livrosietc.: PALAVRAS DA AUTORA SOBRE A SUA OBRA

05-10-2009
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Um livro é como um filho. Frase feita, gasta, porém não encontramos melhor expressão para defini-lo no seu percurso de vida.As ideias surgem de um tempo antigo, indefinido, presas na malha psíquica que pressentimos. Chegam aparentemente fragmentadas, dispersas num primeiro olhar.Recebem-nas emoções, pensamentos, vivências, enfim, sentidos possíveis que as ajudam a reconstruir, a elas e a nós.Como um filho, pedem-nos tempo, espaço, colo, amor, útero fecundo. Damos-lhe o que podemos. Entre perguntas, dúvidas e angústias questionamo-nos amiúde se lhes demos tudo de que necessitavam. O tempo foi útil?As respostas as mais adequadas? E as vivências?E como um filho que é, julgamo-lo erradamente nosso. Vamos reparando que tem vida própria, ergue-se lentamente com propósitos diferentes do que anteriormente tínhamos delineado para ele.Entre a surpresa e o medo, a escrita vai-se erguendo nas palavras possíveis, entre o que delineámos para ela e o corpo que ela própria escolheu para si. De peito erguido decide voar.Sem tempo para lhe darmos os últimos conselhos, a vida chama-a. Apressada, na urgência de partir, agradece o colo, o tempo, o espaço, o amor. Entre a mão impaciente que se ergue brevemente resta-nos um curto tempo. Apenas o necessário para lhe desejar que caminhe em dia novo, em manhã limpa, em espaço fresco, cumprindo o tempo justo.maria coriel


Um livro é como um filho. Frase feita, gasta, porém não encontramos melhor expressão para defini-lo no seu percurso de vida.As ideias surgem de um tempo antigo, indefinido, presas na malha psíquica que pressentimos. Chegam aparentemente fragmentadas, dispersas num primeiro olhar.Recebem-nas emoções, pensamentos, vivências, enfim, sentidos possíveis que as ajudam a reconstruir, a elas e a nós.Como um filho, pedem-nos tempo, espaço, colo, amor, útero fecundo. Damos-lhe o que podemos. Entre perguntas, dúvidas e angústias questionamo-nos amiúde se lhes demos tudo de que necessitavam. O tempo foi útil?As respostas as mais adequadas? E as vivências?E como um filho que é, julgamo-lo erradamente nosso. Vamos reparando que tem vida própria, ergue-se lentamente com propósitos diferentes do que anteriormente tínhamos delineado para ele.Entre a surpresa e o medo, a escrita vai-se erguendo nas palavras possíveis, entre o que delineámos para ela e o corpo que ela própria escolheu para si. De peito erguido decide voar.Sem tempo para lhe darmos os últimos conselhos, a vida chama-a. Apressada, na urgência de partir, agradece o colo, o tempo, o espaço, o amor. Entre a mão impaciente que se ergue brevemente resta-nos um curto tempo. Apenas o necessário para lhe desejar que caminhe em dia novo, em manhã limpa, em espaço fresco, cumprindo o tempo justo.maria coriel

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