Alto Hama: Obrigado Jaime de Saint Maurice

20-05-2009
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Pelos sítios por onde tenho andado, e quando me falam de Jornalismo, conto como tudo isto me aconteceu. Tal como recordo algumas das grandes figuras do Jornalismo angolano que na altura, 1973, me serviam de referência, de exemplo, e que por isso “apadrinharam” o amor que – apesar de tudo – ainda tenho a esta, e por esta, profissão. Se na rádio recordo, entre outros, Alexandre Caratão, Carlos Sanches, Ribeiro Cristóvão, Fernando Antunes (Congo), Norberto de Castro, Sebastião Coelho, na Imprensa (a que mais me atingiu) falo de Carlos Morgado e José de Almeida (responsáveis pela delegação do Huambo do diário “A Província de Angola”) mas, sobretudo, de João Charulla de Azevedo, João Fernandes e Jaime de Saint Maurice, da revista "Notícia".De facto, foram estes três enormes profissionais da "Notícia" e do Jornalismo angolano, sobretudo os dois últimos, que mais me influenciaram e que me levavam a dizer: Quando for Jornalistas quero ser como eles (João Fernandes e Jaime de Saint Maurice).Recordo (permitam-me este regresso) que o Zé Pedro, empregado aprumado e sempre eficiente, nunca me servia só o café. Ia bem mais longe. Ainda eu estava a entrar no Himalaia (um dos mais conhecidos bares de Nova Lisboa) e já a bica, o jornal («A Província de Angola») e um maço de cigarros («AC») entravam em cena na mesa habitual. A tudo isto, uma vez por semana, o Zé Pedro juntava algo mais: a revista «Notícia» e, reparem, já aberta na página de «A chuva e o bom tempo», do João Fernandes.Passados estes anos, não creio que tenha chegado aos calcanhares do João Fernandes e do Jaime de Saint Maurice. Continuo, contudo, a tentar, mesmo sabendo que é uma missão impossível.E vem isto a propósito de, um dias destes e ao fim de uma eternidade, ter recebido uma mensagem do Jaime de Saint Maurice em que me dizia que teve a sorte (exagero, é claro, de um amigo) de vir aqui, “curioso por escancarar uma "janela" que dava pelo nome de Alto Hama”.E acrescentava: “É que Alto Hama, para mim, África onde nasci e há muitos anos deixei, é o oxigénio do meu passado, das minhas recordações e desse acordar diário que se chama saudade”.As voltas que a vida dá, as dobras que faz às esquinas da memória, têm coisas destas. O Jaime de Saint Maurice, um dos Jornalistas que foi farol para a minha navegação nesta tormenta do Jornalismo, lê o Alto Hama. Que bela recompensa.A tese de que não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado, ganhou novo alento.Obrigado Mestre Jaime de Saint Maurice.


Pelos sítios por onde tenho andado, e quando me falam de Jornalismo, conto como tudo isto me aconteceu. Tal como recordo algumas das grandes figuras do Jornalismo angolano que na altura, 1973, me serviam de referência, de exemplo, e que por isso “apadrinharam” o amor que – apesar de tudo – ainda tenho a esta, e por esta, profissão. Se na rádio recordo, entre outros, Alexandre Caratão, Carlos Sanches, Ribeiro Cristóvão, Fernando Antunes (Congo), Norberto de Castro, Sebastião Coelho, na Imprensa (a que mais me atingiu) falo de Carlos Morgado e José de Almeida (responsáveis pela delegação do Huambo do diário “A Província de Angola”) mas, sobretudo, de João Charulla de Azevedo, João Fernandes e Jaime de Saint Maurice, da revista "Notícia".De facto, foram estes três enormes profissionais da "Notícia" e do Jornalismo angolano, sobretudo os dois últimos, que mais me influenciaram e que me levavam a dizer: Quando for Jornalistas quero ser como eles (João Fernandes e Jaime de Saint Maurice).Recordo (permitam-me este regresso) que o Zé Pedro, empregado aprumado e sempre eficiente, nunca me servia só o café. Ia bem mais longe. Ainda eu estava a entrar no Himalaia (um dos mais conhecidos bares de Nova Lisboa) e já a bica, o jornal («A Província de Angola») e um maço de cigarros («AC») entravam em cena na mesa habitual. A tudo isto, uma vez por semana, o Zé Pedro juntava algo mais: a revista «Notícia» e, reparem, já aberta na página de «A chuva e o bom tempo», do João Fernandes.Passados estes anos, não creio que tenha chegado aos calcanhares do João Fernandes e do Jaime de Saint Maurice. Continuo, contudo, a tentar, mesmo sabendo que é uma missão impossível.E vem isto a propósito de, um dias destes e ao fim de uma eternidade, ter recebido uma mensagem do Jaime de Saint Maurice em que me dizia que teve a sorte (exagero, é claro, de um amigo) de vir aqui, “curioso por escancarar uma "janela" que dava pelo nome de Alto Hama”.E acrescentava: “É que Alto Hama, para mim, África onde nasci e há muitos anos deixei, é o oxigénio do meu passado, das minhas recordações e desse acordar diário que se chama saudade”.As voltas que a vida dá, as dobras que faz às esquinas da memória, têm coisas destas. O Jaime de Saint Maurice, um dos Jornalistas que foi farol para a minha navegação nesta tormenta do Jornalismo, lê o Alto Hama. Que bela recompensa.A tese de que não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado, ganhou novo alento.Obrigado Mestre Jaime de Saint Maurice.

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