O Jornal da Rua: Resistencia Notável

19-07-2005
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Por motivos ludico-pessoais, desloquei-me hoje à capital do império, juntamente com os meus dois companheiros inseparáveis, o Lap e o Público do dia, na ida ainda o de ontem, mas que nos trouxe este relevante epitáfio.Marcelo Rebelo de Sousa recorda Emídio Guerreiro:«Em 2001 ou 2002, convidou-me para almoçar perto da casa dele, em Lisboa. Cheguei, ele já lá estava a andar de um lado para o outro, ajudou-me a arrumar o automóvel. Quando lhe quis dar o braço para não cair, afastou-me imediatamente. Comeu um bife na pedra com quatro molhos diferentes, bebeu meia garrafa de vinho, comeu um leite-creme e uma banana com queijo. Depois disso, ainda fomos a sua casa onde me obrigou a tomar um Marie Brizard e combinou comigo (ele passava metade do ano em Paris) que tínhamos que ir os dois ao Folies Bergères, que ele tinha conhecido nos anos 20. Nunca mais me lembrei. Um dia estava a dar uma aula e a contínua entrou e pediu para interromper. Disse-me que estava um senhor ao telefone, que tinha 102 anos e estava à minha espera em Paris e que eu me despachasse se não morria. Foi a primeira vez que interrompi uma aula e fui atender o prof. Emídio Guerreiro. E ele disse-me: "Eu ainda morro sem irmos ao Folies Bergères em conjunto." E lá morreu sem que tivéssemos ido ao Folies Bergères.» [Público / Recortes de Imprensa]PS- Toda a gente já ouviu falar do Moulin Rouge em Paris... O Folies Bergères é apenas um coexistente do mesmo, mas que na altura era mais famoso ou proveitoso que o nominal Moulin Rouge.

Por motivos ludico-pessoais, desloquei-me hoje à capital do império, juntamente com os meus dois companheiros inseparáveis, o Lap e o Público do dia, na ida ainda o de ontem, mas que nos trouxe este relevante epitáfio.Marcelo Rebelo de Sousa recorda Emídio Guerreiro:«Em 2001 ou 2002, convidou-me para almoçar perto da casa dele, em Lisboa. Cheguei, ele já lá estava a andar de um lado para o outro, ajudou-me a arrumar o automóvel. Quando lhe quis dar o braço para não cair, afastou-me imediatamente. Comeu um bife na pedra com quatro molhos diferentes, bebeu meia garrafa de vinho, comeu um leite-creme e uma banana com queijo. Depois disso, ainda fomos a sua casa onde me obrigou a tomar um Marie Brizard e combinou comigo (ele passava metade do ano em Paris) que tínhamos que ir os dois ao Folies Bergères, que ele tinha conhecido nos anos 20. Nunca mais me lembrei. Um dia estava a dar uma aula e a contínua entrou e pediu para interromper. Disse-me que estava um senhor ao telefone, que tinha 102 anos e estava à minha espera em Paris e que eu me despachasse se não morria. Foi a primeira vez que interrompi uma aula e fui atender o prof. Emídio Guerreiro. E ele disse-me: "Eu ainda morro sem irmos ao Folies Bergères em conjunto." E lá morreu sem que tivéssemos ido ao Folies Bergères.» [Público / Recortes de Imprensa]PS- Toda a gente já ouviu falar do Moulin Rouge em Paris... O Folies Bergères é apenas um coexistente do mesmo, mas que na altura era mais famoso ou proveitoso que o nominal Moulin Rouge.

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