NÃO NOS DEIXAM CANTARNão nos deixam cantar, Robesonmeu canário com asas de águiameu irmão negro com dentes de pérola,não nos deixam cantar as nossas canções.Têm medo, Robesonmedo da aurora, medo de olhar,medo de ouvir, medo de tocar.Têm medo de amar,medo de amar como amou Ferhat, apaixonadamente.(Decerto que também vocês, irmãos negros,têm um Ferhat, como é que tu lhe chamas, Robeson?)Têm medo da semente e da terra,medo da água que corre,medo da lembrança.A mão de um amigo que não desejanem desconto nem comissão nem moratóriaigual a um pássaro quentenão apertou nunca a sua mão.Têm medo da esperança, Robeson, medo da esperança!Têm medo, meu canário com asas de águia,têm medo das nossas canções, Robeson...Nazim Hikmet(Tradução de Rui Caeiro)
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NÃO NOS DEIXAM CANTARNão nos deixam cantar, Robesonmeu canário com asas de águiameu irmão negro com dentes de pérola,não nos deixam cantar as nossas canções.Têm medo, Robesonmedo da aurora, medo de olhar,medo de ouvir, medo de tocar.Têm medo de amar,medo de amar como amou Ferhat, apaixonadamente.(Decerto que também vocês, irmãos negros,têm um Ferhat, como é que tu lhe chamas, Robeson?)Têm medo da semente e da terra,medo da água que corre,medo da lembrança.A mão de um amigo que não desejanem desconto nem comissão nem moratóriaigual a um pássaro quentenão apertou nunca a sua mão.Têm medo da esperança, Robeson, medo da esperança!Têm medo, meu canário com asas de águia,têm medo das nossas canções, Robeson...Nazim Hikmet(Tradução de Rui Caeiro)