o grego gymnasión: Em pleno Chiado, como Pilatos no credo

24-05-2005
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Não tenho nem nisquinho contra o dirigente Francisco Louçã que não conheço de parte alguma, ou antes, desconhecia e vai que continuo na mesma. E isto que se me começa meio turvo, é simples de contar. Ontem, seguia Chiado fora com a Isaura a encher-me a alma, a pele da Isaura, a voz da Isaura, eis senão quando tropecei no figurão ali especado no meio da rua. Trocámos o perdão, desculpe, faça favor da ordem e, perante a palhaçada que para ali ia, alveitei: «mas o que vem a ser isto?» O tipo olhou sem ver e nem uma aberta me deu porque estava entretido a rir ou a tossir, não percebi. Certo é que apareceu uma velha a encomendar-me sermão: «então, tenha calma, é uma brincadeira do blogo» (tal e qual) e eu, já esvaziado de pachorra: «Uma brincadeira? Mas que graça é que isto tem? Já que à senhora os dedos lhe parecem hóspedes, eu quero é que me desamparem a loja, plize, que o Chiado não tem dono» E, enquanto tentava escapar ao magote, fui estorvado por uma magricela, feia como os demónios, que ralhou de peito (fraco peito) feito (mal feito!): «se o senhor não gosta, podia, ao menos, não incomodar!» (as pausas são da minha responsabilidade que a néscia louca cuspiu isto tudo sem parar enquanto revirou a lógica toda de pernas para o ar). Fiquei mudo. Isto dito, a pencuda virou-me as costas e eu pude ver, cosidinho na mochila, o logótipo do bloco de esquerda do camarada Louçã. Entendi-te! E nesse andar ali fiquei, parado, feito tumba a observar a nova ordem das coisas, a grande ordem do camandro! Bestial, pá! A imaginação ao poder, sous les pavés? La plage! Bonito serviço: a rua atravancada de miúdos (andaria por lá o autor do Barnabé?), paus mandados, mulheres pavonas, eu e o pau de fio dirigente a rir da acção política transformada em coisa lúdica mas, atenção! Com mensagem, pois os jogos sem fronteiras do partido a que chamam bloco apenas divertiam os que a tal eram obrigados. Um enfado! Havia uma bola gigante, uma grande bola inteligente (não confundir com a da Carla) que deitava abaixo pinos humanos vestidos de desgraçados. Eu vi, com estes que a terra tal e tal, um tipo gordo, patibular, a derrubar o pino humano do desemprego. Ena! Mas que grande forrobodó, pá! Isto é que é imaginação, o impossível tornado possível, e sous les pavés? La plage! A sensibilização para as virtudes do socialismo avançado segundo Louçã tem que passar pelo que é rapioqueiro que é a forma mais juvenil de expressão e caçar votos. E enquanto não chegou a hora de irem jogar playstation com o chefe, de volta para a sede do partido, perdão, bloco, ali esteve o Chiado a ser o bom algarismo que sempre foi. E eu idem na cambulhada. Ainda rezei por uma tromba de água na tóla do ser amplo Louçã, mas o tempo está de seca, o que é que querem?! Um deserto, é o que isto é. Do Grego Gymnasión semetidinho.

Não tenho nem nisquinho contra o dirigente Francisco Louçã que não conheço de parte alguma, ou antes, desconhecia e vai que continuo na mesma. E isto que se me começa meio turvo, é simples de contar. Ontem, seguia Chiado fora com a Isaura a encher-me a alma, a pele da Isaura, a voz da Isaura, eis senão quando tropecei no figurão ali especado no meio da rua. Trocámos o perdão, desculpe, faça favor da ordem e, perante a palhaçada que para ali ia, alveitei: «mas o que vem a ser isto?» O tipo olhou sem ver e nem uma aberta me deu porque estava entretido a rir ou a tossir, não percebi. Certo é que apareceu uma velha a encomendar-me sermão: «então, tenha calma, é uma brincadeira do blogo» (tal e qual) e eu, já esvaziado de pachorra: «Uma brincadeira? Mas que graça é que isto tem? Já que à senhora os dedos lhe parecem hóspedes, eu quero é que me desamparem a loja, plize, que o Chiado não tem dono» E, enquanto tentava escapar ao magote, fui estorvado por uma magricela, feia como os demónios, que ralhou de peito (fraco peito) feito (mal feito!): «se o senhor não gosta, podia, ao menos, não incomodar!» (as pausas são da minha responsabilidade que a néscia louca cuspiu isto tudo sem parar enquanto revirou a lógica toda de pernas para o ar). Fiquei mudo. Isto dito, a pencuda virou-me as costas e eu pude ver, cosidinho na mochila, o logótipo do bloco de esquerda do camarada Louçã. Entendi-te! E nesse andar ali fiquei, parado, feito tumba a observar a nova ordem das coisas, a grande ordem do camandro! Bestial, pá! A imaginação ao poder, sous les pavés? La plage! Bonito serviço: a rua atravancada de miúdos (andaria por lá o autor do Barnabé?), paus mandados, mulheres pavonas, eu e o pau de fio dirigente a rir da acção política transformada em coisa lúdica mas, atenção! Com mensagem, pois os jogos sem fronteiras do partido a que chamam bloco apenas divertiam os que a tal eram obrigados. Um enfado! Havia uma bola gigante, uma grande bola inteligente (não confundir com a da Carla) que deitava abaixo pinos humanos vestidos de desgraçados. Eu vi, com estes que a terra tal e tal, um tipo gordo, patibular, a derrubar o pino humano do desemprego. Ena! Mas que grande forrobodó, pá! Isto é que é imaginação, o impossível tornado possível, e sous les pavés? La plage! A sensibilização para as virtudes do socialismo avançado segundo Louçã tem que passar pelo que é rapioqueiro que é a forma mais juvenil de expressão e caçar votos. E enquanto não chegou a hora de irem jogar playstation com o chefe, de volta para a sede do partido, perdão, bloco, ali esteve o Chiado a ser o bom algarismo que sempre foi. E eu idem na cambulhada. Ainda rezei por uma tromba de água na tóla do ser amplo Louçã, mas o tempo está de seca, o que é que querem?! Um deserto, é o que isto é. Do Grego Gymnasión semetidinho.

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