A Interpretação do Tempo: Os Professores

26-06-2009
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Os professores saíram à rua. Gostava de ter saído com eles. Já sei. Já sei: a ministra é mulher de coragem e as mordomias da classe não podiam continuar. Mas às vezes pergunto se as “mordomias” da classe, longe de constituírem defeito, não seriam uma absoluta necessidade na definição do papel. O Governo está enganado se acredita que um professor é comparável a um mero gestor empresarial, de quem apenas se exige “produtividade” e “resultados”. E o Governo está dramaticamente enganado ao entregar a avaliação dos docentes aos pais – uma porta aberta para a chantagem e para a corrupção. De um professor espera-se que ensine. E ensinar pressupõe autoridade e confiança. A autoridade tem sido destruída por sucessivos ministérios. E, sobre a confiança, ela só existe quando um professor é entendido, não como peça de engrenagem – mas como um formador de seres humanos. Mordomias? Concedo. Mas, quando ensinar é o verbo, existem mordomias que a experiência aprende a tolerar.João Pereira Coutinho, no Expresso em 2007


Os professores saíram à rua. Gostava de ter saído com eles. Já sei. Já sei: a ministra é mulher de coragem e as mordomias da classe não podiam continuar. Mas às vezes pergunto se as “mordomias” da classe, longe de constituírem defeito, não seriam uma absoluta necessidade na definição do papel. O Governo está enganado se acredita que um professor é comparável a um mero gestor empresarial, de quem apenas se exige “produtividade” e “resultados”. E o Governo está dramaticamente enganado ao entregar a avaliação dos docentes aos pais – uma porta aberta para a chantagem e para a corrupção. De um professor espera-se que ensine. E ensinar pressupõe autoridade e confiança. A autoridade tem sido destruída por sucessivos ministérios. E, sobre a confiança, ela só existe quando um professor é entendido, não como peça de engrenagem – mas como um formador de seres humanos. Mordomias? Concedo. Mas, quando ensinar é o verbo, existem mordomias que a experiência aprende a tolerar.João Pereira Coutinho, no Expresso em 2007

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