Alexandre Coutinho e Lima, Cor Art Ref - A retirada de Guileje: a verdade dos factos. Linda-A-Velha: DG Edições. 2008. p. 415. Anexo X - Relatório da Missão de Apoio Aéreo a Guileje, 21 Mai 73.Nesta missão foram largadas, por uma parelha de Fiat G-91, 4 bombas de 750 libras. Em observações pode ler-se: "Guilege (sic) pretendia que se bombardeasse todas as matas em redor do aquartelamento. Ao ser-lhe perguntado por que razão não utilizava a artilharia, reportou que procedia desse modo a fim de não referenciar a posição do quartel!"(Imagem editada por L.G. e reproduzida com a devida vénia...)1. A meu pedido, aqui fica feita a descodificação do relatório de missão da FAP no subsector de Guileje, em de 21 de Maio de 1973 (*). O meu agradeciemnto ao António Martins de Matos, Ten Gen Res da FAP, que participou nesta missão como Ten PilAv (**)HORÁRIOATD (actual time of departure) 07:50ATA (actual time of arrival) 08:35Os aviões voaram 45 minutos, o que quer dizer que, quando regressaram a Bissau, já só tinham combustível para mais 5 a 10 minutos (face ao armamento que levavam não podiam levar tanques de combustível suplementares).PILOTOSCap Bessa + Ten MatosComo curiosidade o facto de, na Força Aérea, o comandante da missão não ter que ser o mais graduado mas sim o mais experiente.Nesta saída para o Guileje, o Tenente Matos era o chefe da missão e o Capitão Bessa o seu asa.TIPO DE MISSÃOATAP, tipo de missão resultante de um pedido de fogo imediato, com a saída da parelha de alerta.À descolagem o piloto apenas sabe para que área se deve dirigir e quem deve contactar. Por este motivo é imprescindível que o quartel dê informações tão precisas quanto o possível no que refere a arma usada na flagelação, a direcção, há quanto tempo ...Em oposição ao ATAP existia o ATIP, quando a missão era pré-planeada.LOCALIZAÇÃOBS = BissauGuilege 5 D2-32 e Guilege4 H1-73 (locais onde as bombas foram lançadas)As coordenadas do lançamento eram referenciadas numa grelha colocada sobre a carta de 1:50.000.Estas bombas tinham um efeito devastador num raio de 500 metros do impacto (zona de segurança a partir de 1.000 metros).MODALIDADEBOP = Bombardeamento a picarOs aviões entravam numa picada a partir dos 10.000 pés, largavam o armamento por volta dos 5.000 pés e iniciavam de imediato a recuperação, sendo o ponto mais baixo da sua trajectória por volta dos 2.500 pés.Enquanto um avião recuperava do passe, o outro circulava por cima a fim de descortinar eventual disparo de míssil ou antiaérea. Caso tal se verificasse, o armamento deste avião era imediatamente empregue nesse local.OUTRAS CONSIDERAÇÕESEnquanto que no GUIDAGE os aviões tinham de fazer os ataques com infinitas cautelas devido ao facto de existir tropa no terreno (os meus mais angustiantes 5 minutos registaram-se quando, a pedido dum Gr Comb, intitulado SIERRA BRAVO, foi largado armamento num pontão da estrada para Binta, mesmo nas barbas das nossas tropas), no Guileje sabia-se que não havia tropa na mata.Tendo sido lançadas 16 bombas deste tipo nas matas entre o Guileje e a fronteira, a haver tropa do PAIGC nessa área, os efeitos teriam sido devastadores.__________Notas de L.G.:(*) Vd. último poste da série > 15 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3744: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (12): Spínola podia ter feito muito mais... (Rui Alexandrino Ferreira)(**) Vd. poste de 14 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3737: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (11): Um erro de 'casting', o comandante do COP 5 (António Martins de Matos)
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Alexandre Coutinho e Lima, Cor Art Ref - A retirada de Guileje: a verdade dos factos. Linda-A-Velha: DG Edições. 2008. p. 415. Anexo X - Relatório da Missão de Apoio Aéreo a Guileje, 21 Mai 73.Nesta missão foram largadas, por uma parelha de Fiat G-91, 4 bombas de 750 libras. Em observações pode ler-se: "Guilege (sic) pretendia que se bombardeasse todas as matas em redor do aquartelamento. Ao ser-lhe perguntado por que razão não utilizava a artilharia, reportou que procedia desse modo a fim de não referenciar a posição do quartel!"(Imagem editada por L.G. e reproduzida com a devida vénia...)1. A meu pedido, aqui fica feita a descodificação do relatório de missão da FAP no subsector de Guileje, em de 21 de Maio de 1973 (*). O meu agradeciemnto ao António Martins de Matos, Ten Gen Res da FAP, que participou nesta missão como Ten PilAv (**)HORÁRIOATD (actual time of departure) 07:50ATA (actual time of arrival) 08:35Os aviões voaram 45 minutos, o que quer dizer que, quando regressaram a Bissau, já só tinham combustível para mais 5 a 10 minutos (face ao armamento que levavam não podiam levar tanques de combustível suplementares).PILOTOSCap Bessa + Ten MatosComo curiosidade o facto de, na Força Aérea, o comandante da missão não ter que ser o mais graduado mas sim o mais experiente.Nesta saída para o Guileje, o Tenente Matos era o chefe da missão e o Capitão Bessa o seu asa.TIPO DE MISSÃOATAP, tipo de missão resultante de um pedido de fogo imediato, com a saída da parelha de alerta.À descolagem o piloto apenas sabe para que área se deve dirigir e quem deve contactar. Por este motivo é imprescindível que o quartel dê informações tão precisas quanto o possível no que refere a arma usada na flagelação, a direcção, há quanto tempo ...Em oposição ao ATAP existia o ATIP, quando a missão era pré-planeada.LOCALIZAÇÃOBS = BissauGuilege 5 D2-32 e Guilege4 H1-73 (locais onde as bombas foram lançadas)As coordenadas do lançamento eram referenciadas numa grelha colocada sobre a carta de 1:50.000.Estas bombas tinham um efeito devastador num raio de 500 metros do impacto (zona de segurança a partir de 1.000 metros).MODALIDADEBOP = Bombardeamento a picarOs aviões entravam numa picada a partir dos 10.000 pés, largavam o armamento por volta dos 5.000 pés e iniciavam de imediato a recuperação, sendo o ponto mais baixo da sua trajectória por volta dos 2.500 pés.Enquanto um avião recuperava do passe, o outro circulava por cima a fim de descortinar eventual disparo de míssil ou antiaérea. Caso tal se verificasse, o armamento deste avião era imediatamente empregue nesse local.OUTRAS CONSIDERAÇÕESEnquanto que no GUIDAGE os aviões tinham de fazer os ataques com infinitas cautelas devido ao facto de existir tropa no terreno (os meus mais angustiantes 5 minutos registaram-se quando, a pedido dum Gr Comb, intitulado SIERRA BRAVO, foi largado armamento num pontão da estrada para Binta, mesmo nas barbas das nossas tropas), no Guileje sabia-se que não havia tropa na mata.Tendo sido lançadas 16 bombas deste tipo nas matas entre o Guileje e a fronteira, a haver tropa do PAIGC nessa área, os efeitos teriam sido devastadores.__________Notas de L.G.:(*) Vd. último poste da série > 15 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3744: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (12): Spínola podia ter feito muito mais... (Rui Alexandrino Ferreira)(**) Vd. poste de 14 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3737: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (11): Um erro de 'casting', o comandante do COP 5 (António Martins de Matos)