BoaSociedade

20-05-2009
marcar artigo


Colonialismo e pós-colonialismo O colonialismo e o pós-colonialismo, apesar de muito debatidos, continuam temas de grande actualidade cuja análise histórica e sociológica suscita ainda múltiplas polémicas. Boa parte das correntes politico-filosóficas continuam a colocar a tónica no colonizador e no neocolonialismo, assente no poder imperialista e no racismo promovidos pelas potências coloniais do Norte. Os velhos impérios europeus são assim considerados a raiz de uma desigualdade fundada na violência e no saque dos recursos dos povos do Sul, de que hoje continuam a beneficiar as novas potências, com os EUA e a UE à cabeça. Esta abordagem desenrola-se sob uma perspectiva crítica que, embora seja pertinente para a compreensão da história do colonialismo – porque nos ajuda a perceber uma parte das injustiças e todo o rol de misérias humanas que continuam a devastar muitos países e regiões do mundo –, tende a concluir pela “culpa do colonizador” como causa fundamental das desgraças, quer do passado quer do presente desses povos.Há porém, nos interstícios dessas análises sistémicas, um vasto leque de questões, de casos omissos, de páginas amarrotadas da/pela história, que continuam a requerer clarificação e reflexão crítica. Reflexão esta que exige distanciamento, objectividade analítica e um corte com os viés ideológicos e as visões maniqueístas da história. Porque a análise social está para além e é bem mais complexa do que o binómio vítimas/ carrascos. Essa é, aliás, em muitos casos, a linguagem a que recorrem os novos tiranos, disfarçados de salvadores, que atentam diariamente contra os direitos humanos em muitos países independentes, mas onde a democracia é ainda um sonho impossível. Porque me parecem contributos interessantes para esta reflexão – e chamam a atenção para aspectos polémicos – reproduzo abaixo três textos recentes que focam a questão colonial em contextos diferentes. Particularmente preocupante é a questão de Angola suscitada no texto de António Barreto (ver abaixo).


Colonialismo e pós-colonialismo O colonialismo e o pós-colonialismo, apesar de muito debatidos, continuam temas de grande actualidade cuja análise histórica e sociológica suscita ainda múltiplas polémicas. Boa parte das correntes politico-filosóficas continuam a colocar a tónica no colonizador e no neocolonialismo, assente no poder imperialista e no racismo promovidos pelas potências coloniais do Norte. Os velhos impérios europeus são assim considerados a raiz de uma desigualdade fundada na violência e no saque dos recursos dos povos do Sul, de que hoje continuam a beneficiar as novas potências, com os EUA e a UE à cabeça. Esta abordagem desenrola-se sob uma perspectiva crítica que, embora seja pertinente para a compreensão da história do colonialismo – porque nos ajuda a perceber uma parte das injustiças e todo o rol de misérias humanas que continuam a devastar muitos países e regiões do mundo –, tende a concluir pela “culpa do colonizador” como causa fundamental das desgraças, quer do passado quer do presente desses povos.Há porém, nos interstícios dessas análises sistémicas, um vasto leque de questões, de casos omissos, de páginas amarrotadas da/pela história, que continuam a requerer clarificação e reflexão crítica. Reflexão esta que exige distanciamento, objectividade analítica e um corte com os viés ideológicos e as visões maniqueístas da história. Porque a análise social está para além e é bem mais complexa do que o binómio vítimas/ carrascos. Essa é, aliás, em muitos casos, a linguagem a que recorrem os novos tiranos, disfarçados de salvadores, que atentam diariamente contra os direitos humanos em muitos países independentes, mas onde a democracia é ainda um sonho impossível. Porque me parecem contributos interessantes para esta reflexão – e chamam a atenção para aspectos polémicos – reproduzo abaixo três textos recentes que focam a questão colonial em contextos diferentes. Particularmente preocupante é a questão de Angola suscitada no texto de António Barreto (ver abaixo).

marcar artigo