Veto Político: Para onde vai a Coligação?

21-07-2005
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É notório aos olhos de qualquer um a abissal diferença entre a coligação de Durão e a coligação de Santana. Durão minimizou Portas e saia constantemente a terreiro apregoar a unidade e univocidade do seu Governo; Santana tem, nestas primeiras semanas, falado o menos possível (o que mesmo assim é muito), olhando com distanciamento os problemas que assolam (ou não) a Coligação.A viragem teria começado com Durão, mas foi com Santana que se concretizou: durante a campanha das europeias era mais que palpável o desagrado originado com a convivência de militantes dos dois partidos. Se juntarmos dois militantes, um do PP e outro do PSD, é provável que eles concordem em variados assuntos; se juntarmos as tribos sente-se, de imediato, uma crispação natural em cidadãos que militam em partidos distintos. Foi este o ensinamento mais valioso das Europeias: o PSD e o PP são partidos distintos, e mesmo para os que sonhavam com uma coligação intemporal (sem falar da inefável fusão) tornou-se óbvio que a união governamental de populares e social-democratas mais não é que um casamento de conveniência tendo em vista a governação com estabilidade de Portugal.Portas, inteligentemente, lendo os sinais que vinham de ambos os partidos, iniciou prontamente uma cultura política distinta para esta II parte do Governo PSD/PP, marcada pelo protagonismo dos governantes indicados pelo partido mais pequeno da coligação. Eles estão sempre presentes, de forma assertiva, cuidada e, essencialmente, próxima daquilo que entendem ser o sentir dos portugueses. Assustado com o apagamento do CDS/PP nestes últimos dois anos, Portas prepara assim o embate de 2006, quer o PP vá orgulhosamente só, estrategicamente só ou em coligação.E Santana? Qual é o desígnio de Santana para o PSD? Para o PSD tudo é mais complexo… o arranque foi terrível, quer na gestão dos casos pontuais (o dossier Leça), quer na gestão dos casos recorrentes (a colocação de professores), quer na articulação do seu discurso com o trabalho dos seus Ministros (uma cacofonia em redor de taxas moderadoras de saúde, entre outras). Pressões são agora exercidas para que se volte a entrar nos eixos e se prepare correctamente regionais e, fundamentalmente, autárquicas de 2005 (sem esquecer o referendo, onde as posições previsivelmente comuns da maioria e do principal partido da oposição tratarão de amaciar o desgaste dos confrontos), onde este Executivo será primeiramente avaliado. Um pouco da luz que agora incide sobre o CDS/PP tem de ser desviada para o PSD.

É notório aos olhos de qualquer um a abissal diferença entre a coligação de Durão e a coligação de Santana. Durão minimizou Portas e saia constantemente a terreiro apregoar a unidade e univocidade do seu Governo; Santana tem, nestas primeiras semanas, falado o menos possível (o que mesmo assim é muito), olhando com distanciamento os problemas que assolam (ou não) a Coligação.A viragem teria começado com Durão, mas foi com Santana que se concretizou: durante a campanha das europeias era mais que palpável o desagrado originado com a convivência de militantes dos dois partidos. Se juntarmos dois militantes, um do PP e outro do PSD, é provável que eles concordem em variados assuntos; se juntarmos as tribos sente-se, de imediato, uma crispação natural em cidadãos que militam em partidos distintos. Foi este o ensinamento mais valioso das Europeias: o PSD e o PP são partidos distintos, e mesmo para os que sonhavam com uma coligação intemporal (sem falar da inefável fusão) tornou-se óbvio que a união governamental de populares e social-democratas mais não é que um casamento de conveniência tendo em vista a governação com estabilidade de Portugal.Portas, inteligentemente, lendo os sinais que vinham de ambos os partidos, iniciou prontamente uma cultura política distinta para esta II parte do Governo PSD/PP, marcada pelo protagonismo dos governantes indicados pelo partido mais pequeno da coligação. Eles estão sempre presentes, de forma assertiva, cuidada e, essencialmente, próxima daquilo que entendem ser o sentir dos portugueses. Assustado com o apagamento do CDS/PP nestes últimos dois anos, Portas prepara assim o embate de 2006, quer o PP vá orgulhosamente só, estrategicamente só ou em coligação.E Santana? Qual é o desígnio de Santana para o PSD? Para o PSD tudo é mais complexo… o arranque foi terrível, quer na gestão dos casos pontuais (o dossier Leça), quer na gestão dos casos recorrentes (a colocação de professores), quer na articulação do seu discurso com o trabalho dos seus Ministros (uma cacofonia em redor de taxas moderadoras de saúde, entre outras). Pressões são agora exercidas para que se volte a entrar nos eixos e se prepare correctamente regionais e, fundamentalmente, autárquicas de 2005 (sem esquecer o referendo, onde as posições previsivelmente comuns da maioria e do principal partido da oposição tratarão de amaciar o desgaste dos confrontos), onde este Executivo será primeiramente avaliado. Um pouco da luz que agora incide sobre o CDS/PP tem de ser desviada para o PSD.

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