Há situações sociais que se tornam incontroláveis depois de rebentar a panela da pressão social. Sócrates devia saber disto. Vimos como foi o buzinão de Cavaco: uma bolha de descontentamento que rebentou depois de anos de crescimento, é verdade, mas também de muita arrogância e de muita insensibilidade social na recta final do mandato.Ora este aumento descontrolado dos combustíveis, com todos os reflexos directos na economia do país, mas de efeitos imediatos na carteira dos cidadãos, está a criar um insuportável mal estar. Os portugueses percebem e engolem que há uma inevitabilidade: o petróleo aumentou e há especulação internacional. Os portugueses já não aceitam que 60 por cento do preço ao público seja para impostos e que o Estado e as petrolíferas estão a aumentar os seus lucros com esta crise. Quer dizer: quando há uma conjuntura desfavorável o Estado surge como o principal beneficiário e as Galps deste mundo como uns usurários a arrecadarem lucros bestiais à custa do consumidor.O ministro da economia ri-se na AR disto, o ministro das finanças responde com ar arrogante:" Gastem menos, andem a pé, comprem carros à vela!" e até Sócrates perante aquele faits-divers ( mas simbólico!) de a Câmara da Ericeira ter sido multada por usar óleo de fritar nos seus carros responde evasivamente.A corda estica e eu penso que se esta situação de aumentos galopantes se mantiver vamos ter aí um valente buzinão. Basta uns camiões pararem pela manhã nas entradas de Lisboa, o país pára. As revoltas populares começam assim e espalham-se como uma onda de choque. Não é aceitável que os eleitores votem nuns tipos que depois de estarem no poder nada fazem para defender os superiores interesses dos consumidores ( usando uma linguagem neo-liberal!).Aliás a latosa desta gente dos partidos é de ir às lágrimas. Como é que uma senhora que massacrou a classe média com impostos, IVA a mais, pagamentos por conta, venda de património, arrogância e rei na barriga, ela que foi uma das responsáveis pela liberalização do preço dos combustíveis, pode agora querer ser líder da oposição ? E depois primeira-ministra ! Ou o país está moribundo ou tudo isto não passa de uma novela política sul-americana.
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Há situações sociais que se tornam incontroláveis depois de rebentar a panela da pressão social. Sócrates devia saber disto. Vimos como foi o buzinão de Cavaco: uma bolha de descontentamento que rebentou depois de anos de crescimento, é verdade, mas também de muita arrogância e de muita insensibilidade social na recta final do mandato.Ora este aumento descontrolado dos combustíveis, com todos os reflexos directos na economia do país, mas de efeitos imediatos na carteira dos cidadãos, está a criar um insuportável mal estar. Os portugueses percebem e engolem que há uma inevitabilidade: o petróleo aumentou e há especulação internacional. Os portugueses já não aceitam que 60 por cento do preço ao público seja para impostos e que o Estado e as petrolíferas estão a aumentar os seus lucros com esta crise. Quer dizer: quando há uma conjuntura desfavorável o Estado surge como o principal beneficiário e as Galps deste mundo como uns usurários a arrecadarem lucros bestiais à custa do consumidor.O ministro da economia ri-se na AR disto, o ministro das finanças responde com ar arrogante:" Gastem menos, andem a pé, comprem carros à vela!" e até Sócrates perante aquele faits-divers ( mas simbólico!) de a Câmara da Ericeira ter sido multada por usar óleo de fritar nos seus carros responde evasivamente.A corda estica e eu penso que se esta situação de aumentos galopantes se mantiver vamos ter aí um valente buzinão. Basta uns camiões pararem pela manhã nas entradas de Lisboa, o país pára. As revoltas populares começam assim e espalham-se como uma onda de choque. Não é aceitável que os eleitores votem nuns tipos que depois de estarem no poder nada fazem para defender os superiores interesses dos consumidores ( usando uma linguagem neo-liberal!).Aliás a latosa desta gente dos partidos é de ir às lágrimas. Como é que uma senhora que massacrou a classe média com impostos, IVA a mais, pagamentos por conta, venda de património, arrogância e rei na barriga, ela que foi uma das responsáveis pela liberalização do preço dos combustíveis, pode agora querer ser líder da oposição ? E depois primeira-ministra ! Ou o país está moribundo ou tudo isto não passa de uma novela política sul-americana.