O Cachimbo de Magritte: Pode ter sido muita coisa, mas não foi uma vitória da decência

19-12-2009
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José Sócrates, no seu discurso de vitória, fala de uma extraordinária vitória, e da vontade manifestada pelos portugueses para que o PS continue a governar Portugal. Optou por um discurso sóbrio, um pouco morno, em que relembrou a confiança e determinação que vive no PS. Tudo normal, tudo correcto. Contudo, há dois pontos que referiu que me parecem de enorme importância.(1) José Sócrates falou da campanha positiva do PS e identificou os resultados eleitorais como a vitória da ‘decência’ na Política. Peço desculpa se estou a ser desmancha-prazeres, mas não vi decência nenhuma na campanha. Aliás, e já o escrevi antes, considero que não se pode aceitar que um Primeiro-Ministro recorra a insinuações sobre o regime de Salazar para qualificar o seu adversário. Fê-lo em artigo ao Jornal de Notícias, e permitiu que essas insinuações continuassem ao longo da campanha do PS, pela boca de Junqueiro, Santos Silva, e Cª. Julgo que, independentemente das preferências políticas e partidárias, este é um ponto sobre os quais todos concordamos.(2) Já na recta final do seu discurso, Sócrates falou no seu ‘investimento para a qualidade da democracia’ através do apoio que dará aos candidatos socialistas nas próximas eleições autárquicas. Lamento, mas trabalhar para a ‘qualidade da democracia’ não é sinónimo de trabalhar para vencer eleições, e muito menos se produz ‘qualidade na democracia’ através dos ganhos eleitorais dos partidos. Mas percebo a confusão: Sócrates acha que aquilo que é bom para ele é bom para a democracia. Infelizmente para José Sócrates, a ‘qualidade da democracia’ mede-se pelo desempenho das suas instituições. Aí, o comportamento do PS tem deixado muito a desejar.


José Sócrates, no seu discurso de vitória, fala de uma extraordinária vitória, e da vontade manifestada pelos portugueses para que o PS continue a governar Portugal. Optou por um discurso sóbrio, um pouco morno, em que relembrou a confiança e determinação que vive no PS. Tudo normal, tudo correcto. Contudo, há dois pontos que referiu que me parecem de enorme importância.(1) José Sócrates falou da campanha positiva do PS e identificou os resultados eleitorais como a vitória da ‘decência’ na Política. Peço desculpa se estou a ser desmancha-prazeres, mas não vi decência nenhuma na campanha. Aliás, e já o escrevi antes, considero que não se pode aceitar que um Primeiro-Ministro recorra a insinuações sobre o regime de Salazar para qualificar o seu adversário. Fê-lo em artigo ao Jornal de Notícias, e permitiu que essas insinuações continuassem ao longo da campanha do PS, pela boca de Junqueiro, Santos Silva, e Cª. Julgo que, independentemente das preferências políticas e partidárias, este é um ponto sobre os quais todos concordamos.(2) Já na recta final do seu discurso, Sócrates falou no seu ‘investimento para a qualidade da democracia’ através do apoio que dará aos candidatos socialistas nas próximas eleições autárquicas. Lamento, mas trabalhar para a ‘qualidade da democracia’ não é sinónimo de trabalhar para vencer eleições, e muito menos se produz ‘qualidade na democracia’ através dos ganhos eleitorais dos partidos. Mas percebo a confusão: Sócrates acha que aquilo que é bom para ele é bom para a democracia. Infelizmente para José Sócrates, a ‘qualidade da democracia’ mede-se pelo desempenho das suas instituições. Aí, o comportamento do PS tem deixado muito a desejar.

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