Cravo de Abril: POEMA

05-08-2010
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POEMA DA MORTE NA ESTRADANa berma da estrada, nuns quinhentos metros,estão quinhentos mortos com os olhos abertos.A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.Nem tiveram tempo de fechar os olhos.Eles bem sabiam dos bancos da escolacomo os homens dignos sucumbem na guerra.Lá saber, sabiam.A mão firme empunhando a espada ou a pistola,morrendo sem ceder nem um palmo de terra.Pois é.Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,não lhes deu tempo para serem heróis.Eles bem sabiam que o último pensamentodevia estar reservado para a pátria amada.Lá saber, sabiam.Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só monento.Não lhes deu tempo para pensar em nada.Agora,na berma da estrada, nuns quinhentos metros,são quinhentos mortos com os olhos abertos.António Gedeão


POEMA DA MORTE NA ESTRADANa berma da estrada, nuns quinhentos metros,estão quinhentos mortos com os olhos abertos.A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.Nem tiveram tempo de fechar os olhos.Eles bem sabiam dos bancos da escolacomo os homens dignos sucumbem na guerra.Lá saber, sabiam.A mão firme empunhando a espada ou a pistola,morrendo sem ceder nem um palmo de terra.Pois é.Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,não lhes deu tempo para serem heróis.Eles bem sabiam que o último pensamentodevia estar reservado para a pátria amada.Lá saber, sabiam.Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só monento.Não lhes deu tempo para pensar em nada.Agora,na berma da estrada, nuns quinhentos metros,são quinhentos mortos com os olhos abertos.António Gedeão

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