Enguia Fresca: Romance Sonânbulo

02-10-2009
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Verde que te quero verde.Verde vento. Verdes ramos. O navio sobre o mar, o cavalo na montanha. Com sombra pela cintura, ela sonha na varanda,verde carne, trança verde, e olhos de fria prata.Verde que te quero verde. À luz da lua cigana, as coisas estão-na fitandosem ela poder fitá-las.Verde que te quero verde.Grandes estrelas de escarchaseguem o peixe de sombra que anuncia a madrugada.A figueira esfrega o vento com a lixa dos seus ramos, e o monte, gato selvagem, eriça piteiras bravas.Mas quem virá? E por onde? Ela fica na varanda, verde carne, trança verde,a sonhar ondas amargas.(…)Sobre o rosto da cisternaAgitava-se a cigana.Verde carne, trança verde,E olhos de fria prata.Cristais de neve e de lua,a sustêm sobre a água.Íntíma se pôs a noitecomo pequenina praça.(...) Verde que te quero verde.Verde Vento. Verdes ramos.O navio sobre o mar.O cavalo na montanha. Federico Garcia Lorca(tradução de Eugénio de Andrade)


Verde que te quero verde.Verde vento. Verdes ramos. O navio sobre o mar, o cavalo na montanha. Com sombra pela cintura, ela sonha na varanda,verde carne, trança verde, e olhos de fria prata.Verde que te quero verde. À luz da lua cigana, as coisas estão-na fitandosem ela poder fitá-las.Verde que te quero verde.Grandes estrelas de escarchaseguem o peixe de sombra que anuncia a madrugada.A figueira esfrega o vento com a lixa dos seus ramos, e o monte, gato selvagem, eriça piteiras bravas.Mas quem virá? E por onde? Ela fica na varanda, verde carne, trança verde,a sonhar ondas amargas.(…)Sobre o rosto da cisternaAgitava-se a cigana.Verde carne, trança verde,E olhos de fria prata.Cristais de neve e de lua,a sustêm sobre a água.Íntíma se pôs a noitecomo pequenina praça.(...) Verde que te quero verde.Verde Vento. Verdes ramos.O navio sobre o mar.O cavalo na montanha. Federico Garcia Lorca(tradução de Eugénio de Andrade)

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