desNorte: CDs #131: Liszt, Symphonic Poems, Vol.2

03-08-2010
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Johann Faustus até poderá ter tido uma vida mais ou menos normal, mas também é possível que tenha sido um perfeito herege, responsável por actos inconfessáveis. Quando faleceu, por volta de 1540, gozava de uma reputação pouco recomendável, e as lendas que foram depois aparecendo encarregaram-se de impossibilitar de vez a distinção entre a realidade e a ficção. Do que o homem não se livrou foi de ficar para a posteridade como Dr. Fausto, aquele que fez um pacto com o Diabo.História apetecível, dramatizada por vários escritores que, dessa forma, mais contribuíram para a fama do homem; Christopher Marlowe (1564-1593), poeta e dramaturgo inglês, foi o primeiro de vários, numa lista naturalmente dominada pelo escritor alemão Goethe (1749-1832). Goethe publicou Fausto em 2 partes, a 1ª datando, na sua última versão, de 1808, e a 2ª de 1832. Na versão de Goethe, a coisa começa com Mefistófeles a pedir autorização a Deus para corromper a alma de Fausto, pedido a que Deus acedeu, convencido como estava da impossibilidade de tal se vir a verificar. Se estava ou não certo não nos cabe aqui revelar...O que nos interessa por agora é saber que em 1830, ainda não tinha Goethe editado a 2ª parte do seu drama, Hector Berlioz (1803-1869) chamou a atenção de Franz Liszt (1811-1886) para essa obra, e que esta não o deixou indiferente, ao ponto de uns anos mais tarde ter escrito que, assim que se sentisse com condições para tal, escreveria uma obra baseada em Dante e, depois, uma outra em Fausto. O próprio Berlioz não resistiu ao tema, tendo composto, em 1846, a lenda dramática A Danação de Fausto, que dedicou a Franz Liszt. Este, por sua vez, escreveu Eine Faust-Symphonie, em 1854, após uma visita ao Festival de Roterdão, onde esteve (muito bem) acompanhado pelo nosso já bem conhecido Anton Rubinstein (1829-1894). Obra que, naturalmente, dedicou a Berlioz... Em 1857 adicionaria um coral no final, mas é a versão original que é usualmente interpretada, tal como acontece no disco que aqui trago hoje.Passam hoje exactamente 150 anos sobre a estreia de Eine Faust-Symphonie, de Franz Liszt.Franz LisztSymphonic Poems Vol.2.Eine Faust-Symphonie in drei Charakterbildern (nach Goethe), S108.Von der Wiege bis zum Grabe, S107.BBC Philharmonic OrchestraGianandrea NosedaChandos CHAN10375(2005)InternetFranz LisztClassical Music Pages / Classical Net / Maestro Maurice Abravanel / Franz Liszt Project / Wikipedia / The Franz Liszt SiteEtiquetas: Anton Rubinstein, Berlioz, Christopher Marlowe, Eine Faust-Symphonie, Goethe, Johann Faustus, Liszt

Johann Faustus até poderá ter tido uma vida mais ou menos normal, mas também é possível que tenha sido um perfeito herege, responsável por actos inconfessáveis. Quando faleceu, por volta de 1540, gozava de uma reputação pouco recomendável, e as lendas que foram depois aparecendo encarregaram-se de impossibilitar de vez a distinção entre a realidade e a ficção. Do que o homem não se livrou foi de ficar para a posteridade como Dr. Fausto, aquele que fez um pacto com o Diabo.História apetecível, dramatizada por vários escritores que, dessa forma, mais contribuíram para a fama do homem; Christopher Marlowe (1564-1593), poeta e dramaturgo inglês, foi o primeiro de vários, numa lista naturalmente dominada pelo escritor alemão Goethe (1749-1832). Goethe publicou Fausto em 2 partes, a 1ª datando, na sua última versão, de 1808, e a 2ª de 1832. Na versão de Goethe, a coisa começa com Mefistófeles a pedir autorização a Deus para corromper a alma de Fausto, pedido a que Deus acedeu, convencido como estava da impossibilidade de tal se vir a verificar. Se estava ou não certo não nos cabe aqui revelar...O que nos interessa por agora é saber que em 1830, ainda não tinha Goethe editado a 2ª parte do seu drama, Hector Berlioz (1803-1869) chamou a atenção de Franz Liszt (1811-1886) para essa obra, e que esta não o deixou indiferente, ao ponto de uns anos mais tarde ter escrito que, assim que se sentisse com condições para tal, escreveria uma obra baseada em Dante e, depois, uma outra em Fausto. O próprio Berlioz não resistiu ao tema, tendo composto, em 1846, a lenda dramática A Danação de Fausto, que dedicou a Franz Liszt. Este, por sua vez, escreveu Eine Faust-Symphonie, em 1854, após uma visita ao Festival de Roterdão, onde esteve (muito bem) acompanhado pelo nosso já bem conhecido Anton Rubinstein (1829-1894). Obra que, naturalmente, dedicou a Berlioz... Em 1857 adicionaria um coral no final, mas é a versão original que é usualmente interpretada, tal como acontece no disco que aqui trago hoje.Passam hoje exactamente 150 anos sobre a estreia de Eine Faust-Symphonie, de Franz Liszt.Franz LisztSymphonic Poems Vol.2.Eine Faust-Symphonie in drei Charakterbildern (nach Goethe), S108.Von der Wiege bis zum Grabe, S107.BBC Philharmonic OrchestraGianandrea NosedaChandos CHAN10375(2005)InternetFranz LisztClassical Music Pages / Classical Net / Maestro Maurice Abravanel / Franz Liszt Project / Wikipedia / The Franz Liszt SiteEtiquetas: Anton Rubinstein, Berlioz, Christopher Marlowe, Eine Faust-Symphonie, Goethe, Johann Faustus, Liszt

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