Da Literatura: TODA A DIFERENÇA SERÁ CASTIGADA?

29-09-2009
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Não são precisos grandes adjectivos para classificar o novo filme de Luís Filipe Rocha, A Outra Margem. Por estafados que pareçam, inteligente e sensível chegam e sobram. Em sentido literal, as margens são as do Tâmega, em Amarante. Filipe Duarte, o protagonista, tem aqui uma performance diferente de tudo o que antes fizera em teatro, cinema e televisão. Quem o vê agora no papel do travesti surpreendido com o suicídio do amante, dificilmente reconhecerá o actor de filmes tão diferentes como Os Imortais (António-Pedro Vasconcelos, 2003), A Costa dos Murmúrios (Margarida Cardoso, 2004), O Milagre Segundo Salomé (Mário Barroso, 2004) ou, entre muitos outros, Um Tiro no Escuro (Leonel Vieira, 2005). Não admira que A Outra Margem lhe tenha valido o prémio de melhor actor no Festival de Cinema de Montreal 2007. Verdade que grande parte do interesse do filme reside no desempenho de Tomás de Almeida, um jovem actor do Crinabel portador de trissomia 21, à volta de quem o plot acaba por fixar-se. Há duas ou três coisas de que não gosto (melhor dito: que me parecem desnecessárias), mas não devo errar a pontaria se disser que é o melhor filme do realizador. Sucede que Luís Filipe Rocha não integra o grupo de cineastas portugueses com vela acesa em Meca, o que faz com que a promoção do filme seja discretíssima. Vá ver, vale a pena.Etiquetas: Cinema

Não são precisos grandes adjectivos para classificar o novo filme de Luís Filipe Rocha, A Outra Margem. Por estafados que pareçam, inteligente e sensível chegam e sobram. Em sentido literal, as margens são as do Tâmega, em Amarante. Filipe Duarte, o protagonista, tem aqui uma performance diferente de tudo o que antes fizera em teatro, cinema e televisão. Quem o vê agora no papel do travesti surpreendido com o suicídio do amante, dificilmente reconhecerá o actor de filmes tão diferentes como Os Imortais (António-Pedro Vasconcelos, 2003), A Costa dos Murmúrios (Margarida Cardoso, 2004), O Milagre Segundo Salomé (Mário Barroso, 2004) ou, entre muitos outros, Um Tiro no Escuro (Leonel Vieira, 2005). Não admira que A Outra Margem lhe tenha valido o prémio de melhor actor no Festival de Cinema de Montreal 2007. Verdade que grande parte do interesse do filme reside no desempenho de Tomás de Almeida, um jovem actor do Crinabel portador de trissomia 21, à volta de quem o plot acaba por fixar-se. Há duas ou três coisas de que não gosto (melhor dito: que me parecem desnecessárias), mas não devo errar a pontaria se disser que é o melhor filme do realizador. Sucede que Luís Filipe Rocha não integra o grupo de cineastas portugueses com vela acesa em Meca, o que faz com que a promoção do filme seja discretíssima. Vá ver, vale a pena.Etiquetas: Cinema

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