Nada tenho contra os desfiles e considero que, em todos eles, a esmagadora maioria dos que desfilam fazem-no com convicção, com verdade e com sentido de cidadania.. Mas não me entusiasmam os desfiles, sejam de moda ou de protesto. É claro que prefiro os de protesto, mas sendo apenas de protesto tornam-se ineficazes. Protesto hoje contra estes, amanhã contra os que para lá forem, depois ainda contra os que hão-de vir. E se ajudo estes a caírem da cadeira, sei, por experiência feita ao longo das últimas décadas, que os que para lá forem não serão melhores do que estes. Em cada cavadela a minhoca piora. Por isso, os desfiles de protesto não me convencem. Nem me convencem os que querem tirar de lá estes para porem outros. Nem os outros que hão-de disputar as migalhas do poder aos que lá estiverem depois. Convencer-me-ia uma prática sindical que tivesse uma agenda própria, autónoma e ela própria construtora de um projecto diferente. Não me entusiasmam absolutamente nada sindicatos tipo bolas de ping-pong atiradas para cima da mesa ao serviço de estratégias mais ou menos partidarizadas. Sejam estas ou outras. Apesar disso, se estivesse em Lisboa, amanhã iria desfilar. Mas não me esqueceria de que, entre os que vão desfilar, há muitos que, se tivessem uma réstia de poder, eu estaria a desfilar contra eles. Com, pelo menos, o mesmo empenho com que desfilaria contra estes e as suas políticas.
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Nada tenho contra os desfiles e considero que, em todos eles, a esmagadora maioria dos que desfilam fazem-no com convicção, com verdade e com sentido de cidadania.. Mas não me entusiasmam os desfiles, sejam de moda ou de protesto. É claro que prefiro os de protesto, mas sendo apenas de protesto tornam-se ineficazes. Protesto hoje contra estes, amanhã contra os que para lá forem, depois ainda contra os que hão-de vir. E se ajudo estes a caírem da cadeira, sei, por experiência feita ao longo das últimas décadas, que os que para lá forem não serão melhores do que estes. Em cada cavadela a minhoca piora. Por isso, os desfiles de protesto não me convencem. Nem me convencem os que querem tirar de lá estes para porem outros. Nem os outros que hão-de disputar as migalhas do poder aos que lá estiverem depois. Convencer-me-ia uma prática sindical que tivesse uma agenda própria, autónoma e ela própria construtora de um projecto diferente. Não me entusiasmam absolutamente nada sindicatos tipo bolas de ping-pong atiradas para cima da mesa ao serviço de estratégias mais ou menos partidarizadas. Sejam estas ou outras. Apesar disso, se estivesse em Lisboa, amanhã iria desfilar. Mas não me esqueceria de que, entre os que vão desfilar, há muitos que, se tivessem uma réstia de poder, eu estaria a desfilar contra eles. Com, pelo menos, o mesmo empenho com que desfilaria contra estes e as suas políticas.