Por João Paulo GuerraO PSD começou a apresentar os candidatos às autárquicas de 2009, procurando marcar o terreno a grande distância das eleições.E UMA das apresentações mais sonantes, capaz de animar o lúgubre cenário político português e em particular da direita portuguesa, foi certamente a do actor dos Malucos do Riso [ver, p. ex., aqui]. Em Portugal sempre se tem manifestado uma chamada “esquerda festiva”, mas a direita é quase por definição azeda, taciturna e rezingona. Mas tem excepções.Com efeito, o candidato dos Malucos do Riso confirma uma realidade que poderia estar a cair no esquecimento após três anos de laranja amarga: a de que o PSD, quando quer, é um partido danado para a brincadeira, mesmo hilariante, dado a episódios e trapalhadas que aproximam a política mais da comédia que do drama. E nos tempos que correm, para drama bem basta a crise. Portanto, vamos à comédia.A candidatura PSD dos Malucos do Riso é um desafio a outras forças políticas que, por regra, também não têm graça nenhuma. O desafio de pôr Portugal a rir às gargalhadas com uma verdadeira “Campanha Alegre”, “um riso imenso, trotando, como as tubas de Josué, em torno a cidadelas que decerto não perderam uma só pedra, por que as vejo ainda, direitas, mais altas, da dor torpedo lodo, estirando por cima de nós a sua sombra mimosa”, como terá dito Eça citado por Ramalho.Espera-se pois a resposta do leque partidário. Avançando o PSD com Malucos do Riso, irá o PS recuperar a Parada da Paródia? Certo é que o desafio eleva a parada a um nível de paródia raramente vivido na política portuguesa. A grande questão é que já antes da crise Portugal era o país europeu mais endividado. Mas – esquerda e direita estarão de acordo – tristezas não pagam dívidas.«DE» de 19 de Dezembro de 2008.Conforme combinado com o autor da crónica, será atribuído um exemplar de Os Pândegos ao autor do melhor comentário que venha a ser feito a esta crónica até às 20h da próxima sexta-feira, dia 26.Actualização (28 Dez 08/14h40m): um dos elementos do júri foi de opinião que o prémio deveria ser atribuído a "anjac". Por sua vez, JPG diz: «Acho que o prémio não deve ser atribuído, por uma simples razão: o texto não se referia ao candidato do PSD de Vila Franca mas ao de Lisboa. Provavelmente o problema foi meu: como alguns governos tive um problema de comunicação». Assim, e para desempatar, o webmaster pede a "anjac" que, nas próximas 24h, escreva para sorumbatico@iol.pt indicando morada. Etiquetas: autor convidado, JPG, Passatempos
Categorias
Entidades
Por João Paulo GuerraO PSD começou a apresentar os candidatos às autárquicas de 2009, procurando marcar o terreno a grande distância das eleições.E UMA das apresentações mais sonantes, capaz de animar o lúgubre cenário político português e em particular da direita portuguesa, foi certamente a do actor dos Malucos do Riso [ver, p. ex., aqui]. Em Portugal sempre se tem manifestado uma chamada “esquerda festiva”, mas a direita é quase por definição azeda, taciturna e rezingona. Mas tem excepções.Com efeito, o candidato dos Malucos do Riso confirma uma realidade que poderia estar a cair no esquecimento após três anos de laranja amarga: a de que o PSD, quando quer, é um partido danado para a brincadeira, mesmo hilariante, dado a episódios e trapalhadas que aproximam a política mais da comédia que do drama. E nos tempos que correm, para drama bem basta a crise. Portanto, vamos à comédia.A candidatura PSD dos Malucos do Riso é um desafio a outras forças políticas que, por regra, também não têm graça nenhuma. O desafio de pôr Portugal a rir às gargalhadas com uma verdadeira “Campanha Alegre”, “um riso imenso, trotando, como as tubas de Josué, em torno a cidadelas que decerto não perderam uma só pedra, por que as vejo ainda, direitas, mais altas, da dor torpedo lodo, estirando por cima de nós a sua sombra mimosa”, como terá dito Eça citado por Ramalho.Espera-se pois a resposta do leque partidário. Avançando o PSD com Malucos do Riso, irá o PS recuperar a Parada da Paródia? Certo é que o desafio eleva a parada a um nível de paródia raramente vivido na política portuguesa. A grande questão é que já antes da crise Portugal era o país europeu mais endividado. Mas – esquerda e direita estarão de acordo – tristezas não pagam dívidas.«DE» de 19 de Dezembro de 2008.Conforme combinado com o autor da crónica, será atribuído um exemplar de Os Pândegos ao autor do melhor comentário que venha a ser feito a esta crónica até às 20h da próxima sexta-feira, dia 26.Actualização (28 Dez 08/14h40m): um dos elementos do júri foi de opinião que o prémio deveria ser atribuído a "anjac". Por sua vez, JPG diz: «Acho que o prémio não deve ser atribuído, por uma simples razão: o texto não se referia ao candidato do PSD de Vila Franca mas ao de Lisboa. Provavelmente o problema foi meu: como alguns governos tive um problema de comunicação». Assim, e para desempatar, o webmaster pede a "anjac" que, nas próximas 24h, escreva para sorumbatico@iol.pt indicando morada. Etiquetas: autor convidado, JPG, Passatempos