Na sequência deste post, aqui fica algum contraditório da associação de produtores de energias renováveis."ESCLARECIMENTOLisboa, 7 de Abril de 2010 – A APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, criada em 1988, reunindo cerca de sessenta empresas responsáveis pela promoção de energias renováveis para a produção de electricidade, perante o “Manifesto por uma nova política energética em Portugal”, entende ser seu dever contribuir para o esclarecimento de alguns pontos que, conquanto subscritos por eminentes figuras dos meios económico e financeiro, reflectem, no mínimo, desconhecimento de aspectos essenciais da problemática energética do nosso tempo. Neste âmbito, a APREN esclarece que:1. Sem questionar a relevância da discussão das questões energéticas, tão significativas para o desenvolvimento, quando analisadas tanto do lado da oferta como da procura e na óptica da eficiência energética e do contributo dos cidadãos, rejeita o pressuposto da consideração negativa que o Manifesto faz da aposta de Portugal nas Energias Renováveis ao longo da última década.2. Ao optar pela aposta nas Energias Renováveis, Portugal não fez mais que assumir as suas obrigações no quadro da política energética da União Europeia, que definiu três metas para 2020: aumentar em 20% a eficiência no uso da energia, aumentar de 8% para 20% a parte das energias renováveis no consumo final de energia e diminuir em 20% as emissões de gases de efeito de estufa.3. A política do Governo de prosseguir nesta via deixa claro que, muito embora tenha havido nos últimos anos porventura um défice no discurso e debate sobre as políticas energéticas, existe um caminho traçado que se projecta em 2020 e para além disso.4. Num quadro de serena implementação de uma política energética traçada e mantida por sucessivos Governos ao longo de uma década, cujas lacunas e insuficiências apenas importa colmatar e superar, é totalmente desprovida de sentido uma abordagem como a que se faz no Manifesto, que ignora obsessivamente os aspectos positivos sem oferecer alternativa – que não existe de facto - com reflexos imediatos ou sequer no curto prazo.5. A APREN considera que o debate sobre a Política Energética Nacional deve ter por base uma análise técnica e económica rigorosa, isenta e suportada em informação cabal e bem documentada. Infelizmente, o Manifesto não assenta nestes princípios e, portanto, não serve para esse efeito.6. A APREN não deixará de contribuir, como o tem vindo a fazer até aqui, com elementos documentais que demonstrem os erros, aproximações e omissões do Manifesto. Declarando-se, assim, sempre disponível para analisar e discutir a problemática da produção da electricidade, de forma séria e completa, sem temer confrontos no quadro de uma visão global da Política Energética Nacional.7. Entretanto e atendendo à dimensão de algumas afirmações erróneas do Manifesto já conhecidas, a APREN não pode deixar de afirmar, com pena e desalento, que é falso:- Que o preço pago pela electricidade de origem eólica é três vezes o preço do mercado. Em 2008 o preço médio pago pela electricidade de origem eólica foi de 94,7 Euros por cada MWh[1] enquanto a média ponderada do preço da energia eléctrica no OMEL (na zona portuguesa), para o mesmo ano, foi de 72,18 €/MWh[2]. É omissa a referência a que o preço pago à energia eólica para novos projectos tenderá a ser muito inferior à tarifa anterior e já o é para os parques eólicos do concurso mais recente, que têm uma tarifa garantida inferior a 70€/MWh[3];- Afirmar que o desenvolvimento das energias renováveis não teve impacto na dependência dopaís das energias fósseis. A APREN relembra que em 1999 apenas 31% da electricidade produzida em Portugal provinha de fontes de energia renováveis contra 69% de origem fóssil(com um IPH de 0,68, ano seco) e, em 2009, a percentagem de electricidade de origem renovável foi de 46% contra 54% de origem fóssil (com um IPH de 0,77, ano seco);- Atribuir às energias renováveis a responsabilidade do défice tarifário. Ao deixar entender que o actual défice corresponde ao sobrecusto das energias renováveis, o Manifesto não se exime àsuspeita de ma fé.[1] Fonte: ERSE, Informação sobre Produção em Regime Especial (PRE) em Portugal Continental - Dados actualizados a Fevereiro de 2010[2] Fonte: ERSE, Informação sobre Produção em Regime Especial (PRE) em Portugal Continental - Dados actualizados a Março de 2009[3] O que tem implicações na redução do preço médio da energia eólica que, em 2009, observou já o início de uma curva que se projecta como descendente, assumindo o valor de 93,7 €/MWh "henrique pereira dos santos
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Na sequência deste post, aqui fica algum contraditório da associação de produtores de energias renováveis."ESCLARECIMENTOLisboa, 7 de Abril de 2010 – A APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, criada em 1988, reunindo cerca de sessenta empresas responsáveis pela promoção de energias renováveis para a produção de electricidade, perante o “Manifesto por uma nova política energética em Portugal”, entende ser seu dever contribuir para o esclarecimento de alguns pontos que, conquanto subscritos por eminentes figuras dos meios económico e financeiro, reflectem, no mínimo, desconhecimento de aspectos essenciais da problemática energética do nosso tempo. Neste âmbito, a APREN esclarece que:1. Sem questionar a relevância da discussão das questões energéticas, tão significativas para o desenvolvimento, quando analisadas tanto do lado da oferta como da procura e na óptica da eficiência energética e do contributo dos cidadãos, rejeita o pressuposto da consideração negativa que o Manifesto faz da aposta de Portugal nas Energias Renováveis ao longo da última década.2. Ao optar pela aposta nas Energias Renováveis, Portugal não fez mais que assumir as suas obrigações no quadro da política energética da União Europeia, que definiu três metas para 2020: aumentar em 20% a eficiência no uso da energia, aumentar de 8% para 20% a parte das energias renováveis no consumo final de energia e diminuir em 20% as emissões de gases de efeito de estufa.3. A política do Governo de prosseguir nesta via deixa claro que, muito embora tenha havido nos últimos anos porventura um défice no discurso e debate sobre as políticas energéticas, existe um caminho traçado que se projecta em 2020 e para além disso.4. Num quadro de serena implementação de uma política energética traçada e mantida por sucessivos Governos ao longo de uma década, cujas lacunas e insuficiências apenas importa colmatar e superar, é totalmente desprovida de sentido uma abordagem como a que se faz no Manifesto, que ignora obsessivamente os aspectos positivos sem oferecer alternativa – que não existe de facto - com reflexos imediatos ou sequer no curto prazo.5. A APREN considera que o debate sobre a Política Energética Nacional deve ter por base uma análise técnica e económica rigorosa, isenta e suportada em informação cabal e bem documentada. Infelizmente, o Manifesto não assenta nestes princípios e, portanto, não serve para esse efeito.6. A APREN não deixará de contribuir, como o tem vindo a fazer até aqui, com elementos documentais que demonstrem os erros, aproximações e omissões do Manifesto. Declarando-se, assim, sempre disponível para analisar e discutir a problemática da produção da electricidade, de forma séria e completa, sem temer confrontos no quadro de uma visão global da Política Energética Nacional.7. Entretanto e atendendo à dimensão de algumas afirmações erróneas do Manifesto já conhecidas, a APREN não pode deixar de afirmar, com pena e desalento, que é falso:- Que o preço pago pela electricidade de origem eólica é três vezes o preço do mercado. Em 2008 o preço médio pago pela electricidade de origem eólica foi de 94,7 Euros por cada MWh[1] enquanto a média ponderada do preço da energia eléctrica no OMEL (na zona portuguesa), para o mesmo ano, foi de 72,18 €/MWh[2]. É omissa a referência a que o preço pago à energia eólica para novos projectos tenderá a ser muito inferior à tarifa anterior e já o é para os parques eólicos do concurso mais recente, que têm uma tarifa garantida inferior a 70€/MWh[3];- Afirmar que o desenvolvimento das energias renováveis não teve impacto na dependência dopaís das energias fósseis. A APREN relembra que em 1999 apenas 31% da electricidade produzida em Portugal provinha de fontes de energia renováveis contra 69% de origem fóssil(com um IPH de 0,68, ano seco) e, em 2009, a percentagem de electricidade de origem renovável foi de 46% contra 54% de origem fóssil (com um IPH de 0,77, ano seco);- Atribuir às energias renováveis a responsabilidade do défice tarifário. Ao deixar entender que o actual défice corresponde ao sobrecusto das energias renováveis, o Manifesto não se exime àsuspeita de ma fé.[1] Fonte: ERSE, Informação sobre Produção em Regime Especial (PRE) em Portugal Continental - Dados actualizados a Fevereiro de 2010[2] Fonte: ERSE, Informação sobre Produção em Regime Especial (PRE) em Portugal Continental - Dados actualizados a Março de 2009[3] O que tem implicações na redução do preço médio da energia eólica que, em 2009, observou já o início de uma curva que se projecta como descendente, assumindo o valor de 93,7 €/MWh "henrique pereira dos santos