Para o Partido Social Democrata aproximam-se tempos de mudança. A previsível derrota no dia 20 de Fevereiro poderá acarretar uma limpeza de quadros como nunca se viu naquele entre os sociais-democratas.
Desde o seu início, o PSD tem sabido gerir e digerir duas correntes que nunca verdadeiramente se entenderam: a do sul e a do norte, Sá Carneiro era do Porto, Balsemão era de Lisboa. O certo é que a convivência sempre foi apresentada como facto consumado, apenas destoando, aqui e ali, um arrufo como o “sulista, elitista e liberal” de Luís Filipe Meneses.
Mas os tempos são outros e o Norte começa a invocar a prática de Sá Carneiro e não só o seu nome, como faz Santana Lopes. Basta atentar nas recentes entrevistas de Rui Rio e José Pedro Aguiar Branco que, notícias recentes, nos confidenciam terem deixado o ainda Primeiro-Ministro com os cabelos em pé.
Ao Diário de Notícias, o Presidente da Câmara Municipal do Porto afirmou que “a qualidade dos políticos baixou a pique” e que a regeneração é imperiosa, embora, sagazmente, inclua o PS: “Não basta que o PSD, por exemplo, tenha um conjunto de personalidade influentes que queiram fazer isso, porque, mesmo que as haja, se não houver a mesma correspondência no PS, não vale de nada”. E quanto ao futuro imediato, Rio não tem dúvidas: “se o PSD não ganhar, pode colocar-se” a questão da liderança, para a qual ele não faz a “mínima ideia”. E sobre a lista de deputados laranjas pelo Porto, o autarca nem hesita “o cabeça de lista é muito bom”.
Já agora, o que é que pensa “o cabeça de lista” sobre o Presidente da Câmara da Invicta? Ao Expresso, Aguiar Branco diz que conta com ele “absolutamente” e que vê nele, além de si próprio, “um potencial candidato à liderança”. E cita Sá Carneiro: “Primeiro o país, depois as pessoas e depois o partido”.
Neste momento há três políticos com uma imagem de grande credibilidade: os dois citados e António Borges. Dois do Porto e um ligado a Lisboa, lá está…
Aguiar Branco, coadjuvado por outro nome emergente, Paulo Rangel, imprimiu uma dinâmica inusitada para apenas cinco meses de prática governativa. Rui Rio granjeou a admiração do país inteiro ao aguentar firme o embate contra o todo-poderoso Pinto da Costa, habituado a frequentar os Paços do Concelho sem pedir autorização a ninguém.
Os valores que estes dois nomes transmitem são herança directa do quasi-endeusado líder que pereceu em Camarate, vai para um quarto de século. Santana Lopes, o menino bem, o playboy da “Linha”, irrita-se porque vê neles uma solução de futuro, enquanto o seu espelho apenas lhe devolve a imagem de um PSD já ultrapassado.
Um deles, Rio ou Aguiar Branco, ou até mesmo os dois, poderão ser o tal D. Sebastião que terá forçosamente de surgir do meio do nevoeiro que hoje tolda a visão a um partido que, tal qual a mítica Fénix, irá renascer das suas cinzas.
Dupont
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Para o Partido Social Democrata aproximam-se tempos de mudança. A previsível derrota no dia 20 de Fevereiro poderá acarretar uma limpeza de quadros como nunca se viu naquele entre os sociais-democratas.
Desde o seu início, o PSD tem sabido gerir e digerir duas correntes que nunca verdadeiramente se entenderam: a do sul e a do norte, Sá Carneiro era do Porto, Balsemão era de Lisboa. O certo é que a convivência sempre foi apresentada como facto consumado, apenas destoando, aqui e ali, um arrufo como o “sulista, elitista e liberal” de Luís Filipe Meneses.
Mas os tempos são outros e o Norte começa a invocar a prática de Sá Carneiro e não só o seu nome, como faz Santana Lopes. Basta atentar nas recentes entrevistas de Rui Rio e José Pedro Aguiar Branco que, notícias recentes, nos confidenciam terem deixado o ainda Primeiro-Ministro com os cabelos em pé.
Ao Diário de Notícias, o Presidente da Câmara Municipal do Porto afirmou que “a qualidade dos políticos baixou a pique” e que a regeneração é imperiosa, embora, sagazmente, inclua o PS: “Não basta que o PSD, por exemplo, tenha um conjunto de personalidade influentes que queiram fazer isso, porque, mesmo que as haja, se não houver a mesma correspondência no PS, não vale de nada”. E quanto ao futuro imediato, Rio não tem dúvidas: “se o PSD não ganhar, pode colocar-se” a questão da liderança, para a qual ele não faz a “mínima ideia”. E sobre a lista de deputados laranjas pelo Porto, o autarca nem hesita “o cabeça de lista é muito bom”.
Já agora, o que é que pensa “o cabeça de lista” sobre o Presidente da Câmara da Invicta? Ao Expresso, Aguiar Branco diz que conta com ele “absolutamente” e que vê nele, além de si próprio, “um potencial candidato à liderança”. E cita Sá Carneiro: “Primeiro o país, depois as pessoas e depois o partido”.
Neste momento há três políticos com uma imagem de grande credibilidade: os dois citados e António Borges. Dois do Porto e um ligado a Lisboa, lá está…
Aguiar Branco, coadjuvado por outro nome emergente, Paulo Rangel, imprimiu uma dinâmica inusitada para apenas cinco meses de prática governativa. Rui Rio granjeou a admiração do país inteiro ao aguentar firme o embate contra o todo-poderoso Pinto da Costa, habituado a frequentar os Paços do Concelho sem pedir autorização a ninguém.
Os valores que estes dois nomes transmitem são herança directa do quasi-endeusado líder que pereceu em Camarate, vai para um quarto de século. Santana Lopes, o menino bem, o playboy da “Linha”, irrita-se porque vê neles uma solução de futuro, enquanto o seu espelho apenas lhe devolve a imagem de um PSD já ultrapassado.
Um deles, Rio ou Aguiar Branco, ou até mesmo os dois, poderão ser o tal D. Sebastião que terá forçosamente de surgir do meio do nevoeiro que hoje tolda a visão a um partido que, tal qual a mítica Fénix, irá renascer das suas cinzas.
Dupont