Conheço o Sebastião Fortuna há pouco mais de 20 anos. Vi-o pela primeira vez naquele que é agora o Centro de Artes e Ofícios Fortuna, em Quinta do Anjo, por si sonhado, criado e alimentado durante muitos anos. Aliás, essa é uma das características de Sebastião – correr à frente do que sonha, como se o sonho tivesse que o seguir ou… não se sabendo muito bem quem vai à frente, se o sonhador, se o sonho ele mesmo!O Sebastião cativou-me no primeiro encontro. Pela forma como as suas mãos trabalhavam, modelando barro ou acariciando peças. Pela maneira como me convidou a entrar no sonho das suas aventuras. Pela disponibilidade que exerceu para mostrar, explicar, fazer. Por essa ginástica de uma imaginação sempre alerta, continuamente a trabalhar. Por um certo desprezo pelos valores materiais. Pela conjugação do homem com o sonho. Afinal, Sebastião Fortuna, nas artes plásticas, “cantava a mesma e não menos bela poesia que Sebastião da Gama”, tal como uns anos depois escreveu D. Manuel Martins, bispo de Setúbal (A Seara, Março.1992).Muitas vezes fui passando pelo Centro de Artes e Ofícios, ouvindo-lhe os desabafos. Umas vezes, ia lá apenas para ver, para estar. Noutras, levava os filhos e amigos. Houve uma vez em que lá levei o Fernando Pessa, convidado que tinha sido para vir à minha escola falar com os alunos sobre jornalismo. Na sabedoria dos seus 90 e picos anos, que já tinha na altura, Fernando Pessa ficou entusiasmado com o trabalho que Sebastião Fortuna levava a cabo… e admirou todo o trabalho com uma fina sensibilidade e alegria.As coisas não correram como Sebastião sonhara neste Centro de Artes e Ofícios e partiu para outra, descobrindo-se e alimentando uma veia por que já velejara há anos – a pintura. Agora, no próximo fim-de-semana, na Igreja de S. João, em Palmela, vai expor sob o título “Sonhar é preciso”. Vai ser às 16h30. A sugestão aqui fica, juntamente com reprodução de dois quadros, em fotografias tiradas do catálogo que acompanhará a exposição.
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Conheço o Sebastião Fortuna há pouco mais de 20 anos. Vi-o pela primeira vez naquele que é agora o Centro de Artes e Ofícios Fortuna, em Quinta do Anjo, por si sonhado, criado e alimentado durante muitos anos. Aliás, essa é uma das características de Sebastião – correr à frente do que sonha, como se o sonho tivesse que o seguir ou… não se sabendo muito bem quem vai à frente, se o sonhador, se o sonho ele mesmo!O Sebastião cativou-me no primeiro encontro. Pela forma como as suas mãos trabalhavam, modelando barro ou acariciando peças. Pela maneira como me convidou a entrar no sonho das suas aventuras. Pela disponibilidade que exerceu para mostrar, explicar, fazer. Por essa ginástica de uma imaginação sempre alerta, continuamente a trabalhar. Por um certo desprezo pelos valores materiais. Pela conjugação do homem com o sonho. Afinal, Sebastião Fortuna, nas artes plásticas, “cantava a mesma e não menos bela poesia que Sebastião da Gama”, tal como uns anos depois escreveu D. Manuel Martins, bispo de Setúbal (A Seara, Março.1992).Muitas vezes fui passando pelo Centro de Artes e Ofícios, ouvindo-lhe os desabafos. Umas vezes, ia lá apenas para ver, para estar. Noutras, levava os filhos e amigos. Houve uma vez em que lá levei o Fernando Pessa, convidado que tinha sido para vir à minha escola falar com os alunos sobre jornalismo. Na sabedoria dos seus 90 e picos anos, que já tinha na altura, Fernando Pessa ficou entusiasmado com o trabalho que Sebastião Fortuna levava a cabo… e admirou todo o trabalho com uma fina sensibilidade e alegria.As coisas não correram como Sebastião sonhara neste Centro de Artes e Ofícios e partiu para outra, descobrindo-se e alimentando uma veia por que já velejara há anos – a pintura. Agora, no próximo fim-de-semana, na Igreja de S. João, em Palmela, vai expor sob o título “Sonhar é preciso”. Vai ser às 16h30. A sugestão aqui fica, juntamente com reprodução de dois quadros, em fotografias tiradas do catálogo que acompanhará a exposição.