - para que a insvestigação seja parada por alegadas irregularidades processuais.E tantos detalhes magníficos como, designadamente, o facto de o realizador (António Pedro Vasconcelos) fazer uma aparição fugaz (a lembrar a engraçada "mania" de Alfred Hitchcock) e a tirada de Soraia, prostituta de luxo, explicando ao modesto e ainda inocente autarca (Nicolau Breyner) que (cito de cor) "respiro luxo e transpiro Perrier"...Desde "Camarate" que não via, em Portugal, um filme de tese tão realista. Recomendo, pois verão que "ainda há lodo" na nossa política. Esperemos não ter que, um dia destes, concluir que "só há lodo" na nossa vida pública, agora que os senadores se aposentam e que as novas gerações podem aceitar beijar o anel...