: BARCO RABELO

03-10-2009
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Pelo menos 2.148 pessoas foram executadas, em 2005, no mundo, 94% das quais na China, Irão, Arábia Saudita e EUA, revelou hoje a Amnistia Internacional (AI), advertindo que o número real pode ser «muito mais elevado». Apesar do número elevado, registou-se uma «melhoria» em relação a 2004, ano em que se registaram 3.797 execuções em todo o mundo, segundo os dados sobre a pena de morte divulgados hoje pela organização de direitos humanos, com sede em Londres. «É mais interessante se se tiver em conta a evolução nos últimos dois decénios. Em 1985, 44 países levaram a cabo execuções e em 2005 esse número foi de 22, o que implica uma diminuição de 50% do número de países que aplicaram a pena capital», afirmou o autor do relatório, Piers Bannister. Todavia, o investigador da AI advertiu que o número de penas de morte aplicadas no ano passado «é apenas a ponta do iceberg», uma vez que muitos países mantêm «um grande secretismo» acerca do número de execuções que levaram a cabo. Isso impede que as organizações de direitos humanos, como a AI, tenham uma informação precisa sobre o número de pessoas mortas nessas circunstâncias, explicou. Bannister declarou-se, contudo, mais seguro das estatísticas sobre o número de Estados que aplicaram a pena máxima em 2005, «porque é muito mais fácil saber que países realizaram uma execução do que o número destas». O país com maior número de penas de morte foi a China, com 1.770, contra as 3.400 apuradas pela AI em 2004. Nos dados divulgados hoje, a organização calcula, contudo, que o número real de execuções no gigante asiático, em 2005, poderá aproximar-se das 8.000. A AI sublinha que os dados nacionais oficiais sobre a aplicação da pena de morte na China continuam a ser classificados como segredo de Estado. «Seria muito interessante perguntar às autoridades chinesas porque mantêm tanto secretismo quanto ao número de pessoas que executam», disse Bannister. Além da China, outros 21 países aplicaram penas de morte em 2005, como o Irão e Arábia Saudita, onde se registaram pelo menos 94 e 86 execuções, respectivamente, enquanto nos Estados Unidos foram executados 60 condenados, mais um do que no ano anterior. Os restantes países onde se realizaram execuções em 2005 foram o Bangladesh, Bielorrússia, Indonésia, Iraque, Japão, Jordânia, Coreia do Norte, Kuwait, Líbia, Mongólia, Paquistão, Singapura, Somália, Taiwan, Uzbequistão, Vietname e Iémen, além da Autoridade Nacional Palestiniana. Por outro lado, 5.186 pessoas foram condenadas à morte em 53 países, segundo a AI, que insiste em que os números reais serão «seguramente mais altos». A organização calcula que o número de pessoas condenadas à morte e que aguardam execução poderá oscilar entre as 19.474 e as 24.546. Estes números baseiam-se nas informações obtidas por grupos de direitos humanos e «media» e nos números oficiais disponíveis. Por outro lado, a AI realça os avanços positivos, como a abolição, em 2005, da pena de morte em dois países, México e Libéria, com o que são já 122 os países que adoptaram essa medida em termos legais ou práticos. Desses, 86 aboliram a pena de morte em todos os casos, 11 apenas a aplicam em casos excepcionais, como em tempo de guerra, e 25 mantêm-na na sua legislação mas não a aplicaram nos últimos dez anos, até 1 de Janeiro de 2006. Ao contrário, 74 países continuam a prever a pena de morte para delitos comuns, como Cuba, Guatemala e Estados Unidos. Diário Digital / Lusa - 19.04.2006; 13:49:00


Pelo menos 2.148 pessoas foram executadas, em 2005, no mundo, 94% das quais na China, Irão, Arábia Saudita e EUA, revelou hoje a Amnistia Internacional (AI), advertindo que o número real pode ser «muito mais elevado». Apesar do número elevado, registou-se uma «melhoria» em relação a 2004, ano em que se registaram 3.797 execuções em todo o mundo, segundo os dados sobre a pena de morte divulgados hoje pela organização de direitos humanos, com sede em Londres. «É mais interessante se se tiver em conta a evolução nos últimos dois decénios. Em 1985, 44 países levaram a cabo execuções e em 2005 esse número foi de 22, o que implica uma diminuição de 50% do número de países que aplicaram a pena capital», afirmou o autor do relatório, Piers Bannister. Todavia, o investigador da AI advertiu que o número de penas de morte aplicadas no ano passado «é apenas a ponta do iceberg», uma vez que muitos países mantêm «um grande secretismo» acerca do número de execuções que levaram a cabo. Isso impede que as organizações de direitos humanos, como a AI, tenham uma informação precisa sobre o número de pessoas mortas nessas circunstâncias, explicou. Bannister declarou-se, contudo, mais seguro das estatísticas sobre o número de Estados que aplicaram a pena máxima em 2005, «porque é muito mais fácil saber que países realizaram uma execução do que o número destas». O país com maior número de penas de morte foi a China, com 1.770, contra as 3.400 apuradas pela AI em 2004. Nos dados divulgados hoje, a organização calcula, contudo, que o número real de execuções no gigante asiático, em 2005, poderá aproximar-se das 8.000. A AI sublinha que os dados nacionais oficiais sobre a aplicação da pena de morte na China continuam a ser classificados como segredo de Estado. «Seria muito interessante perguntar às autoridades chinesas porque mantêm tanto secretismo quanto ao número de pessoas que executam», disse Bannister. Além da China, outros 21 países aplicaram penas de morte em 2005, como o Irão e Arábia Saudita, onde se registaram pelo menos 94 e 86 execuções, respectivamente, enquanto nos Estados Unidos foram executados 60 condenados, mais um do que no ano anterior. Os restantes países onde se realizaram execuções em 2005 foram o Bangladesh, Bielorrússia, Indonésia, Iraque, Japão, Jordânia, Coreia do Norte, Kuwait, Líbia, Mongólia, Paquistão, Singapura, Somália, Taiwan, Uzbequistão, Vietname e Iémen, além da Autoridade Nacional Palestiniana. Por outro lado, 5.186 pessoas foram condenadas à morte em 53 países, segundo a AI, que insiste em que os números reais serão «seguramente mais altos». A organização calcula que o número de pessoas condenadas à morte e que aguardam execução poderá oscilar entre as 19.474 e as 24.546. Estes números baseiam-se nas informações obtidas por grupos de direitos humanos e «media» e nos números oficiais disponíveis. Por outro lado, a AI realça os avanços positivos, como a abolição, em 2005, da pena de morte em dois países, México e Libéria, com o que são já 122 os países que adoptaram essa medida em termos legais ou práticos. Desses, 86 aboliram a pena de morte em todos os casos, 11 apenas a aplicam em casos excepcionais, como em tempo de guerra, e 25 mantêm-na na sua legislação mas não a aplicaram nos últimos dez anos, até 1 de Janeiro de 2006. Ao contrário, 74 países continuam a prever a pena de morte para delitos comuns, como Cuba, Guatemala e Estados Unidos. Diário Digital / Lusa - 19.04.2006; 13:49:00

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