Já nem quero sequer saber
Nem do escutar nem do ver
Nem por fechadura de porta nem por porta aberta
Da lama que a todos trama e suja a brancura da alma
E em tudo ecoa e redemoinha e em tudo alto ressoa
Neste atroz desconforto deste país doce de água salgada em porto calma
De gente de viver adiado e andar em movimento circular parado
E feroz sugado por sanguessugas ferradas em penumbra e em teia
Insensíveis à fraqueza da ingénua franqueza alheia
De mente demente avessa visceralmente
À nobreza do trabalho honrado e de corpo suado inteiro
Em todo o lado e sempre em todo o tempo
E quão sofrido de tão dorido estar já o ser todo
Com magro salário pago no encerrar do trabalho
A obreiro tão cansado mas quão contente
Mesmo que doente
Na sua singeleza
E na sua pureza
De homem
Justo
E bom.
Évora, 2010-02-12
J. Rodrigues Dias 17 Fevereiro, 2010 15:14
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Já nem quero sequer saber
Nem do escutar nem do ver
Nem por fechadura de porta nem por porta aberta
Da lama que a todos trama e suja a brancura da alma
E em tudo ecoa e redemoinha e em tudo alto ressoa
Neste atroz desconforto deste país doce de água salgada em porto calma
De gente de viver adiado e andar em movimento circular parado
E feroz sugado por sanguessugas ferradas em penumbra e em teia
Insensíveis à fraqueza da ingénua franqueza alheia
De mente demente avessa visceralmente
À nobreza do trabalho honrado e de corpo suado inteiro
Em todo o lado e sempre em todo o tempo
E quão sofrido de tão dorido estar já o ser todo
Com magro salário pago no encerrar do trabalho
A obreiro tão cansado mas quão contente
Mesmo que doente
Na sua singeleza
E na sua pureza
De homem
Justo
E bom.
Évora, 2010-02-12
J. Rodrigues Dias 17 Fevereiro, 2010 15:14