Cravo de Abril: Peniche! a liberdade nas grades da prisão.

28-05-2010
marcar artigo


Passaram dias desde Peniche. E ainda agora estou bloqueado, porque nem todas as experiências traumáticas são amargas. Não. estou bloqueado pela comoção profunda. pelas lágrimas que me escorreram a ouvir o Pedro e o Casanova. E o Samuel, mais tarde, naquela fala de homem nascido... não consigo condensar nas letras do alfabeto nem nas frases da sua junção o misto de alegria, revolta, comoção, raiva, ternura, amor, pátria, entrega, brandura e coragem que me foram transmitidos pelos camaradas com quem passei este fim de semana. dos que comigo foram de Aljustrel e dos que encontrei, como bando de aves buscando o crepúsculo, às portas do forte de Peniche, pedra agreste que torturou muitos de nós, mesmo quando ainda não existíamos, na solidariedade que hoje nutrimos pelas vitimas do fascismo. nesse país de música de mãos sem nada, como lembra o grande Adriano. não consigo ainda camaradas. permitam que absorva primeiro a alegria imensa de vos pertencer. e de saber que há, e houve, quem perante a brutalidade fascista, resistiu com bolinhas de pão, atiradas de janela em janela. Obrigado zé, meu querido amigo a quem devo a liberdade do meu país de verde pino, por nas horas da tua tortura teres sabido, ensinar o futuro pelos meios de uma criança. bolas de pão. bolinhas de pão. de janela a janela. como aves, levando a mensagem das searas e dos mares. é de gotas e de espigas que se faz a imensidão. foi com bolinhas de pão que fintaste as bestas e escreveste a tua parte da palavra colectiva REVOLUÇÃO.camaradas, escreverei quando emergir das minhas lágrimas. bons momentos reminiscentes de um dia lindo. foi muito bom rever uns, conhecer pessoalmente outros. fazer das palavras abraços e dos abraços junção.(foto: camarada à porta do Forte de Peniche, 12 de Abril de 2008)


Passaram dias desde Peniche. E ainda agora estou bloqueado, porque nem todas as experiências traumáticas são amargas. Não. estou bloqueado pela comoção profunda. pelas lágrimas que me escorreram a ouvir o Pedro e o Casanova. E o Samuel, mais tarde, naquela fala de homem nascido... não consigo condensar nas letras do alfabeto nem nas frases da sua junção o misto de alegria, revolta, comoção, raiva, ternura, amor, pátria, entrega, brandura e coragem que me foram transmitidos pelos camaradas com quem passei este fim de semana. dos que comigo foram de Aljustrel e dos que encontrei, como bando de aves buscando o crepúsculo, às portas do forte de Peniche, pedra agreste que torturou muitos de nós, mesmo quando ainda não existíamos, na solidariedade que hoje nutrimos pelas vitimas do fascismo. nesse país de música de mãos sem nada, como lembra o grande Adriano. não consigo ainda camaradas. permitam que absorva primeiro a alegria imensa de vos pertencer. e de saber que há, e houve, quem perante a brutalidade fascista, resistiu com bolinhas de pão, atiradas de janela em janela. Obrigado zé, meu querido amigo a quem devo a liberdade do meu país de verde pino, por nas horas da tua tortura teres sabido, ensinar o futuro pelos meios de uma criança. bolas de pão. bolinhas de pão. de janela a janela. como aves, levando a mensagem das searas e dos mares. é de gotas e de espigas que se faz a imensidão. foi com bolinhas de pão que fintaste as bestas e escreveste a tua parte da palavra colectiva REVOLUÇÃO.camaradas, escreverei quando emergir das minhas lágrimas. bons momentos reminiscentes de um dia lindo. foi muito bom rever uns, conhecer pessoalmente outros. fazer das palavras abraços e dos abraços junção.(foto: camarada à porta do Forte de Peniche, 12 de Abril de 2008)

marcar artigo