Quando há mais de 20 anos comecei a fazer rádio (na altura, rádio pirata), descobri por mim próprio uma coisa: a primeira sensação quando usamos o poder de um microfone (será válido para o teclado de um computador, também), é que todos nos estão a escutar. Depois, ganha-se um certo à-vontade que nos leva rapidamente à solidão. Cremos então, que naquela sala apenas estamos nós e o microfone. Só quando dizemos a primeira "bacorada" no ar e sentimos a fúria de alguém ofendido é que ganhamos a real consciência e o sentido da responsabilidade que é comunicar. A mensagem de deputado Pedro Duarte, ontem no Twitter, não foi uma "bacorada", foi apenas uma "Twittada" própria de alguma inexperiência (a comunicar para massas ou simpesmente a escolher uma password?). Eu, que assisti à coisa em directo e ao vivo, diria que não o deveríamos diabolizar por isso. Parece-me pior chamar "palhaço" ao Primeiro-Ministro em pleno Parlamento e ninguém pagou por isso. Já Pedro Duarte, à maneira de Sócrates, explicou-se um bocado mal neste caso, atribuindo a culpa a uma cabala pouco provável contra si.
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Quando há mais de 20 anos comecei a fazer rádio (na altura, rádio pirata), descobri por mim próprio uma coisa: a primeira sensação quando usamos o poder de um microfone (será válido para o teclado de um computador, também), é que todos nos estão a escutar. Depois, ganha-se um certo à-vontade que nos leva rapidamente à solidão. Cremos então, que naquela sala apenas estamos nós e o microfone. Só quando dizemos a primeira "bacorada" no ar e sentimos a fúria de alguém ofendido é que ganhamos a real consciência e o sentido da responsabilidade que é comunicar. A mensagem de deputado Pedro Duarte, ontem no Twitter, não foi uma "bacorada", foi apenas uma "Twittada" própria de alguma inexperiência (a comunicar para massas ou simpesmente a escolher uma password?). Eu, que assisti à coisa em directo e ao vivo, diria que não o deveríamos diabolizar por isso. Parece-me pior chamar "palhaço" ao Primeiro-Ministro em pleno Parlamento e ninguém pagou por isso. Já Pedro Duarte, à maneira de Sócrates, explicou-se um bocado mal neste caso, atribuindo a culpa a uma cabala pouco provável contra si.