ambio: Estranho mundo

18-12-2009
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Li ontem no público que o Sr. Ministro da Agricultura pretende diminuir o peso dos funcionários do ministério em Lisboa para 20% como contributo para a diminuição da desertificação do mundo rural e do interior do país.Primeiro nem estranhei porque há coisas a que não ligo nenhuma se não me explicarem como se fazem.Mas depois involuntariamente a minha cabeça começou a trabalhar sozinha, fora da minha vontade.E lembrei-me de que este Ministro é o mesmo que tem na sua mão a responsabilidade de formatar o apoio das políticas públicas ao mundo rural através da definição da regras de aplicação das formidáveis verbas que a política agrícola comum canaliza.Lembrei-me das discussões havidas na altura da definição destas regras. O Sr. Ministro preferiu apoiar os sectores competitivos da produção agrícola e agro-industrial com essas políticas públicas, deixando para a floresta o resto do país (que é muito mais que 50% do território, a grande maioria do qual nem sequer suporta uma floresta competitiva).Este Ministro preferiu alocar cerca de 11% dessas verbas ao projecto de Alqueva (ou seja, ao apoio ao turismo e olival intensivo, cuja importância económica não desprezo mas me parecem ser sectores que dispensam as ajudas públicas).Este ministro preferiu não ter um programa sólido de apoio às componentes sociais da produção do mundo rural que não podem sr convenientemente remunerados pelo mercado (como a produção de biodiversidade e a gestão de combustíveis, por exemplo).Isto é, este ministro preferiu apoiar os sectores mais dinâmicos e mais aptos a sobreviver no mercado abandonando todos os sectores para so quais as falhas de mercado não permitem ter soluções sem políticas públicas mas cujos benefícios sociais são mais que reconhecidos.E agora diz que transfere uns funcionários de Lisboa para o mundo rural.Ou seja, dará um chouriço a quem lhe der um porco.henrique pereira dos santos


Li ontem no público que o Sr. Ministro da Agricultura pretende diminuir o peso dos funcionários do ministério em Lisboa para 20% como contributo para a diminuição da desertificação do mundo rural e do interior do país.Primeiro nem estranhei porque há coisas a que não ligo nenhuma se não me explicarem como se fazem.Mas depois involuntariamente a minha cabeça começou a trabalhar sozinha, fora da minha vontade.E lembrei-me de que este Ministro é o mesmo que tem na sua mão a responsabilidade de formatar o apoio das políticas públicas ao mundo rural através da definição da regras de aplicação das formidáveis verbas que a política agrícola comum canaliza.Lembrei-me das discussões havidas na altura da definição destas regras. O Sr. Ministro preferiu apoiar os sectores competitivos da produção agrícola e agro-industrial com essas políticas públicas, deixando para a floresta o resto do país (que é muito mais que 50% do território, a grande maioria do qual nem sequer suporta uma floresta competitiva).Este Ministro preferiu alocar cerca de 11% dessas verbas ao projecto de Alqueva (ou seja, ao apoio ao turismo e olival intensivo, cuja importância económica não desprezo mas me parecem ser sectores que dispensam as ajudas públicas).Este ministro preferiu não ter um programa sólido de apoio às componentes sociais da produção do mundo rural que não podem sr convenientemente remunerados pelo mercado (como a produção de biodiversidade e a gestão de combustíveis, por exemplo).Isto é, este ministro preferiu apoiar os sectores mais dinâmicos e mais aptos a sobreviver no mercado abandonando todos os sectores para so quais as falhas de mercado não permitem ter soluções sem políticas públicas mas cujos benefícios sociais são mais que reconhecidos.E agora diz que transfere uns funcionários de Lisboa para o mundo rural.Ou seja, dará um chouriço a quem lhe der um porco.henrique pereira dos santos

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