Post em construção. Como este post já mereceu alguns comentários, vou reproduzir alguns deles que serão removidos quando editar o texto previsto: A tese que vou defender é a de que o físico não é o caminho que leva à metafísica: a performance sexual aboliu a êxtase. Leveza, velocidade, novidade e variedade, numa palavra rodagem, são os traços do homem consumidor de sexo. O échangisme é uma estratégia usada pelos casais em Paris para fazer face à incerteza, que os livra do sexo casual, da "ménage à trois" e do adultério. Porém, a existência de clubes de échangistes institucionalizou a troca, isto é, a "ménage à quatre, six, huit", etc., quanto mais melhor. O sexo faz parte da dieta alimentar do homem consumidor: os parceiros tornaram-se objectos de consumo; prova-se e deita-se fora, porque o homo sexualis consumidor se desembaraçou dos vínculos sociais e do compromisso. O homo sexualis já não olha para os parceiros, como se vê pelo uso compulsivo do telemóvel ou mesmo da Internet. Conectado à rede mas sempre sozinho: eis o homo (simultaneamente) sexualis e consumens. A questão é esta: Será que o sexo em si é importante? Sexo sem vínculo? Sem amor? Sem compromisso? Sexo sem vínculo é masturbação acompanhada! Erich Fromm disse coisas interessantes a este propósito. Comer muito vicia e sexar muito também vicia: a comida engorda e o sexo faz com que a pessoa se torne um Nada ou, como diria Gil Vicente, "Ninguém". É preciso derrubar a imagem consumista do sexo e as suas patologias. Sexo já não é transgressão mas rotina comercializada e controlada pelas indústrias. O membro viril ou a fornalha feminina são impuros, tal como em Israel: quanto maior melhor. Apenas exploração do aspecto físico do sexo sem metafísica e sem risco. O preservativo significa sexo seguro! Está tudo contaminado pelo metabolismo reduzido... Estive a ver parte de um documentário sobre Maio de 68 e seus efeitos mundiais. Conhecemos os resultados finais tristes (morte de Che Guevara aos 39 anos baleado pelo exército boliviano, a morte de estudantes mexicanos, a tomada de Praga pelo exército russo e a emulação do estudante de filosofia, a vitória de De Gaulle, etc.) e sobretudo os seus efeitos paralisantes a longo termo. Essa geração de 68 é a que está actualmente no poder e é corrupta: os filhos e netos são seres desmiolados e decadentes. Gado sem força de vontade. E, no entanto, sabemos que podemos e devemos desobedecer e paralisar o mundo, na tentativa de o livrar da desigualdade, da injustiça, da falsa liberdade e da miséria mental. O sexo já não vale nada. Os velhos fazem figuras tristes querendo parecer mais novos e inventando a sexualidade na Terceira Idade: caras de plástico inestético e viagra. Os novos seguem scripts: executam movimentos com a finalidade de atingir um orgasmo físico sem futuro. É tudo masturbação mental e física. Por detrás da máscara corporal, seja velha ou nova, não há nada: o sexo já não satisfaz e induz comportamentos aditivos. Tal como os toxicodependentes, os consumidores de sexo querem sempre uma dose maior, mas ficam sempre sozinhos, mais velhos e, lá no fundo, profundamente infelizes. A vida nestas condições metabolicamente reduzidas está irremediavelmente perdida e só há um meio de sair deste mundo cinzento: a Grande Recusa que diz Não à falsa Paz... J Francisco Saraiva de Sousa
Categorias
Entidades
Post em construção. Como este post já mereceu alguns comentários, vou reproduzir alguns deles que serão removidos quando editar o texto previsto: A tese que vou defender é a de que o físico não é o caminho que leva à metafísica: a performance sexual aboliu a êxtase. Leveza, velocidade, novidade e variedade, numa palavra rodagem, são os traços do homem consumidor de sexo. O échangisme é uma estratégia usada pelos casais em Paris para fazer face à incerteza, que os livra do sexo casual, da "ménage à trois" e do adultério. Porém, a existência de clubes de échangistes institucionalizou a troca, isto é, a "ménage à quatre, six, huit", etc., quanto mais melhor. O sexo faz parte da dieta alimentar do homem consumidor: os parceiros tornaram-se objectos de consumo; prova-se e deita-se fora, porque o homo sexualis consumidor se desembaraçou dos vínculos sociais e do compromisso. O homo sexualis já não olha para os parceiros, como se vê pelo uso compulsivo do telemóvel ou mesmo da Internet. Conectado à rede mas sempre sozinho: eis o homo (simultaneamente) sexualis e consumens. A questão é esta: Será que o sexo em si é importante? Sexo sem vínculo? Sem amor? Sem compromisso? Sexo sem vínculo é masturbação acompanhada! Erich Fromm disse coisas interessantes a este propósito. Comer muito vicia e sexar muito também vicia: a comida engorda e o sexo faz com que a pessoa se torne um Nada ou, como diria Gil Vicente, "Ninguém". É preciso derrubar a imagem consumista do sexo e as suas patologias. Sexo já não é transgressão mas rotina comercializada e controlada pelas indústrias. O membro viril ou a fornalha feminina são impuros, tal como em Israel: quanto maior melhor. Apenas exploração do aspecto físico do sexo sem metafísica e sem risco. O preservativo significa sexo seguro! Está tudo contaminado pelo metabolismo reduzido... Estive a ver parte de um documentário sobre Maio de 68 e seus efeitos mundiais. Conhecemos os resultados finais tristes (morte de Che Guevara aos 39 anos baleado pelo exército boliviano, a morte de estudantes mexicanos, a tomada de Praga pelo exército russo e a emulação do estudante de filosofia, a vitória de De Gaulle, etc.) e sobretudo os seus efeitos paralisantes a longo termo. Essa geração de 68 é a que está actualmente no poder e é corrupta: os filhos e netos são seres desmiolados e decadentes. Gado sem força de vontade. E, no entanto, sabemos que podemos e devemos desobedecer e paralisar o mundo, na tentativa de o livrar da desigualdade, da injustiça, da falsa liberdade e da miséria mental. O sexo já não vale nada. Os velhos fazem figuras tristes querendo parecer mais novos e inventando a sexualidade na Terceira Idade: caras de plástico inestético e viagra. Os novos seguem scripts: executam movimentos com a finalidade de atingir um orgasmo físico sem futuro. É tudo masturbação mental e física. Por detrás da máscara corporal, seja velha ou nova, não há nada: o sexo já não satisfaz e induz comportamentos aditivos. Tal como os toxicodependentes, os consumidores de sexo querem sempre uma dose maior, mas ficam sempre sozinhos, mais velhos e, lá no fundo, profundamente infelizes. A vida nestas condições metabolicamente reduzidas está irremediavelmente perdida e só há um meio de sair deste mundo cinzento: a Grande Recusa que diz Não à falsa Paz... J Francisco Saraiva de Sousa