A recolha de crónicas Die Welt in einer Tasse Kaffee (O mundo numa chávena de café), da jornalista luso-alemã Susana Ruth Vasques, foi lançada na Feira do Livro de Francforte a 15 de Outubro. Em Portugal será lançado em Silves, dia 13 de Dezembro às 15 h, na B iblioteca Municipal.Com conceito, compilação e revisão de Michael Maschmann, o livro, de 191 páginas, foi traduzido de português para alemão por Rainer Dittmann e teve arranjo gráfico de Christoph Zehm. A foto de capa é de Rainer Boscheinen.Com introdução pelo editor Michael Wachsmann, Die Welt in einer Tasse Kaffee inclui um posfácio por Ramiro S. Osório. Referências da capa: citação da escritora Isabel da Nóbrega, Quadratim, in A Capital, 1984, e um trecho da crónica A Primavera em Lisboa.A edição é do Atelier Colorwaves, de Michael Wachsmann, autor do desenho da capa.Susana Ruth Vasques, nota biográficaSusana Ruth Vasques nasceu em 2 de Agosto de 1937 em Lisboa, na família de refugiados judeus Wachsmann. Aos 3 anos começou a aprender balé, aparecendo em tutu branco como bailarina a solo aos 7 anos no Teatro Nacional de Lisboa. O Diário de Notícias escreveu na altura que “a pequena Susi Wachsmann é uma promessa do futuro (...)“.Na escola secundária, queria ser actriz e bailarina e seu pai dispôs-se a mandá-la para Hollywood ou para o National Theater Ballet de Londres. Desempenhou os papéis de Rainha Ester e de noiva num musical, inventando ao mesmo tempo histórias para balé.Aos 16 anos foi trabalhar em Israel num kibbutz. Interessava-a a vida comunitária, poder trocar coisas em vez de dinheiro e contribuir com a força laboral. A causa comunitária tem sido para si importante, desde sempre.A partir dos 18 anos, após o seu casamento com o escritor Augusto Abelaira, trabalhou como tradutora, em English Made Funny e Dizionario degli Autore. Foi com seu marido co-tradutora para português de “O Tambor” de Günter Grass e de “Dr. Jivago” de Boris Pasternak, e traduziu a “Utopia” de Thomas More.Tomou conta de crianças no Jardim Infantil Alemão de Lisboa e esteve em palco durante um mês no Teatro da Comédia, na peça de Almada Negreiros “Procura-se Mulher”. Estudou línguas, história e filosofia (já aos 65, participou num seminário universitário de Teresa Rita Lopes sobre Fernando Pessoa).Escreveu o primeiro romance com 10 anos (uma história de amor entre um príncipe e uma rapariga do povo...) e diversos diários com prosa e poesia. Infelizmente, rasgou-os todos.De 1962 a 1970, trabalhou como secretária e gerente na livraria francesa A Bibliófila. Em 1968, foi convidada pela jornalista Isabel da Nóbrega e pelo director do Jornal do Fundão, António Paulouro, para escrever crónicas.Em 1970, foi convidada para fazer jornalismo, literalmente numa mesa de café da Cervejaria Portugal, pelo director do Diário Popular, o liberal Jacinto Baptista, e pela chefe de redacção de O Século Ilustrado, Maria Antónia Palla.Trabalhou até 1977 na revista feminina de O Século – Modas e Bordados, a Mulher - Modas e Bordados pós 25 de Abril de 1974, com reportagens e entrevistas, cobrindo temas de planeamento familiar e apoio psicológico. Antes do 25 de Abril, vários dos seus artigos e entrevistas sobre planeamento familiar foram censurados pela polícia política PIDE.Em 1980, trabalhou para a Comissão da Condição Feminina e para a Comissão para a Igualdade da Mulher. Ao mesmo tempo, escrevia livros e textos sobre planeamento familiar e respondia ao correio de leitores como voluntária no Jornal do Fundão.A partir de 1983 trabalhou na Agência Noticiosa Portuguesa ANOP. Fez reportagem e foi convidada pelos governos da Bulgária e da Checoslováquia para falar sobre as condições de mulheres e crianças. Aposentada em 2002, dedicou-se à escrita de crónicas, para o Jornal do Fundão e, em linha, no Ciberquiosque e no Bloguinho.Foi membro do World Tribunal of Iraq, que, à semelhança do Tribunal Russel, se destinava a lutar contra a ocupação norte-americana e a julgar (simbolicamente) potenciais crimes de guerra.Durante 2005 visitou frequentemente a pátria dos seus pais, onde a empresa Holzbach e o Atelier Colorwaves lhe arranjaram uma sala de trabalho, em Idar-Oberstein.Casou-se duas vezes: seu primeiro marido e pai de sua filha Sílvia foi o escritor Augusto Abelaira. O segundo marido, Ramiro S. Osório, arquitecto e artista plástico, é essencialmente escritor de vanguarda. Tem dois netos.“... o leitor sabe agora como ela escreve, a força com a qual cria uma atmosfera, que escreve em meio-tom, ele conhece o ritmo com que ela inspecciona entre linhas as pessoas que aparecem nos seus textos...”Isabel da Nóbrega,Escritora
Categorias
Entidades
A recolha de crónicas Die Welt in einer Tasse Kaffee (O mundo numa chávena de café), da jornalista luso-alemã Susana Ruth Vasques, foi lançada na Feira do Livro de Francforte a 15 de Outubro. Em Portugal será lançado em Silves, dia 13 de Dezembro às 15 h, na B iblioteca Municipal.Com conceito, compilação e revisão de Michael Maschmann, o livro, de 191 páginas, foi traduzido de português para alemão por Rainer Dittmann e teve arranjo gráfico de Christoph Zehm. A foto de capa é de Rainer Boscheinen.Com introdução pelo editor Michael Wachsmann, Die Welt in einer Tasse Kaffee inclui um posfácio por Ramiro S. Osório. Referências da capa: citação da escritora Isabel da Nóbrega, Quadratim, in A Capital, 1984, e um trecho da crónica A Primavera em Lisboa.A edição é do Atelier Colorwaves, de Michael Wachsmann, autor do desenho da capa.Susana Ruth Vasques, nota biográficaSusana Ruth Vasques nasceu em 2 de Agosto de 1937 em Lisboa, na família de refugiados judeus Wachsmann. Aos 3 anos começou a aprender balé, aparecendo em tutu branco como bailarina a solo aos 7 anos no Teatro Nacional de Lisboa. O Diário de Notícias escreveu na altura que “a pequena Susi Wachsmann é uma promessa do futuro (...)“.Na escola secundária, queria ser actriz e bailarina e seu pai dispôs-se a mandá-la para Hollywood ou para o National Theater Ballet de Londres. Desempenhou os papéis de Rainha Ester e de noiva num musical, inventando ao mesmo tempo histórias para balé.Aos 16 anos foi trabalhar em Israel num kibbutz. Interessava-a a vida comunitária, poder trocar coisas em vez de dinheiro e contribuir com a força laboral. A causa comunitária tem sido para si importante, desde sempre.A partir dos 18 anos, após o seu casamento com o escritor Augusto Abelaira, trabalhou como tradutora, em English Made Funny e Dizionario degli Autore. Foi com seu marido co-tradutora para português de “O Tambor” de Günter Grass e de “Dr. Jivago” de Boris Pasternak, e traduziu a “Utopia” de Thomas More.Tomou conta de crianças no Jardim Infantil Alemão de Lisboa e esteve em palco durante um mês no Teatro da Comédia, na peça de Almada Negreiros “Procura-se Mulher”. Estudou línguas, história e filosofia (já aos 65, participou num seminário universitário de Teresa Rita Lopes sobre Fernando Pessoa).Escreveu o primeiro romance com 10 anos (uma história de amor entre um príncipe e uma rapariga do povo...) e diversos diários com prosa e poesia. Infelizmente, rasgou-os todos.De 1962 a 1970, trabalhou como secretária e gerente na livraria francesa A Bibliófila. Em 1968, foi convidada pela jornalista Isabel da Nóbrega e pelo director do Jornal do Fundão, António Paulouro, para escrever crónicas.Em 1970, foi convidada para fazer jornalismo, literalmente numa mesa de café da Cervejaria Portugal, pelo director do Diário Popular, o liberal Jacinto Baptista, e pela chefe de redacção de O Século Ilustrado, Maria Antónia Palla.Trabalhou até 1977 na revista feminina de O Século – Modas e Bordados, a Mulher - Modas e Bordados pós 25 de Abril de 1974, com reportagens e entrevistas, cobrindo temas de planeamento familiar e apoio psicológico. Antes do 25 de Abril, vários dos seus artigos e entrevistas sobre planeamento familiar foram censurados pela polícia política PIDE.Em 1980, trabalhou para a Comissão da Condição Feminina e para a Comissão para a Igualdade da Mulher. Ao mesmo tempo, escrevia livros e textos sobre planeamento familiar e respondia ao correio de leitores como voluntária no Jornal do Fundão.A partir de 1983 trabalhou na Agência Noticiosa Portuguesa ANOP. Fez reportagem e foi convidada pelos governos da Bulgária e da Checoslováquia para falar sobre as condições de mulheres e crianças. Aposentada em 2002, dedicou-se à escrita de crónicas, para o Jornal do Fundão e, em linha, no Ciberquiosque e no Bloguinho.Foi membro do World Tribunal of Iraq, que, à semelhança do Tribunal Russel, se destinava a lutar contra a ocupação norte-americana e a julgar (simbolicamente) potenciais crimes de guerra.Durante 2005 visitou frequentemente a pátria dos seus pais, onde a empresa Holzbach e o Atelier Colorwaves lhe arranjaram uma sala de trabalho, em Idar-Oberstein.Casou-se duas vezes: seu primeiro marido e pai de sua filha Sílvia foi o escritor Augusto Abelaira. O segundo marido, Ramiro S. Osório, arquitecto e artista plástico, é essencialmente escritor de vanguarda. Tem dois netos.“... o leitor sabe agora como ela escreve, a força com a qual cria uma atmosfera, que escreve em meio-tom, ele conhece o ritmo com que ela inspecciona entre linhas as pessoas que aparecem nos seus textos...”Isabel da Nóbrega,Escritora