3 ... 2 ... 1 ...: Políticos: quanto mais poder, menor lucidez?

30-09-2009
marcar artigo


Nunca me havia dado ao trabalho de reflectir profusa e profundamente sobre a influência que o exercício e a detenção de poder político têm sobre a inteligência humana e não será certamente hoje que o farei.Mas, lendo afirmações de Morais Sarmento proferidas em Cantanhede, já encontrei uma ideia mestre, um “leitmotiv” digamos assim.E cuja premissa base é a de que “o exercício do poder político e o ter poder num dado momento afectam a inteligência do homem e a lucidez do homem político”.Não acreditam? Pois vejam se algum dia ouviram, a Morais Sarmento ministro, ou sequer deputado de proa, aquilo que ele afirmou em Sangalhos:“O poder político está hoje mais fragilizado do que há 10 anos, perante o poder económico e as corporações. Hoje, qualquer grande empresa tem maior capacidade de reflexão e análise do que o poder político".(…) "democracia perdeu qualidade. Os partidos não são atractivos, o Governo não tem capacidade de actuar com profissionalismo, a oposição é meramente adjectiva, não é substantiva, e o presidente da República acaba por fazer de contrapeso em vez de ter o papel de regulador que devia ter"."Hoje, fazer política no nosso país, só por estado de necessidade ou em estado de loucura”."Não conheço um livro, um único, sobre pensamento político produzido, desde o 25 de Abril, pelos protagonistas (...)”Lúcido o homem, não?Pois, mas só adquiriu tal lucidez quando perdeu protagonismo na sociedade política lusa.E agora para provar que a minha teoria está inteiramente correcta, vejam o que disse o nosso Primeiro-Ministro, na sua qualidade de Secretário-Geral do PS, na abertura do Fórum Novas Fronteiras (ou seja, num momento político e que o orador tem poder, muito poder):“Quando se fizer a história desta legislatura facilmente se perceberá que o PS fez o que era o seu dever”.“Fez aquilo que devia … pôr as contas públicas em ordem, fazer uma consolidação orçamental defendendo o prestígio do Estado social, das políticas sociais”. ”São as escolhas certas para o progresso do país. Esta é a nossa visão política, que tem já resultados claros”.Temos homem ao leme. Pena é que tenha olvidado os tempos em que se vociferava contra a obsessão do défice sabendo-se que o mesmo tinha de ser contido.Para rematar tudo isto com chave de ouro esse insigne vulto da democracia chamado António Vitorino (político a quem, fica a aqui a pública promessa, jamais confiarei o meu voto candidate-se ele ao que quiser) veio a terreiro proferir:"Vamos continuar. Habituem-se!"Quer dizer, para este “sempre em pé” que não gosta de sujar as mãos com as coisas da política, mas está sempre lá como os pés metidos, apesar da asneada de algumas medidas, apesar da fuga de quadros e “indigentes” para fora do País, apesar de agora ser moda nascer-se em ambulâncias, apesar do desemprego, apesar do Estado ter contido o défice esmagando quem já estava esmagado, pois bem, apesar disto tudo, é para continuar.Cá está uma das coisas que eu sempre “admirei” nos cavaquistas empedernidos que acompanhavam Cavaco Silva nos tempos áureos dos seus governos e agora nalguns destes socialistas de pacotilha: a arrogância!O homem fez esta afirmação depois de reconhecer que o PS está atento aos sinais de descontentamento e que até os admite.Aliás, Vitorino afirmou mesmo que é bom que os mesmos existam.Não sei se Sócrates pensa o mesmo.Mas a tal arrogância vê-se todos os dias por aí espalhada e não sei se cai bem ou se será facilmente esquecida!


Nunca me havia dado ao trabalho de reflectir profusa e profundamente sobre a influência que o exercício e a detenção de poder político têm sobre a inteligência humana e não será certamente hoje que o farei.Mas, lendo afirmações de Morais Sarmento proferidas em Cantanhede, já encontrei uma ideia mestre, um “leitmotiv” digamos assim.E cuja premissa base é a de que “o exercício do poder político e o ter poder num dado momento afectam a inteligência do homem e a lucidez do homem político”.Não acreditam? Pois vejam se algum dia ouviram, a Morais Sarmento ministro, ou sequer deputado de proa, aquilo que ele afirmou em Sangalhos:“O poder político está hoje mais fragilizado do que há 10 anos, perante o poder económico e as corporações. Hoje, qualquer grande empresa tem maior capacidade de reflexão e análise do que o poder político".(…) "democracia perdeu qualidade. Os partidos não são atractivos, o Governo não tem capacidade de actuar com profissionalismo, a oposição é meramente adjectiva, não é substantiva, e o presidente da República acaba por fazer de contrapeso em vez de ter o papel de regulador que devia ter"."Hoje, fazer política no nosso país, só por estado de necessidade ou em estado de loucura”."Não conheço um livro, um único, sobre pensamento político produzido, desde o 25 de Abril, pelos protagonistas (...)”Lúcido o homem, não?Pois, mas só adquiriu tal lucidez quando perdeu protagonismo na sociedade política lusa.E agora para provar que a minha teoria está inteiramente correcta, vejam o que disse o nosso Primeiro-Ministro, na sua qualidade de Secretário-Geral do PS, na abertura do Fórum Novas Fronteiras (ou seja, num momento político e que o orador tem poder, muito poder):“Quando se fizer a história desta legislatura facilmente se perceberá que o PS fez o que era o seu dever”.“Fez aquilo que devia … pôr as contas públicas em ordem, fazer uma consolidação orçamental defendendo o prestígio do Estado social, das políticas sociais”. ”São as escolhas certas para o progresso do país. Esta é a nossa visão política, que tem já resultados claros”.Temos homem ao leme. Pena é que tenha olvidado os tempos em que se vociferava contra a obsessão do défice sabendo-se que o mesmo tinha de ser contido.Para rematar tudo isto com chave de ouro esse insigne vulto da democracia chamado António Vitorino (político a quem, fica a aqui a pública promessa, jamais confiarei o meu voto candidate-se ele ao que quiser) veio a terreiro proferir:"Vamos continuar. Habituem-se!"Quer dizer, para este “sempre em pé” que não gosta de sujar as mãos com as coisas da política, mas está sempre lá como os pés metidos, apesar da asneada de algumas medidas, apesar da fuga de quadros e “indigentes” para fora do País, apesar de agora ser moda nascer-se em ambulâncias, apesar do desemprego, apesar do Estado ter contido o défice esmagando quem já estava esmagado, pois bem, apesar disto tudo, é para continuar.Cá está uma das coisas que eu sempre “admirei” nos cavaquistas empedernidos que acompanhavam Cavaco Silva nos tempos áureos dos seus governos e agora nalguns destes socialistas de pacotilha: a arrogância!O homem fez esta afirmação depois de reconhecer que o PS está atento aos sinais de descontentamento e que até os admite.Aliás, Vitorino afirmou mesmo que é bom que os mesmos existam.Não sei se Sócrates pensa o mesmo.Mas a tal arrogância vê-se todos os dias por aí espalhada e não sei se cai bem ou se será facilmente esquecida!

marcar artigo