Bebedeiras de Jazz: Just Say I Love Him*

18-12-2009
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Paul Klee - Remembrance of a GardenQuero dizer que o amo. Ainda. Não me custa amá-lo. Ainda. Nem não o ter. Como o tive. Completamente nu. Evidente. Não dele. Mas meu. Quero dizer que o amo. Ainda. A sua nudez. A sua evidência. Não me custa amá-lo. Apesar de não ser já meu. Não me custa amá-lo. Apesar de o ter deixado ir embora. Já tão vestido. Amo-o. Chove. E eu preciso dele. Apesar de já não o ter. Não me custa precisar dele. Chove. E eu preciso dele. Como as flores precisam da água que não nasce da terra, mas do céu. Quero dizer que o amo. Agora. Que ele caminha por outra cidade. Outra estrada. E já não é meu. Alguém o há-de ter. Como eu o tive. Alguém o verá dormir. Como um menino. Respirar. Como qualquer pessoa. Alguém o terá. Evidente. Nu. Sem ser dele. Mas quero dizer. Assim mesmo. Que o amo. Que preciso dele. Como as flores precisam da chuva. Quero dizer que me lembro. Do jardim que nascia nos seus olhos. Chove. Ninguém lhe dirá. Nem eu. Que ainda o amo. Porque não importa. * Nina Simone (6:35) in 'Forbidden Fruit'


Paul Klee - Remembrance of a GardenQuero dizer que o amo. Ainda. Não me custa amá-lo. Ainda. Nem não o ter. Como o tive. Completamente nu. Evidente. Não dele. Mas meu. Quero dizer que o amo. Ainda. A sua nudez. A sua evidência. Não me custa amá-lo. Apesar de não ser já meu. Não me custa amá-lo. Apesar de o ter deixado ir embora. Já tão vestido. Amo-o. Chove. E eu preciso dele. Apesar de já não o ter. Não me custa precisar dele. Chove. E eu preciso dele. Como as flores precisam da água que não nasce da terra, mas do céu. Quero dizer que o amo. Agora. Que ele caminha por outra cidade. Outra estrada. E já não é meu. Alguém o há-de ter. Como eu o tive. Alguém o verá dormir. Como um menino. Respirar. Como qualquer pessoa. Alguém o terá. Evidente. Nu. Sem ser dele. Mas quero dizer. Assim mesmo. Que o amo. Que preciso dele. Como as flores precisam da chuva. Quero dizer que me lembro. Do jardim que nascia nos seus olhos. Chove. Ninguém lhe dirá. Nem eu. Que ainda o amo. Porque não importa. * Nina Simone (6:35) in 'Forbidden Fruit'

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