Saíram discretamente as tabelas de retenção do IRS para 2007.Por outro lado, num registo empolgado, o Engº Sócrates declarou que estava feliz com o resultado do referendo sobre o aborto e que tinha havido progresso. Foi mais razoável que o educador da classe operária que desempenha as funções de líder parlamentar do PS, mas ainda assim, não deixou de invocar o seu progressismo. Os números das tabelas são áridos, mas muito se pode aprender neles, em termos de “progressismo” . Como se sabe em Portugal a taxa de fertilidade é de 1.4 muito abaixo do necessário para assegurar a substituição das gerações, e os cenários mais credíveis apontam para uma diminuição de 1 milhão de habitantes daqui a cerca de 40 anos.O que significa, entre outras coisas, que não haverá gente para pagar tantas reformas.Um governo reaccionário, como por exemplo o alemão, resolveu-se por essa medida bolorenta e retrógrada de premiar cada nascimento com uma quantia que pode chegar aos 25 000 euros.Um governo progressista e moderno como o nosso, aborda o problema de modo infinitamente mais subtil e prá-frentex (se bem que eu não tenha ainda alcançado a infinita sageza das medidas, provavelmente porque me falta caco para tal):Por exemplo, subsidiando o aborto, medida que deverá ter prodigiosos efeitos no aumento da natalidade. Não se sabe de fonte certa, mas ouve-se para aí dizer que há mais de 10 milhões disponíveis e que o estado poderá gastar em média 500 euros como prémio por cada gajo que não nasça.Não parece caro…. E o que faz o estado “progressista”, para fazer com nasçam gajos ?Muita coisa...e é aqui que entra o IRS...Tome-se por exemplo um caso da Tabela III do(Trabalho dependente, casado, 2 titulares):O senhor X ganha, digamos, 3200 euros por mês.Se não tiver filhos, o estado cobra-lhe de IRS, 562 euros por mês. Paga portanto um aborto por mês, 12 abortos num ano.Se tiver 1 filho, o estado cobra-lhe os mesmos 562 euros por mês. O que equivale a dizer que lhe paga 0 (ZERO) euros de prémio pelo facto de contribuir para a natalidade. Uma fartura progressista. Ah se a Merkel soubesse da nossa esperteza....Se tiver 2 filhos, o estado cobra-lhe os mesmíssimos 562 euros por mês.Se ainda assim for doido e tiver 3 filhos, o estado é generoso e cobra-lhe só 537 euros por mês. Paga-lhe portanto a prodigiosa quantia de 25 euros por ter 3 filhos. E acaba aqui a generosidade do estado “progressista”. Se o senhor X resolver ter 10 filhos, não leva mais um tusto…paga aos mesmos 537 euros de IRS. Ninguém o mandou ser tanso. Tivesse dado um nó no coiso, que isso é que era moderno e “progressista”Mas o castigo do Sr X não se fica por aqui. Pagará a água em escalões crescentes, pagará mais impostos pela carrinha grande, e mais IMI pela casa grande, pagará mais pelos livros, e pelas fraldas e pelos medicamentos, etc.E pagará ainda o aborto da Vanessa.De facto Sócrates tem todas as razões para se ufanar do seu “progressismo” .Suicidamo-nos demograficamente, mas felizes e orgulhosos porque o nosso cadáver será lindo, progressista e muito apresentável.
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Saíram discretamente as tabelas de retenção do IRS para 2007.Por outro lado, num registo empolgado, o Engº Sócrates declarou que estava feliz com o resultado do referendo sobre o aborto e que tinha havido progresso. Foi mais razoável que o educador da classe operária que desempenha as funções de líder parlamentar do PS, mas ainda assim, não deixou de invocar o seu progressismo. Os números das tabelas são áridos, mas muito se pode aprender neles, em termos de “progressismo” . Como se sabe em Portugal a taxa de fertilidade é de 1.4 muito abaixo do necessário para assegurar a substituição das gerações, e os cenários mais credíveis apontam para uma diminuição de 1 milhão de habitantes daqui a cerca de 40 anos.O que significa, entre outras coisas, que não haverá gente para pagar tantas reformas.Um governo reaccionário, como por exemplo o alemão, resolveu-se por essa medida bolorenta e retrógrada de premiar cada nascimento com uma quantia que pode chegar aos 25 000 euros.Um governo progressista e moderno como o nosso, aborda o problema de modo infinitamente mais subtil e prá-frentex (se bem que eu não tenha ainda alcançado a infinita sageza das medidas, provavelmente porque me falta caco para tal):Por exemplo, subsidiando o aborto, medida que deverá ter prodigiosos efeitos no aumento da natalidade. Não se sabe de fonte certa, mas ouve-se para aí dizer que há mais de 10 milhões disponíveis e que o estado poderá gastar em média 500 euros como prémio por cada gajo que não nasça.Não parece caro…. E o que faz o estado “progressista”, para fazer com nasçam gajos ?Muita coisa...e é aqui que entra o IRS...Tome-se por exemplo um caso da Tabela III do(Trabalho dependente, casado, 2 titulares):O senhor X ganha, digamos, 3200 euros por mês.Se não tiver filhos, o estado cobra-lhe de IRS, 562 euros por mês. Paga portanto um aborto por mês, 12 abortos num ano.Se tiver 1 filho, o estado cobra-lhe os mesmos 562 euros por mês. O que equivale a dizer que lhe paga 0 (ZERO) euros de prémio pelo facto de contribuir para a natalidade. Uma fartura progressista. Ah se a Merkel soubesse da nossa esperteza....Se tiver 2 filhos, o estado cobra-lhe os mesmíssimos 562 euros por mês.Se ainda assim for doido e tiver 3 filhos, o estado é generoso e cobra-lhe só 537 euros por mês. Paga-lhe portanto a prodigiosa quantia de 25 euros por ter 3 filhos. E acaba aqui a generosidade do estado “progressista”. Se o senhor X resolver ter 10 filhos, não leva mais um tusto…paga aos mesmos 537 euros de IRS. Ninguém o mandou ser tanso. Tivesse dado um nó no coiso, que isso é que era moderno e “progressista”Mas o castigo do Sr X não se fica por aqui. Pagará a água em escalões crescentes, pagará mais impostos pela carrinha grande, e mais IMI pela casa grande, pagará mais pelos livros, e pelas fraldas e pelos medicamentos, etc.E pagará ainda o aborto da Vanessa.De facto Sócrates tem todas as razões para se ufanar do seu “progressismo” .Suicidamo-nos demograficamente, mas felizes e orgulhosos porque o nosso cadáver será lindo, progressista e muito apresentável.