O Cachimbo de Magritte: Profecias

28-12-2009
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Vasco Pulido Valente, no artigo mencionado pelo Nuno Lobo no post aqui em baixo, conclui dizendo que "se McCain ganhar, as coisas ficam fatalmente feias". Talvez. Mas os dons proféticos de VPV têm de ser avaliados de acordo com o abundante material que ele, ao longo dos anos, foi colocando à nossa disposição. Eu ainda me lembro do que VPV disse de Ronald Reagan, repetindo os lugares-comuns de um certo jornalismo de esquerda, e que reflectia uma cegueira essencial relativamente ao seu legado, hoje universalmente (isto é, à esquerda e à direita) reconhecido nos EUA. Lembro-me ainda melhor das suas previsões catastróficas para a América que saía da primeira Guerra do Golfo, no início do mandato Clinton. Convém talvez recordar que os anos que se seguiram foram, na América, talvez os mais dinâmicos do ponto de vista económico de todo o século XX, e que nos fizeram esquecer por completo outras narrativas da decadência que condenavam os EUA ao inexorável empobrecimento material. A preocupação passou a ser a do "excesso" de poder da América, e não o seu definhamento. Não é preciso ser Espinosa para desconfiar de algumas profecias.


Vasco Pulido Valente, no artigo mencionado pelo Nuno Lobo no post aqui em baixo, conclui dizendo que "se McCain ganhar, as coisas ficam fatalmente feias". Talvez. Mas os dons proféticos de VPV têm de ser avaliados de acordo com o abundante material que ele, ao longo dos anos, foi colocando à nossa disposição. Eu ainda me lembro do que VPV disse de Ronald Reagan, repetindo os lugares-comuns de um certo jornalismo de esquerda, e que reflectia uma cegueira essencial relativamente ao seu legado, hoje universalmente (isto é, à esquerda e à direita) reconhecido nos EUA. Lembro-me ainda melhor das suas previsões catastróficas para a América que saía da primeira Guerra do Golfo, no início do mandato Clinton. Convém talvez recordar que os anos que se seguiram foram, na América, talvez os mais dinâmicos do ponto de vista económico de todo o século XX, e que nos fizeram esquecer por completo outras narrativas da decadência que condenavam os EUA ao inexorável empobrecimento material. A preocupação passou a ser a do "excesso" de poder da América, e não o seu definhamento. Não é preciso ser Espinosa para desconfiar de algumas profecias.

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