A fotografia pertence ao meu bom amigo Paulo Maria, da Agência Interslide, e foi premiada, com uma menção honrosa, na categoria vida quotidiana, do concurso de fotojornalismo BES/Visão 2008....Depois de Sócrates ter anunciado para a próxima legislatura a obrigatoriedade do ensino pré-escolar, as IPSS acusaram hoje o Estado de “concorrência desleal”! A afirmação é surpreendente e eu, que tantas vezes tenho aqui “malhado” em José Sócrates, tenho hoje que o defender nessa sua “intenção” que só peca por tardia. É ao Estado e sempre ao Estado que devemos exigir a segurança, educação e bem-estar dos filhos da Nação. As IPSS - Instituições Particulares de Solidariedade Social, desempenham, pois claro, o seu papel complementar. Se as condições que oferecem, sem fins lucrativos, tiverem qualidade e servirem, de facto, como complemento social à oferta do Estado, as IPSS terão, no novo quadro, o seu papel assegurado. O que não faz sentido é olhar a solidariedade social como um feudo que se tornou forma de vida para muita gente. De facto, o que temem as IPSS não me parece ser propriamente a falta de crianças desprotegidas para apoiar, acolher e acompanhar. O que temem as IPSS é o corte de financiamento que pode estar implícito na decisão do Governo. Sendo ainda mais claro, o que temem as IPSS é que as suas cresces (às vezes de quase luxo), onde admitem classes baixas, mas também altas e muito altas, tantas vezes à custa de cunhas e com declarações forjadas de papás ricos que declaram ordenados mínimos, deixem de ser alimentadas pelo Estado de forma quase sempre cega. É claro que esta minha afirmação pode ser polémica, mas encaixa naquilo que escrevi há dias sobre o dinheiro que se gasta em Portugal em solidariedade social. Enquanto vir BMW’s à porta de cresces de IPSS e os papás que os conduzem se gabarem aos amigos que pagam uns trocos às custas de falsas declarações, merecendo a mais do que evidente conivência das instituições que recebem os seus filhos, fica parcialmente explicado por onde se esgotam os milhares de milhões de euros que se gastam em Portugal com o “terceiro sector”. As IPSS deveriam servir para erradicar a pobreza, a miséria e o abandono, mas a forma como se comportam algumas e alguns dos seus responsáveis fazem-nos crer que não desejam que tal aconteça, com medo de perderem o seu “mercado”. Só assim se explica que, com tantos milhões aplicados nas IPSS, ainda haja quem durma na rua.
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A fotografia pertence ao meu bom amigo Paulo Maria, da Agência Interslide, e foi premiada, com uma menção honrosa, na categoria vida quotidiana, do concurso de fotojornalismo BES/Visão 2008....Depois de Sócrates ter anunciado para a próxima legislatura a obrigatoriedade do ensino pré-escolar, as IPSS acusaram hoje o Estado de “concorrência desleal”! A afirmação é surpreendente e eu, que tantas vezes tenho aqui “malhado” em José Sócrates, tenho hoje que o defender nessa sua “intenção” que só peca por tardia. É ao Estado e sempre ao Estado que devemos exigir a segurança, educação e bem-estar dos filhos da Nação. As IPSS - Instituições Particulares de Solidariedade Social, desempenham, pois claro, o seu papel complementar. Se as condições que oferecem, sem fins lucrativos, tiverem qualidade e servirem, de facto, como complemento social à oferta do Estado, as IPSS terão, no novo quadro, o seu papel assegurado. O que não faz sentido é olhar a solidariedade social como um feudo que se tornou forma de vida para muita gente. De facto, o que temem as IPSS não me parece ser propriamente a falta de crianças desprotegidas para apoiar, acolher e acompanhar. O que temem as IPSS é o corte de financiamento que pode estar implícito na decisão do Governo. Sendo ainda mais claro, o que temem as IPSS é que as suas cresces (às vezes de quase luxo), onde admitem classes baixas, mas também altas e muito altas, tantas vezes à custa de cunhas e com declarações forjadas de papás ricos que declaram ordenados mínimos, deixem de ser alimentadas pelo Estado de forma quase sempre cega. É claro que esta minha afirmação pode ser polémica, mas encaixa naquilo que escrevi há dias sobre o dinheiro que se gasta em Portugal em solidariedade social. Enquanto vir BMW’s à porta de cresces de IPSS e os papás que os conduzem se gabarem aos amigos que pagam uns trocos às custas de falsas declarações, merecendo a mais do que evidente conivência das instituições que recebem os seus filhos, fica parcialmente explicado por onde se esgotam os milhares de milhões de euros que se gastam em Portugal com o “terceiro sector”. As IPSS deveriam servir para erradicar a pobreza, a miséria e o abandono, mas a forma como se comportam algumas e alguns dos seus responsáveis fazem-nos crer que não desejam que tal aconteça, com medo de perderem o seu “mercado”. Só assim se explica que, com tantos milhões aplicados nas IPSS, ainda haja quem durma na rua.