CASTELO DE VIDE: NOVOS DESAFIOS, NOVOS COMPROMISSOS

21-07-2005
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NOVOS DESAFIOS, NOVOS COMPROMISSOS

É preciso planear o desenvolvimento do interior

Realizou-se no sábado e no âmbito da pré-campanha do Bloco de Esquerda o Encontro “Novos desafios, novos compromissos” que decorreu nas instalações do teatro de Portalegre e congregou diversas intervenções.

Paulo Cardoso, cabeça de lista do BE por Portalegre abriu os trabalhos em que participaram no primeiro painel o geógrafo Tiago Malato, Graça Rojão da Associação Beira Serra e Manuel Sosa Aparício, da Izquerda Unida.

No segundo painel intervieram José Carlos Albino, Rui Pulido Valente e Cláudio Torres, cabeça de lista do BE por Beja.

Luís Fazenda, deputado do BE participou no encerramento dos trabalhos.

Como foi referido em ter-mos de enquadramento dos trabalhos, “nas próximas eleições de Fevereiro, Portalegre já não irá eleger três deputados”, pois “os dois deputados que representarão o Distrito caracterizam igualmente o declínio demográfico e económico do Alto Alentejo” e “são a demonstração das políticas desajustadas da realidade da região, a qual continua a alimentar os grandes centros urbanos” como “resultado da incapacidade de gerar um projecto económico e socialmente rentável, capaz de fixar investimento, oportunidades e perspectivas de futuro para todos os que cá vivem e todos os que gostariam de cá viver.”

Assim “o actual modelo de desenvolvimento litoralizou a capacidade produtiva, os investimentos e o reduzido crescimento do país. Em consequência, o interior tem ficado votado à sua sorte e sofrido as consequências de um abandono desordenado da actividade no campo, do encerramento de empresas de dimensão significativa e da destruição e deslocalização de serviços públicos e de proximidade que asseguravam saúde, educação, cultura, serviços do Estado ou serviços básicos como a electricidade, os correios ou as telecomunicações.”

Tem-se então que “a verdade nua e crua mostra a desertificação e a perda contínua de população, de recursos e quadros qualificados numa sangria permanente”, pelo que “importa colocar o dedo na ferida: é preciso um novo contrato entre o interior e o poder central” e “é preciso equacionar, interrogar e planear um novo modelo de desenvolvimento humano para os distritos e municípios do interior. Isso significa uma nova relação de poder – e nada menos do que isso. Uma nova relação de poder tem que ser construída ouvindo todos os que querem ter palavra sobre a sua terra. Construída com todos e todas, pessoas e associações, partidos e movimentos.”

Por isso “uma nova relação de poder pressupõe a discussão e a definição de objectivos. É em função dos objectivos que se apontarão caminhos, competências, tarefas, compromissos, actores e financiamentos” e assim “uma nova relação de poder precisará de abordar a regionalização e a relação com as regiões da raia espanhola.

A concluir é afirmado que “está passado o tempo em que regionalização era palavra banida. Ela volta ao tempo presente e assume novos desafios. De igual forma a relação com as regiões e os municípios espanhóis. O tempo é de encontro comum de vontades e soluções. A fronteira e a agressão deram lugar à linha de um rumo solidário.”

in: Jornal Fonte Nova

NOVOS DESAFIOS, NOVOS COMPROMISSOS

É preciso planear o desenvolvimento do interior

Realizou-se no sábado e no âmbito da pré-campanha do Bloco de Esquerda o Encontro “Novos desafios, novos compromissos” que decorreu nas instalações do teatro de Portalegre e congregou diversas intervenções.

Paulo Cardoso, cabeça de lista do BE por Portalegre abriu os trabalhos em que participaram no primeiro painel o geógrafo Tiago Malato, Graça Rojão da Associação Beira Serra e Manuel Sosa Aparício, da Izquerda Unida.

No segundo painel intervieram José Carlos Albino, Rui Pulido Valente e Cláudio Torres, cabeça de lista do BE por Beja.

Luís Fazenda, deputado do BE participou no encerramento dos trabalhos.

Como foi referido em ter-mos de enquadramento dos trabalhos, “nas próximas eleições de Fevereiro, Portalegre já não irá eleger três deputados”, pois “os dois deputados que representarão o Distrito caracterizam igualmente o declínio demográfico e económico do Alto Alentejo” e “são a demonstração das políticas desajustadas da realidade da região, a qual continua a alimentar os grandes centros urbanos” como “resultado da incapacidade de gerar um projecto económico e socialmente rentável, capaz de fixar investimento, oportunidades e perspectivas de futuro para todos os que cá vivem e todos os que gostariam de cá viver.”

Assim “o actual modelo de desenvolvimento litoralizou a capacidade produtiva, os investimentos e o reduzido crescimento do país. Em consequência, o interior tem ficado votado à sua sorte e sofrido as consequências de um abandono desordenado da actividade no campo, do encerramento de empresas de dimensão significativa e da destruição e deslocalização de serviços públicos e de proximidade que asseguravam saúde, educação, cultura, serviços do Estado ou serviços básicos como a electricidade, os correios ou as telecomunicações.”

Tem-se então que “a verdade nua e crua mostra a desertificação e a perda contínua de população, de recursos e quadros qualificados numa sangria permanente”, pelo que “importa colocar o dedo na ferida: é preciso um novo contrato entre o interior e o poder central” e “é preciso equacionar, interrogar e planear um novo modelo de desenvolvimento humano para os distritos e municípios do interior. Isso significa uma nova relação de poder – e nada menos do que isso. Uma nova relação de poder tem que ser construída ouvindo todos os que querem ter palavra sobre a sua terra. Construída com todos e todas, pessoas e associações, partidos e movimentos.”

Por isso “uma nova relação de poder pressupõe a discussão e a definição de objectivos. É em função dos objectivos que se apontarão caminhos, competências, tarefas, compromissos, actores e financiamentos” e assim “uma nova relação de poder precisará de abordar a regionalização e a relação com as regiões da raia espanhola.

A concluir é afirmado que “está passado o tempo em que regionalização era palavra banida. Ela volta ao tempo presente e assume novos desafios. De igual forma a relação com as regiões e os municípios espanhóis. O tempo é de encontro comum de vontades e soluções. A fronteira e a agressão deram lugar à linha de um rumo solidário.”

in: Jornal Fonte Nova

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