Tendo sido intimado para tal (cfr. comentários ao texto sobre a Venezuela) e uma vez que cá estou, eis um pequeno comentário às eleições dinamarquesas, de ontem. O essencial já se sabe: voltaram a ganhar os liberais (pela terceira vez), embora a maioria possa vir a ser composta com recurso a um partido anti-imigração, um partido formado por um imigrante sírio e por deputados eleitos pelas (muito) autónomas Ilhas Faroe. Como notas de rodapé posso acrescentar, em primeiro lugar, que, ao que apurei junto de nativos, pouco separa os liberais dos sociais-democratas, com excepção mais sublinhada para a segurança social - ou não fora esta a casa da "flexi-segurança" (invenção bem nutrida por "apenas" 3,1% de desemprego e 3,5% de crescimento económico, em 2006). Em segundo lugar, realço a afluência às urnas que ultrapassou os 86%, segundo sítios como os da BBC e do Internatinal Herald Tribune... Esta fica sem mais comentários... Depois, vale a pena que pensemos sobre a mensagem que a União Europeia tem para os países mais ricos. Se a Noruega já rejeitou, por referendo, a adesão, na Dinamarca, assim que se começaram a ouvir as trombetas do federalismo, desde logo se rejeitou a moeda única. Acresce que a desconfiança face ao vizinho maior, não é exclusivo nosso; aqui o assunto fala alemão... Por fim, a campanha: sóbria, com alguns panfletos informativos e com os candidatos nas rádios, televisões, nas praças, sempre disponíveis e sem circo. Aqui não há febras e batatas fritas, "trios eléctricos", sacos de plástico ou gritaria... Uma eleição à Paulo Bento...
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Tendo sido intimado para tal (cfr. comentários ao texto sobre a Venezuela) e uma vez que cá estou, eis um pequeno comentário às eleições dinamarquesas, de ontem. O essencial já se sabe: voltaram a ganhar os liberais (pela terceira vez), embora a maioria possa vir a ser composta com recurso a um partido anti-imigração, um partido formado por um imigrante sírio e por deputados eleitos pelas (muito) autónomas Ilhas Faroe. Como notas de rodapé posso acrescentar, em primeiro lugar, que, ao que apurei junto de nativos, pouco separa os liberais dos sociais-democratas, com excepção mais sublinhada para a segurança social - ou não fora esta a casa da "flexi-segurança" (invenção bem nutrida por "apenas" 3,1% de desemprego e 3,5% de crescimento económico, em 2006). Em segundo lugar, realço a afluência às urnas que ultrapassou os 86%, segundo sítios como os da BBC e do Internatinal Herald Tribune... Esta fica sem mais comentários... Depois, vale a pena que pensemos sobre a mensagem que a União Europeia tem para os países mais ricos. Se a Noruega já rejeitou, por referendo, a adesão, na Dinamarca, assim que se começaram a ouvir as trombetas do federalismo, desde logo se rejeitou a moeda única. Acresce que a desconfiança face ao vizinho maior, não é exclusivo nosso; aqui o assunto fala alemão... Por fim, a campanha: sóbria, com alguns panfletos informativos e com os candidatos nas rádios, televisões, nas praças, sempre disponíveis e sem circo. Aqui não há febras e batatas fritas, "trios eléctricos", sacos de plástico ou gritaria... Uma eleição à Paulo Bento...