PALAVROSSAVRVS REX: SERGUEI, ÉBRIO INABITUAL

19-12-2009
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Serguei, o moldavo, está bêbado. Não é um ébrio habitual.lkjÉ dia de beber para Serguei. Sábado.Saíu da Moldova para vir estatelar-se e ser triste no país tristede Soares, o indignado, hoje tão silencioso e conivente com este apodrecimento crasso,e vai calado, enquanto o ignorantolas do seu filho político, tiranóide e poluído,devasta o País com o conflito e a divisão,com a violência sorna com a qual esmaga e persegue indefesos,caça discordantes, anula opositores com as armas imorais do Dinheiro e da Lata Infinita.Serguei não faz nem uma pequena ideia do Sistema que deglute Portugal,fruto da desvergonha desse Farsante que litiga e mente, dos outros servis que o servem. Todos eles mentem e oprimem como se fosse a coisa mais natural do mundo.lkjNão tenho alternativasenão sofrer com Serguei, enquanto, por brevíssimos segundos, nos cruzamos na rua,afinal, sou tão exilado cá dentro e cá dentro excluído como ele ou até mais.Agora cruzamo-nos simplesmente, festejo revê-lo, na Cidade,[o Porto continua com os passeios pejados com profusa merda canina multicolorida,merda alacre na qual, por uma tristeza maior, se pisa de um pisar displicente].Homem dos seus cinquenta anos, trilingue mais o Português, Serguei sonha em moldavo, pensa em romeno, ensina russo de pé a duas portuguesas maduras ambas com um pé na promissora diplomacia dos negócios.Encontram-se em certos dias da semana, e lêem russo juntos e reacendem, juntos, de pé, outra Língua de afectos e implícitos da ternura.kjhSaúda-me. Gesticula para além das palavras, talvez beba em russo. «Spaciba, não probliema! Bom domingo, ah!»Sim, Serguei. Tudo isso! Na sua roupa cinza e negra, sempre a mesma, o moldavo cambaleia. Tenta disfarçar o ter bebido. Com o braço esquerdo, ampara-se no vidro externo de uma confeitaria ou joalharia, não interessa, sob o toldo amarelo cruza as pernas naquela obliquidade entorpecida.lkjÉ dia de emborcar e dar as costas do oblívio a esta massa quotidiana dolente. Serguei, fora dias assim ao longo do ano, no frio de Janeiro e no mormaço de Junho, é reservado e tímido,tem a compostura de um velho mordomo.lkjHoje, barata, a minha garrafa de tinto é de Azeitão.Até à última gota do desgosto revisitado,também me assiste a inabitualidade ébria de beber. Nostalgia derrotada. Meu sorriso. Meu Poema-grito, dito e redito,único Êxodo.


Serguei, o moldavo, está bêbado. Não é um ébrio habitual.lkjÉ dia de beber para Serguei. Sábado.Saíu da Moldova para vir estatelar-se e ser triste no país tristede Soares, o indignado, hoje tão silencioso e conivente com este apodrecimento crasso,e vai calado, enquanto o ignorantolas do seu filho político, tiranóide e poluído,devasta o País com o conflito e a divisão,com a violência sorna com a qual esmaga e persegue indefesos,caça discordantes, anula opositores com as armas imorais do Dinheiro e da Lata Infinita.Serguei não faz nem uma pequena ideia do Sistema que deglute Portugal,fruto da desvergonha desse Farsante que litiga e mente, dos outros servis que o servem. Todos eles mentem e oprimem como se fosse a coisa mais natural do mundo.lkjNão tenho alternativasenão sofrer com Serguei, enquanto, por brevíssimos segundos, nos cruzamos na rua,afinal, sou tão exilado cá dentro e cá dentro excluído como ele ou até mais.Agora cruzamo-nos simplesmente, festejo revê-lo, na Cidade,[o Porto continua com os passeios pejados com profusa merda canina multicolorida,merda alacre na qual, por uma tristeza maior, se pisa de um pisar displicente].Homem dos seus cinquenta anos, trilingue mais o Português, Serguei sonha em moldavo, pensa em romeno, ensina russo de pé a duas portuguesas maduras ambas com um pé na promissora diplomacia dos negócios.Encontram-se em certos dias da semana, e lêem russo juntos e reacendem, juntos, de pé, outra Língua de afectos e implícitos da ternura.kjhSaúda-me. Gesticula para além das palavras, talvez beba em russo. «Spaciba, não probliema! Bom domingo, ah!»Sim, Serguei. Tudo isso! Na sua roupa cinza e negra, sempre a mesma, o moldavo cambaleia. Tenta disfarçar o ter bebido. Com o braço esquerdo, ampara-se no vidro externo de uma confeitaria ou joalharia, não interessa, sob o toldo amarelo cruza as pernas naquela obliquidade entorpecida.lkjÉ dia de emborcar e dar as costas do oblívio a esta massa quotidiana dolente. Serguei, fora dias assim ao longo do ano, no frio de Janeiro e no mormaço de Junho, é reservado e tímido,tem a compostura de um velho mordomo.lkjHoje, barata, a minha garrafa de tinto é de Azeitão.Até à última gota do desgosto revisitado,também me assiste a inabitualidade ébria de beber. Nostalgia derrotada. Meu sorriso. Meu Poema-grito, dito e redito,único Êxodo.

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