O Cachimbo de Magritte: Barack Obama Roosevelt

23-12-2009
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No Público de Sábado passado, Teresa de Sousa diz mais ou menos isto: se Barack Obama invoca simbolicamente a herança de Lincoln, repetindo a sua viagem para a Casa Branca e discursando no Lincoln Memorial em Washington, se todos nós olhamos para ele e vemos Kennedy, um candidato com o mesmo carisma e o mesmo capital de esperança, o mais provável, porém, é que a história o compare a Franklin Delano Roosevelt, o Presidente que enfrentou a Grande Depressão e a II Guerra Mundial. A culpa, já se sabe, é da actual crise económica, que para muitos se assemelha à de 29. Oxalá estejam enganados - quanto à crise, não quanto a Obama. Porque, se os paralelos históricos fazem algum sentido (eu acredito que não, mas deixo a questão ao Fernando Martins), torna-se um pouco assustador prever o futuro. Os anos 30, recordo, foram os da ascensão do fascismo na Europa, muito por causa da falência económica das democracias. Segundo Hobsbawm, os desempregados que abandonavam os sindicatos aos milhares, enfraquecendo o movimento operário por não acreditarem no que hoje chamamos "concertação social", iam engrossar as fileiras dos partidos de Hitler e Mussolini. É isso o que nos espera? Quem serão os novos fascistas, agora que a extrema-direita de Haider e Le Pen parece recuar em todo o lado?E, entre os poderes do mundo, de onde virá a ameaça ao liberalismo ocidental? Quem fará de Eixo? O "eixo do mal? O extremismo islâmico? O Irão? A Coreia do Norte? A cada vez mais interventiva Rússia? A China que parece destinada, pela simples aritmética, a inclinar a balança para o seu lado?Isto de o Obama lembrar o Roosevelt tem muito que se lhe diga, Dra. Teresa. Se tem...


No Público de Sábado passado, Teresa de Sousa diz mais ou menos isto: se Barack Obama invoca simbolicamente a herança de Lincoln, repetindo a sua viagem para a Casa Branca e discursando no Lincoln Memorial em Washington, se todos nós olhamos para ele e vemos Kennedy, um candidato com o mesmo carisma e o mesmo capital de esperança, o mais provável, porém, é que a história o compare a Franklin Delano Roosevelt, o Presidente que enfrentou a Grande Depressão e a II Guerra Mundial. A culpa, já se sabe, é da actual crise económica, que para muitos se assemelha à de 29. Oxalá estejam enganados - quanto à crise, não quanto a Obama. Porque, se os paralelos históricos fazem algum sentido (eu acredito que não, mas deixo a questão ao Fernando Martins), torna-se um pouco assustador prever o futuro. Os anos 30, recordo, foram os da ascensão do fascismo na Europa, muito por causa da falência económica das democracias. Segundo Hobsbawm, os desempregados que abandonavam os sindicatos aos milhares, enfraquecendo o movimento operário por não acreditarem no que hoje chamamos "concertação social", iam engrossar as fileiras dos partidos de Hitler e Mussolini. É isso o que nos espera? Quem serão os novos fascistas, agora que a extrema-direita de Haider e Le Pen parece recuar em todo o lado?E, entre os poderes do mundo, de onde virá a ameaça ao liberalismo ocidental? Quem fará de Eixo? O "eixo do mal? O extremismo islâmico? O Irão? A Coreia do Norte? A cada vez mais interventiva Rússia? A China que parece destinada, pela simples aritmética, a inclinar a balança para o seu lado?Isto de o Obama lembrar o Roosevelt tem muito que se lhe diga, Dra. Teresa. Se tem...

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